Silvia Aparecida Maias
NOVA XAVANTINA
Andar pelas ruas de Nova Xavantina é interessante, pois podemos observar coisas que já não vemos mais nos grandes centros.
A terra ainda úmida pela chuva que caía a noite passada, as flores de um vermelho carmim, fortes e eretas mostrando sua imponente fragilidade. As mangueiras verdes pintadas com o amarelo e vermelho das mangas maduras.
É Dezembro e o Natal se aproxima.
Roupas penduradas nas cercas de arames das casinhas que povoam as ruas.
Numa casa o som de uma música no rádio tira o silêncio e o gato ouvindo o som, se lava com lambidas demoradas, sentado na soleira da porta.
Mais uns passos e o barulho de moscas tira novamente o silêncio do ar. Uma rã esmagada por algum carro, parece mais uma folha de papel pintada com moscas alvoroçadas, brigando por um lugar. Alguns metros a frente pode se ouvir as moscas novamente, outra rã? Não! Uma manga esmagada pintada de moscas alvoroçadas que também brigam por um lugar. Até as moscas têm preferências, carnívoras ou frugívoras.
A casa do São Paulino está para alugar. Quantos sonhos encheram aquelas paredes, quanto amor! Hoje, uma casa vazia procurando alguém para morar.
Quantas vidas nas quantas casas! Quanta dor; luta; amor! Certa vez pensei que queria ser um gigante e poder olhar nas janelas das casas para curiosamente ver como viviam as pessoas. Agora, ainda penso no que elas vivem e como resolvem seus problemas.
Se eu fosse um gigante poderia ajudá-las; era assim que eu pensava. Hoje, penso que talvez se eu fosse eu mesma com coragem de bater naquelas portas e oferecer ajuda e dar um bom dia do coração eu pudesse ajudar de verdade.
Não preciso mais ser um gigante só preciso ser eu mesma.
Quando a gente se sente incapaz de fazer alguma coisa pensa em coisas impossíveis que é para deixar para mais tarde o que não pode fazer hoje.
As casinhas de Nova Xavantina estão cheias de gente, gente como eu e você, gente que ama, que passa em cima da rã, que chupa a manga, que estende roupa em varais improvisados, que faz de um pé de acerola uma linda árvore de natal.
Quem vive nesta cidade não teme a vida e nem a morte. Quem vive nesta cidade ama a poesia e acredita na sorte.
Aqueles que amam Xavantina amam de verdade. São ricos ou pobres, mas dela não roubam nada, apenas pegam emprestado o açúcar da vizinha até o dia do pagamento, se este sair, senão fica para o mês seguinte. Senta na calçada, conta estórias inventadas, conta histórias reais, o povo desta cidade.
A cidade mágica do Centro Oeste é pequena em tamanho e em população, mas grande de coração.
05/06/10
ACREDITAR
Insegurança é o não saber o que fazer nem como fazer alguma coisa.
Na verdade é “achar” que não se sabe o que e como realizar alguma coisa.
Tem tanta gente com potencial e QI para fazer de tudo, mas basta alguém colocar dúvidas e a certeza desanda e nada sai conforme o planejado.
O que é preciso para se ter segurança? Doses e mais doses de otimismo é a melhor receita. Para se conseguir fazer qualquer coisa é necessário a auto-confiança estar em dia, equilibrada e na ativa. Aquele que não acredita em si mesmo não pode fazer nada, pois a segurança tem que vir de dentro.
A pessoa auto confiante não se deixa abalar com comentários de outrem.
É preciso acreditar em si mesmo para que as pessoas que estão em volta também acreditem. Ninguém gosta de time que está perdendo. Se não houver muito amor pelo time, o melhor é torcer para quem está ganhando. Ninguém investe em negócios que estão falindo, ninguém quer comer o que não gosta e mais do que tudo: pessoas não vibram com derrotas. A vitória sim é motivo de comemorações.
Há aqueles dias que podemos até estar um pouco fora de forma com nosso otimismo, mas tem que ser coisa passageira. Bom humor, alegria e palavras positivas sempre acompanham o vencedor.
Seja você também um vencedor acreditando que é o melhor naquilo que faz e faça sempre tudo com muito amor.
Vencer é uma questão de acreditar.
05/06/10
Eu tinha a idéia de que o Presidente da República seria um homem que lutasse por todo o seu povo, sem distinção e que torcesse para todos indistintamente. Hoje eu vejo que estava enganada, Presidente tem preferências dentre seu povo, escolhe aqueles que podem estar a seu favor mas coloca de lado aqueles que podem ser contrários às suas idéias. Mesmo que as idéias devam ser contestadas para o bem de todos. Isso me parece mais uma ditadura do que uma república mas em todo o caso, eu não entendo mesmo muito de política. Mas me enganei redondamente quanto as atitudes de um presidente. Fazer o que né, eu moro aqui e espero que Deus esteja conosco, mesmo se o presidente não estiver. 09/10/2010