Susana Luiz
Dizem que quando os sentidos se "enamoram", fazem fascínio a razão.
Se duvido ou creio?
Não ouso;
mas confundi-los... também não.
Uma sociedade que se sobrepõe a vida é, antes de tudo, uma sociedade miserável, egocêntrica e vazia de conteúdo.
Torvelinho de emoções...
Quando vens, arrastas contigo outonos e primaveras.
Quando tardas, vagarosas são as horas.
Quando só, já no peito, a solidão me exaspera.
Quando juntos, tu és amor.
Eu, a saudade que se revigora!
Se o mundo tivesse solução, tudo já estaria solucionado. O resto são apenas especulações e omissão de juízo.
Conhecimento e vinho são duas coisas análogas; só depois de embriagar-se do vinho, é que se descobre a utilidade vazia do copo.
A arte do bem querer...
“A arte do bem querer é uma das mais belas obras que conheço.
Porém, sua beleza não se compra nos museus.
Seu trabalho infunde respeito, afeição, zelo e apreço.
Seu expoente talento é uma dádiva.
Seu único pintor... É Deus!”
Existe todo um relativismo entre as condições do estado de bem e mal-estar social.
Há dos homens e dos bichos; homens que se servem do lixo, e bichos da lixeira moral.
Respeitar as diferenças significa estar sincronizado com todas as nossas imperfeições e virtudes. Chegou a hora de quebrar a casca do ovo e soltar o clamor da alma:
- Eu não sou nada, porque tudo é!
Não devemos odiar nenhum erro... o amor também ama o ódio; pois quando o erro somos nós, odiar é o erro!
É estranho como tentamos nos afirmar através de palavras para dizer quem somos ... ??? Mas será que, se continuássemos fechados, descobriríamos o verdadeiro sentido do que é existir? Não se deve jamais silenciar a vida; mas essa seria muito melhor através exemplo.
Cadê o espírito de solidariedade e de humanismo? Onde o sonho dessa tal de igualdade, de autonomia e de liberdade? Agora é cada um por si, e quem por todos? Cadê a coordenadoria de políticas públicas, o serviço social de assistência gratuita, os defensores da ordem e dos direitos humanos por mais justiça e dignidade, numa época como esta, onde o mundo inteiro está desmoronando?
É inacreditável perceber que em um mundo com um turbilhão de informações, a propaganda do lixo da politicagem barata e da imagem de campanhas publicitárias, ainda imperam. Será a vida apenas um palco para promover ações de empreendedorismo e das classes desfavorecidas? Porque se de outro modo, o objetivo é proporcionar uma reflexão e disseminação da cultura, não vai ser através de todo este lixo que iremos conseguir... ninguém aqui está mais na idade média para servir de cobaia de políticas alternativas que, quando muito, só visam lucros e visibilidade através das mídias. Até quando vamos ter que nos calar diante da tirania e da opressão social, entre nós mesmos, os da própria espécie? Para quem carregamos todas estas postagens de terceiros nas costas e por que? Do que se riem vocês? Estão de fato felizes? Qual é o motivo da gargalhada, nesta política de raiva, pandemias e crise?
Triste fim o nosso, nesta viagem através de ruínas, quando todo o esforço deveria voltar-se para a reflexão da essência, está voltado para o desrespeito a vida.
Sombra Transitória.
A nossa felicidade não se compra em vitrinas.
Nossa democracia não termina com eleições.
A nossa igualdade não se pesa em urnas.
Somos livres demais para vossos fascismos!
O nosso tesouro não se guarda em vossos cofres.
Nosso mundo não é movido por armas.
O que fica dessa sombra fugaz, para além das cortinas do tempo?
Juramentos feitos na chuva, não duram muito sob a luz do sol, pois corre-se o risco de nos esquecermos que também nós não iremos devorar nosso amigo.
Hoje, mais do que nunca, percebo que amor é inteligência, e ser inteligente, significa ter sensibilidade.
O valor da vida.
Talvez, não devêssemos indagar sobre o valor da vida. Quem sabe, questionar sobre o que não serve a vida? Eu mesma, já perdi tantas coisas por medo de fracassar.
Contudo, o que foi mesmo que perdi?
Se nada perdi em ganhar.