Soninha Porto
A minha coletânea construo-a dia-a-dia,
olhando minhas janelas, sinto que meu
espírito cura-se a cada novo poema.
Coisa de outro mundo:
o vento assovia nas minhas janelas, as roupas sacodem
fantasmas pendurados em varais.
A gente pensa a vida tão quadradinha...
de repente vem um filho e muda tudo,
aí eu entendo por que tem que deixar rolar...
o mundo é redondo...
Te falei da minha janela aberta?
Está ali sempre no mesmo lugar,
às vezes me faz voar por ela,
outras se fecha e a lágrima cai.
Escrevo. São tantos os sentimentos...
Me entrego, deixo fluir a vida
para não perder um só minuto
do que nela habita.
Você não me quis, nada contra mim, a distância,
falta de tempo, até que a luz se apagou.
A incógnita fim é o "x" em questão de amor.
O teu olhar de alguns segundos eternizou o amor, foi flecha ligeira que atravessou o espaço incerto do querer. Malditos segundos, irão corroer-me pela eternidade!
Sou incomum, sou errante, sou poeta. Regras nao me regram, erro e sem culpa, vivo o óbvio e o incerto, meus momentos alimentam minha poesia, saboreio tudo com muito gosto, e guardo aqui dentro pura intensidade.
Tem um lindo sol lá fora, tempo de escancarar as janelas e convidar o frio a ir embora. Falo o mesmo a meu coração
Às vezes quando estou 'p da vida', meus dedos que insistentes buscam versos, fazem um sonoro sinal de palavrão.
Sabe quando você tem a impressão de ter jogado palavras ao vento? Não chegam a lugar nenhum e ficam espalhadas pelo chão.
Ai amor, andei pelas ruas crivadas de olhos
tropecei em braços, escorreguei nas poeiras do asfalto,
sempre a procurar teu rosto, para sossegar meu corpo.
Vontade de gritar teu nome, correr para teus braços e te cobrir de beijos. Aqui, chove lá fora e o dia está cinza. E eu? Sem cor.