Stephanie Perkins
Pois disso que se trata a depressão: quando a sinto intensamente, não quero deixá-la ir. Torna-se uma consolação. Quero me ocultar sob seu peso intenso e aspirá-la para dentro dos pulmões. Quero alimentá-la, criá-la, cultivá-la. Ela é minha. Quero morrer com ela, adormecer envolta em seus braços e não acordar por um longo, longo tempo.
É fácil falar de coisas que odiamos, mas às vezes é difícil explicar exatamente por que gostamos de alguma coisa.
—Então você acredita em segunda chance?
—Segunda, terceira, quarta. O que for preciso. Não importa o tempo que for preciso. Se a pessoa for a certa.
—E se a pessoa for… Lola?
Desta vez, ele segura meu olhar.
—Só se a outra pessoa for Cricket.
—Então, porque ele fez isso?
Cricket passa a mão pelo cabelo.
—Pela mesma razão que todo mundo comete erros. Ele se apaixonou.
E eu mantenho minha cabeça erguida para minha grande entrada, de mãos dadas com o garoto que me deu a lua e as estrelas.
Eu dei a ele um sorriso que era ao mesmo tempo quente e frio. Um que eu espero que diga, eu não sou mais aquela pessoa. Você não me magoou e eu nunca penso em você.
Nós passamos muito tempo pedindo desculpa um ao outro. Talvez devêssemos parar. Talvez precisassem nos esforçar mais para sermos amigos.