Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto, em Portugal, no dia 6 de novembro de 1919. De família aristocrática mudou-se para Lisboa com dez anos de idade. Estudou Filologia Clássica na Faculdade de Letras na Universidade de Lisboa. Fascinada pelo mundo grego viajou para a Grécia e por toda região do Mediterrâneo, mas não chegou a concluir o curso.

Em 1940 publicou seus primeiros versos no jornal “Cadernos de Poesia”. A partir de 1944 se dedicou à literatura. Diversos poemas recordam sua infância, entre eles, “O Jardim e a Casa”, “Casa Branca” e “O Jardim Perdido”. Em prosa, escreveu “O Rapaz de Bronze” (1956), “Contos Exemplares” (1962), “Histórias da Terra e do Mar” (1984), entre outros.

Sophia participou ativamente da oposição ao Estado Novo. Foi candidata pela Oposição Democrática nas eleições legislativas de 1968. Foi sócia fundadora da “Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos”. Após a Revolução de 1974, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo Partido Socialista.

Sophia de Mello Breyner Andresen foi homenageada com diversos prêmios e honrarias, entre eles, “Prêmio Vida Literária” da Associação Portuguesa de Escritores (1994), “Prêmio Petrarca” da Associação de Editores Italianos (1995), “Título Honoris Causa”, (1998), pela Universidade de Aveiro, “Prêmio Camões” (1999) e o “Prêmio Jacob de Poesia” (2001). Faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 2 de julho de 2004.

Acervo: 35 frases e pensamentos de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Frases e Pensamentos de Sophia de Mello Breyner Andresen

Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Pudesse Eu

Pudesse eu não ter laços
nem limites
Ó vida de mil faces
transbordantes
Para poder responder
aos teus convites
Suspensos na surpresa
dos instantes!

Terror de te amar

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.