Sylvia Fiuza

Encontrados 2 pensamentos de Sylvia Fiuza

Se quer provar do seu próprio fruto, regue e adube a própria árvore.⁠

⁠O "fundo do poço" pode se apresentar de várias formas, mas geralmente o "fundo do poço" é um sentimento. Sentimento de que acabou, de que não tem mais por onde andar e nem sentido para a vida. É um sentimento de desesperança, de falta de forças e de desejo de desistência de viver e ainda se pergunta, o porquê do seu nascimento.

Vamos imaginar um fundo de poço físico. Imagine que você está andando distraidamente e cai dentro desse poço. Ao cair você se machuca, perde a força das pernas, chora de dor e percebe que não vai ser tão fácil sair dele. Você mal consegue ver o que está a volta porque está escuro, se você chega perto das paredes do poço, encontra insetos de várias espécies possíveis.
Sente a água gelada bater na sua canela e incomodar seus pés, e seu corpo, te deixando com frio, conforme o tempo vai passando.

Conforme o tempo vai passando, você grita, se desespera, grita por socorro, mas ninguém aparece. Ou aparece alguns curiosos, te perguntam o que aconteceu, até te oferecem ajuda mas somem. Depois de várias tentativas e gritos, você perde as forças e fecha os olhos e decide se entregar a "sorte".

Muitas vezes nós nos colocamos nessa situação, sem percebermos. As vezes estamos andando pelo caminho, distraídos com a paisagem e não percebemos que o buraco do poço está logo adiante. E quando menos esperamos, estamos nessa situação. Muitas vezes esperamos que outras pessoas venham nos tirar, outras vezes queremos somente nos entregar.

Se você está nesse "fundo de poço", continue essa leitura.


Você a única pessoa que poderá se tirar desse fundo de poço. Ainda que tenha se acostumado com o desconforto dele, ou esteja de olhos fechados para não enxergar o que está a volta, pois a aparência do poço incomoda, dá aflição, é você a pessoa que vai se tirar desse poço.

Ainda que ninguém venha te salvar, você vai se abandonar?

Por que não abre esses olhos? Tá escuro? Olha pra cima! A claridade está lá! A saída está lá. Olhe pros lados! Continua escuro? Mantenha seus olhos abertos, mantenha a calma e serenidade, pois quando a gente mantém os olhos abertos no meio da escuridão, a visão acaba se acostumando e percebendo o que está a volta.

Só com os olhos abertos você vai conseguir ver o que há nas paredes desse poço. Tanto os bichos como as oportunidades de cavar degraus para que se chegue acima.

Você pode dizer que cavar degraus vai doer. Mas já não tá doendo? Tá confortável dentro desse poço? Tem dormido direito? Sentido paz? Não seria mais proveitoso escolher a dor da melhora do que a dor da desistência da vida? Lá em cima desse poço há o caminho que vai te levar a uma vida mais feliz, mas que só fica dentro do seu pensamento pois você se distrai no caminho e não anda pelo caminho que vai te levar te levar a felicidade. Aliás você sabe o que é felicidade? Sabe onde quer chegar ou deixa a vida te levar? Será que não saber para onde quer ir, não te faz distrair pelo caminho? Por que você nasceu? Te garanto que não foi atoa.

Talvez você não esteja em um local físico tão feio quanto esse poço, talvez esse poço esteja dentro de você. Muitas vezes você nem percebe está nesse fundo de poço, pois o poço é interno, dentro do peito e da cabeça. Ainda que tudo esteja perfeito por fora, está escuro, frio, cheio de bichos por dentro. E olhar para dentro desse poço assusta. Só sente as sensações desconfortáveis que você quase sempre ignora com as distrações do caminho de fora.

Mas se você quiser sair desse poço,é preciso olhar pra dentro dele. É preciso retirar os bichos, se acostumar com a escuridão, afim de que se enxergue tanto o que tem que ser tirado, como as oportunidades de saída.

E te digo mais, a vida pode colocar pessoas para te jogar a corda que vai te tirar desse poço, mas é você quem tem que pegar a corda. Os braços são seus! Você precisa pegar a corda, enfrentar o medo do caminho, enfrentar as dores de se bater contra as paredes do poço durante a subida e finalmente você vai conseguir enxergar a luz e continuar sua caminhada. Com marcas e cicatrizes, mas agora muito mas atento ao caminho, pois o caminho não é só de rosas. Existem ainda vários poços pela frente, vários obstáculos... Se você cair novamente saberá como agir, não ficará por muito tempo dentro do poço, pois já vai ter passado pela experiência e já poderá até ajudar a outras pessoas também a saírem, mas tendo a consciência de que o passo principal é da pessoa, ela precisa querer sair assim como você quis.

Agora você percebe por que nasceu? A felicidade não é exatamente um lugar fixo, mas sim a forma como caminhamos pela vida, plantando flores onde está abandonado, ajudando as pessoas a saírem dos seus poços pessoais e nos aprimorando diante dos obstáculos da vida, e nesse meio tempo percebemos a beleza do caminho, sentimos o cheiro do perfume das flores que plantamos e que outras pessoas plantaram, e colhemos da vida aquilo que semeamos. Sentamos à sombra das árvores que plantamos pelo caminho, comemos dos seus frutos, repartimos e percebemos que a felicidade é não se acostumar com o desconforto do fundo de um poço conhecido e sim enfrentar os obstáculos de um novo caminho fora do poço, pois o sentimento de felicidade virá no percurso desse caminho chamado vida, mas somente quando você se propor a mudar sua forma de caminhar, diminuindo as distrações que te fazem cair várias vezes dentro do poço e prestar mais atenção no que faz a vida valer a pena.

✍🏽 Sylvia Fiuza

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