Simone Pesci

Encontrados 21 pensamentos de Simone Pesci

Eu aprendi dar minha cara a tapa, porém enxergo a segunda bofetada com outros olhos. Eu já tive pessoas que entraram e saíram da minha vida doando um carinho inexistente, preenchendo um vazio superficial.

Já faz alguns anos que adotei a solidão como morada. Inicialmente pensei que fosse algo passageiro, uma fase ordinária. Mas com esse prazo de validade indeterminado, constatei o quão atroz és. Anseio por uma coletividade de prazeres — e, ao mesmo tempo, um regalo nessa terrífica morada que instalou-se no meu peito. Pode parecer loucura, mas essa desarmonia coletiva me faz querer continuar. Sinto falta da pessoa que fui, mas me adaptei nesse ninho eloquente e aconchegante, que abriga a minha obscura particularidade. No mais, por mais insano que pareça, ainda anseio tocar o poente. É isso!

O cenário literário nacional e suas vertentes... Um ensaio descompassado e permeado por brigas operárias. Não foi a toa que me restringi. A propósito, há muito mais que holofotes e guerra de egos. Um parecer saudável é o construtivo, o resto é ofensa. Ser escritor é escrever com o coração, independente do tempo verbal. Erramos. Acertamos. Aprendemos. Por fim: as palavras de ordem são RESPEITO e EMPATIA. Se não for assim, não há erro gramatical ou tempo verbal que aguente. Sou uma eterna contadora de histórias, nasci para escrever com o coração. PAZ!

Era um sentimento ingênuo...
que transformou-se em amor.
Mas devido as intempéries da vida...
seu coração dilacerou.
Agora, estilhaçada, deseja o coração remendar...
O reencontro foi doloroso...
mas nunca deixaram de se amar!

— Shhh... — ele a silenciou com o dedo indicador. — Que todo amor seja leve, e todo mal seja breve — disse, acariciando sua face.
Ela fechou os olhos e sentiu aquele toque divino...
Um toque que a transportava para outro mundo...
Um mundo onde não havia dores...
Um mundo onde não havia câncer...
Um mundo onde todo amor era leve...
Um mundo onde todo mal era breve.

[Quote do conto]: Ouça o seu coração

Ela estava perdida.
Ele estava disposto a encontrá-la.
E foi o que aconteceu...
Irremediavelmente perderam-se e encontraram-se.

***

Foi como mágica...
O que parecia impossível, tornou-se possível.
“A paixão e suas vertentes...”, pensou ela.

[Quote do Conto]: (IM) PROVÁVEL

E foi no desespero de uma vida sem sentido, que encontrei sentido na leitura. Desta forma, entrei de cabeça nesse mundo mágico. E depois de tanto viajar em histórias criadas por outras mentes, decidi colocar as minhas ideias em palavras. Afinal, seria assim que conseguiria desabafar minhas dores e alegrias; meus amores e desafetos... Estive "Entre o Céu e o Inferno", ouvi "A Voz do Meu Coração", viajei pela "Estrada da Morte" — e, por fim, estou tentando encontrar a minha "Redenção".

Não se trata de um estupro coletivo, mas sim de "estupros coletivos", pelo mundo afora, onde o que prevalece é a cartilha do mal, rabiscando vidas e impossibilitando-as de possibilidades; onde o cinza ofuscará de forma terrível o colorido que, até então, todos têm direito. E o mais triste é ficar de frente com uma plateia que faz deste trágico e terrível rabisco, um show, mostrando o quão a humanidade é desumana, além de imperceptível a dor do rabisco alheio. Eu nem sei mais o que dizer, só sei sentir a dor do rabisco.

Antes do parecer vem o respeito, e se você não for capaz de respeitar, então não o faça.

Eu clamei a Deus uma mente e coração menos insanos, mas a minha fé mostrou-se abalável, me tornando o fiel mais descrente do mundo.

[Quote do livro]: Dezesseis, A Estrada da Morte

O mundo é adornado em trapaças. Porém, o que me entristece, é bater de frente com a mentira. Não suporto evidenciar falsos benevolentes. Quando assim apercebo-me, me afasto. Tal qual afastamento, desde que verdadeiro, é retificante.

Eu aprendi!
Aprendi a levar porrada e me erguer.
Aprendi a me calar e escancarar o verbo.
Aprendi a me retificar e me revigorar.
Por fim: Eu aprendi!

Seria aquela, a tal liberdade que eu tanto ansiei? Uma liberdade livre de maldade.
Em meus pensamentos, sequer havia espaço para me lembrar do inferno que nos fizera fugir.

[Quote do livro]: Entre o Céu e o Inferno

Dentre tantas que eu já levei, essa está sendo muito difícil. E eu que pensei que a minha cota de rasteiras já havia evaporado pelos ares...

Às vezes penso em pegar o meu Opala metálico azul e também dar um fim na minha vida, é quando me dou conta que este é um dos personagens que escrevi, e que não tenho nem um Opala, ainda menos a coragem do Johnny. Então me dá aquela revolta e a vontade é de sair por aí, chutando o pau da barraca e cometendo loucuras, assim como a minha doce/amarga Alex, outro personagem que criei — e, novamente, me lembro o quão fraca sou. Como eu queria não sentir... O problema é que se eu não sentisse, não seria eu. Por fim: era pra ser um desabafo, mas tornou-se uma confissão.

Que me desculpem as putas, mas somos filhos de uma pátria puta.

Eis que penso: ela encontrou a paz, e não precisou brigar por isto. Seu coração, hoje, perdura no amor de Deus. E isto, apesar de revoltante, é um consolo.

[Trecho do desabafo]: Os bons morrem jovem, em memória de Pâmela Cristina de Sá

— Sua boca fala o que o seu coração sente?
P.S: A minha, SEMPRE!

Ahhh, refletir... Como nos damos bem: esse eu e você; esse você e eu. Sinto que ainda teremos um longo caso de amor.

Se somei ou subtraí? Afirmo que ainda uso muito deste cálculo errôneo.

Do céu sorvi a ventura;
Do inferno, o esquecimento;
Voei planícies distantes;
Ansiando comprometimento...

Do inferno tive a brasa ardente;
E a insanidade que maltrata;
Do céu tive o amor resplandecente.
Da lucidez que retrata;

Do fogo conheci a dor;
Da água, o amor;
Abaixo o beijo da morte;
Que por pouco não me levou;

Do amor tenho o céu;
Que assim, me curou;
Do ódio, o inferno;
Que infindavelmente, será meu pavor;

Céu, Inferno [...] Paraíso!

[Epílogo]: Entre o Céu e o Inferno