Solracotiz
Quem sou eu?
Sou eu mesmo?
Ou sou aquele que você quer que eu seja?
Quem sou eu?
Sou a hipocrisia, sou o bobo da corte ou sou o que o mestre mandou?
Quem sou eu?
Sou eu mesmo?
Ou sou aquele que eu queira que você pensasse que sou?
Quem sou eu?
Eu sou eu, sou eu, ou sou o que esperam de mim?
Quem sou eu?
Até quando vou ser o que não sou?
Não sei se sou eu, não sei quem eu sou, pode ser que sou você, pois sou o que você queria que eu fosse!
Quem sou eu?
E se quando minha hora chegar, não tiver ninguém por perto pra me abraçar, e nem mesmo minha mão segurar? Não se preocupem, sei que nesses segundos finais, na lembrança o que vai passar, serão os abraços e os beijos de tantas pessoas amadas, e todos na minha mão ha de segurar! Sei que na memória de alguns, eu nunca vou passar! E cada vez que de mim recordar, aonde eu estiver, com vocês vou celebrar! Pensem que a vida nunca se acaba, e tudo que somos, somos também um pouco de alguém que já se foi!
SEM TORMENTAS
A vida para mim e muitos de nós, pegos na tormenta, tem sido uma grande aventura pela sobrevivência, mas Deus tem sempre andado comigo, é que apesar de todos os embaraços, tenho sido feliz, e a necessidade não tem assombrado! Os sonhos vão ficando no caminho, mas deixar de sonhar é deixar de viver, e vivendo vou sonhando, até que o ar não mais chegue aos meus pulmões, e a vida se esvaireça, e ao apagar do meu brilho, que a Luz me lave, e leve, me leve pra junto Dele, no paraiso, é claro, é Lúz.
INOCÊNCIA
Ela menina, criança carente.
Corpo mulher, criança ainda inocente.
Ele menino, sempre atenção.
Corpo homem, pura obsessão.
Ela, desejo latente.
Ele, cobiça indecente.
Agora mulher.
A criança sumiu.
Nunca homem.
Criança assumida.
Mulher natureza, gestante doente.
Ele sumiu.
Ela se foi para sempre.
Pobre menina,
Futura criança carente.