Sophia Malves
Vontade de ver,
Vontade de ter,
Vontade... de você?
O tempo passa, as coisas mudam.
Eu... Você... Mudamos.
Mas e aquela curiosidade não investigada?
Aquele segredo com promessa de ser guardado a sete chaves?
Confesso que lembro de cada detalhe dito de como seria, e delicio-me em sorrisos - imaginando.
Depois de tanto tempo, a vontade (ainda) pulsa nas veias, acelera o corpo e contrai e descontrai os músculos.
O mistério intriga e atrai os olhares - provoca... Como se não fosse parar até ser saciado.
Por que essa vontade - incessante - de você?
Na verdade nunca aconteceu nada e, talvez, pode ter sido bem melhor desse jeito.
Ainda dizem haver algo nas entrelinhas, talvez estejam certos, mas coisas têm de ser deixadas de lado quando não são suficientes ou priorizadas. Quando não é dada a devida importância, entende? E é o que pode ter acontecido, porque, cá entre nós, tinham poucas chances de dar certo, mas boas poucas chances e grandes ajudas.
Talvez eu devesse esquecer isso de uma vez por todas porque esse tipo de aventura não está no livro da minha vida. E foi você quem disse isso, me recordo bem – só não com estas palavras, sabe que gosto de acrescentar um drama...
Foram tantas as vezes que deixamos de nos falar, tentamos nos esquivar de nós mesmos. Mas o engraçado é que não adianta. Ainda há uma ligação entre nós que ninguém vai cortar, pois nem nós conseguimos e você sabe disso mais do que ninguém, porque é quem, na maioria das vezes, inventa ou até resgata um assunto.
Sinto que não queremos nos perder, mas sinto muito por termos perdido o que éramos antes. Éramos tão mais próximos, tão mais ligados, tão mais amigos, tão mais nós, tão mais que foi demais e por pouco não se tornou um nada.