Suelen Sznaider
o último toque...
O último toque para o silenciar da noite
Ainda vejo os cílios na sombra...
Da lagrima no chão!
Ainda ouço, o silencio da mente...
Por tantas vezes errante pela emoção.
Ainda ouço, o ultimo toque para o silenciar da noite...
Assim, prendendo a respiração.
Nada é exato, nem mesmo o silêncio...
Não podes ser absoluto!
Pois ainda ouço...
Meu coração pulsar, sem poder parar!
E as cores, desfocadas estão.
Aos poucos a se apagar...
Aos poucos a se fechar...
Fechando meus olhos para o sono que veio
Junto às pálpebras quietas.
De um sonho que chegou!
O ultimo toque...
É o ultimo cheiro da rosa que se desfez em meu jardim
O ultimo dos muitos...
Das muitas noites em que passei acordada pensando, e sozinha lembrando.
Do silenciar da noite que não és absoluto!
Mas ainda ouço a velocidade do relógio, a correr meu tempo.
Encurtando um pouco mais a minha vida
A cada segundo que passa, eu passo em minutos!
A hora que vai, e voa tão rápido... Que o tempo se esvai
E a vida simplesmente deixa de existir
Simples...
Como uma pétala de rosa ao cair!
Quem eu sou?
Duas em uma
Em uma só!
Em várias
De muitas...
...
Dos laços
O nó!
Em cada estação
De cada movimento
A cada folha do chão!
Duas em uma
Em uma só...
Sou a timidez escondida
Abaixo da pele ardente
Com olhos de felina...
Sou a loucura da alegria a mostra,
Sem nenhuma proposta...
De ser mostrada.
Sou os dois lados da moeda
Uma de cada vez
E tenha vez!
O certo e o errado
A sensatez e a loucura
Sem nenhuma cura
O bem e o mal.
Eis que me grita...
Quando ela bem quiser ser
Quando ela sou eu...
Na mesma sintonia
Da minha própria harmonia.
Sou meus próprios devaneios
Em busca de algo eternamente raro
Algo inalcançável
De um ser absoluto
De um todo conhecimento!
Absurdo.
Então... Perco-me nesta inquietude
Contando as horas, planejando algum tempo, ouvindo o vento ao sussurrar sua voz!
Meu ser se fez em dois do meu "Eu" secreto e absoluto!
E destes dois, espalharam-se no tempo incerto...
Entrando em um ciclo imaginário, de várias vidas passadas!
Moveram-se com o vento e o passar das horas,
Sem ao menos esperar a felicidade bater à sua porta!
Meu ser se fez em dois
E destes dois voltaram a se encontrar em mim...
Houve quebra do silêncio em meu pensamento!
Recordei teu beijo enquanto meu corpo se difundia no outro ser...
Em dois
De duas partes
Das várias vidas
De minh'alma...
Impura,
Como o adeus não dito!
Como o olhar que se desfez em lamentos!
Queria tanto apagar tua presença marcada em minha alma,
Apagar teus beijos...
Ir de encontro ao mar
Me desapegar...
Apagar tuas lembranças
Esquecer-me desta loucura que és te amar!
Esquecer-me de mim
Num longo momento...
Eu queria!
Só queria!