Sol França
Era uma tarde de abril
E nada tinha de especial
Até abrir sua carta e nela uma única palavra
ADEUS
Nem eu sabia que doía tanto
E doeu
Mas você nunca saberá
Pouco restou a dizer
Ante os tons do cinza
que pinta a tarde que cai
Murcharam as folhas nos galhos
calou-se a passarada
Nem magia
Nem poesia
Nem alegria
E nem nada
EPITÁFIO
Dez abril já se passou
Desde o seu último adeus
Teu cinismo sepultou
Todos os sonhos meus
E no aniversário da morte
do falso amor que foi o teu
Velas venho ascender
Relendo seu epitáfio
"Desculpa. Foi erro meu"
Hoje a poesia acordou,
abriu a janela e gritou alegremente,
escancarando a vontade
de rimar versos inteiros.
Versejo
No verso que trago na alma
escrevo o amor em versões
Na aurora que traz o dia
Na flor que o aroma irradia
No velho que resmunga suas dores
Na criança que grita de alegria
Em tudo que se faz vida
Em tudo se faz poesia