Sílvia Vidigal
FAZES-ME FALTA
Fazes-me falta
Fazes-me falta ao amanhecer e ao anoitecer;
Faz-me falta o teu abraço
E o teu beijo quente;
Faz-me falta o teu corpo junto ao meu;
Faz-me falta o teu profundo olhar
Faz-me falta o alimento da tua alma...
Porque sem ti...sou faminta
Porque em ti eu existo
Sem ti sou matéria...contigo sou alma;
Contigo sou melhor!
Um dia sem ti
É um dia incompleto...estou, mas não sou!
Fazes-me falta!
És meu ar, meu alimento
Sacias minha sede...minha sede de ti
Preciso-te intensamente; Constantemente; Alucinadamente...
Diz-me
Se este querer te assusta
Ou se este querer te completa!...
Diz-me, porque preciso saber...
Se entro mais ou se saio
Porque se entro sem tu entrares;
Melhor será eu sair
Porque pior do que sem ti
É contigo...sem me quereres assim!
Fica!
fica mais um pouco...
Deixa que o tempo passe (sem pressas); deixa lá fora todos os teus pertences, todas as amarguras, as tristezas, os falatórios, as contas por pagar, as desilusões...
Aqui, somos só nós, despidos, despreocupados, um pouco loucos (ou muito loucos até), sem disfarce, despidos de couraças, despidos de vergonhas,
neste nosso espaço, nesta nossa vontade, de ser, de estar, de ser livre, de amar...
onde o tempo não conta. onde a imaginação flutua e nossas almas se unem, em uníssono! onde tu e eu beijamos a lua, abraçamos o sol, conquistamos planetas inabitáveis,
apagamos o fogo que nos queima, na imensidão desse mar...
Fica!
Deixa-te embalar - no berço do meu colo - !
Deixa-te ficar - na grandeza do nosso profundo abraço - !
DANÇA DOS SENTIDOS
Chegaste sem pré-aviso!
Entraste na minha vida, de modo subtil e inesperado,
nossos olhares cruzaram-se, teu sorriso hipnotizou-me;
Beijámo-nos como se não houvesse amanhã…
O meu corpo recebe o teu, numa torrente de sensações;
Adoro os beijos ardentes que me põem em estado febril
Em estado de loucura
Adoro as tuas mãos a serpentearem pelo meu corpo,
Descobrindo-o;
Nossos corpos mergulham numa dança sem nome
Numa dança a dois,
Sem coreografia certa,
Sem estilo definido,
Que segue os impulsos, estilo livre…
Ora suave como a brisa,
Ora revolta e frenética, como a tempestade
E, de uma forma irracional, quase selvática,
Louca,
Todos os músculos do meu corpo
Se distendem,
Nessa dança dos sentidos
Num frenesim vulcânico até…à derradeira e explosiva erupção!!
E depois…a calma, a leveza
E por fim, mais uma despedida
Mais um adeus, sem vontade!