Sildácio Matos

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⁠Cortinas se abrem
Cortinas se fecham
Várias vezes, por vários anos.
Até que saiamos de cena
Pela vez derradeira.
No último ato, percebemos:
Éramos nós, a plateia
Éramos nós, o único ator
O único coadjuvante
O único figurante...
Sem ensaio
Sem teatro
Sem palco, e sem diretor.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Aspiraçoes vãs, vãos desatinos
A vida é um eterno moribundo
Rastejamos como vermes, nesse mundo
Acreditando um dia sermos salvos.
E a mente segue solta, deslumbrada
Alimentando de mentiras seu caminho
Enquanto a alma se debate atordoada.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Poetizar a vida
é cumplicizar-se,
estremecer, sorrir e chorar
com a mesma intensidade.
Apertar-se, espremer-se,
anistiar-se de tudo.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Os grandes, os nobres de pensamento, só encontram amparo em seus semelhantes. Não esperam sintonia de mentes medíocres.

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Vivemos uma peça surreal,
à margem, a realidade nos procura,
olhamo-nos diariamente com ternura,
no entanto, quase nunca nos tocamos.
A vida nos obriga a muito:
A ficarmos calados...
a ficarmos doentes...
a ficarmos tristes...
ou mesmo contentes.
Nos deixa aflitos
ou apaixonados...
explodindo de alegria
ou desesperados.
A vida apronta
e também ensina,
a vida apaga,
e a vida ilumina.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Eu canto... não por estar feliz,
mas por imaginar que as lágrimas
dançarão no meu rosto.

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⁠Não é o banal, que me agiganta
nem o corriqueiro, que min'alma guia.
Mas o vendaval, que explode em mim,
e essa vontade voraz, que nunca me sacia.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠É a fuga necessária,
a que te faz vencedor.
Fugir para não morrer,
não morrer, de tanto amor.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠A vida tem o "dom" de nivelar...
Cedo ou tarde, seremos todos nivelados
Com a justa aceitação dos destemidos
Ou a resistência fugaz dos condenados.

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Não são minhas tristezas que me matam,
nem minhas angustias ou frustrações.
Não são meus medos que me atormentam,
nem meus pecados ou contradições.
Mas a certeza da saudade que não tarda, inevitável ao coração.
E o observar dores alheias impotente, estático como um cão!

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠A culpa é sempre má companhia!
Nela, só se enxerga a noite, nunca há dia.
É irmã siamesa, que vicia,
contamina a alma e silencia.
É água que, por mais que se beba, nunca sacia!

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⁠Não comemoro frivolidades,
nem me deleito com elogios,
renego seres supérfluos, previsíveis...
cultivo a realidade sem floreios,
nela encontro algum sentido.

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⁠A mulher é um ser fantástico. Se alguém consegue tocar-lhe, de fato, o coração, não importa o que aconteça, ela jamais será de outra pessoa.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Sintonias improváveis
sem qualquer explicação
olhares que se visitam e falam
como um caos na escuridão.

Reencontro de almas nuas
que remetem à paixão
te arrastam sem piedade
sem remorso e sem razão.

E o enigma se instala
num sentimento pagão
perde-se a cor e a fala
bate asas, coração.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠A mãe veio ao mundo
Pra fazer valer a pena...
Ensinar que uma dor grande
Pode se tornar pequena.

Que a vida vai aprontar
Que as quedas vão ocorrer,
As lágrimas, escorrerão...
Mas ela vai sempre estar lá
Grudadinha em você.

Sorrindo ao nosso lado
Para a gente perceber
Que embora ela chore por dentro
Vai sempre te defender.

Que o amor que ela entregou
Jamais vai cobrar de você,
Nem as dores que ela sentiu
Você irá conhecer.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Aí, aprendemos a decifrar os sorrisos
compreender melhor os olhares
interpretar os gestos e atitudes sutis,
tanto, que as palavras quase não importam.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠As vezes a sanidade me foge
- a pouca que me restou -
e fico alheio, quase mudo...
como um cão faminto,
que revira o lixo e se alimenta,
apesar de tudo.

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⁠É sem o burburinho das multidões
E sem os olhares deslustrados da plateia,
Que o homem se descobre em solidão
Se reconstrói, se reinventa e se revela.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Somos as vítimas culpadas,
feras mal domesticadas
doutrina e doutrinador.
Somos a indiferença macabra
a curva, a encruzilhada...
o sorriso a insensatez o pavor.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠É a doutrina à idolatria, a coisa muito certa, que me incomoda; não há nada de “orgásmico” nelas.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠A vida tem o "dom" de nivelar...
passar por cima das vaidades
igualar as discrepâncias
te sacudir, te ensinar.

A vida tem o "dom" de nivelar...
Cedo ou tarde, seremos todos nivelados
Com a justa aceitação dos destemidos
Ou a resistência fugaz dos desgraçados.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠Não temo morrer à míngua; temo morrer miguado.

Inserida por sildacio_matos_filho

⁠A solidão é um ensaio para a morte.

⁠Já olhei pela janela e vi o caos,
já olhei pela mesma janela,
e vi calmaria. Não está fora,
está dentro!

⁠O que eu tenho a fazer é bem pouco,
logo, a vida não importa tanto...
Sei que fui riso e fui lágrima
Que deixei saudades nalgum canto.

A ilusão não mais me guia
a esperança morreu, como deveria,
como uma fogueira que se apagou
em noite extremamente fria.

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