Sidiney Breguêdo

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Só o coração tem cordas que amarra

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A linguagem da internet é uma linguagem pasma, pontuada, sem ter ponto nenhum. O poeta disse: Deus me proteja da linguagem da net.

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Se todos os homens se juntassem em um só, e respeitassem a si próprio, a natureza não precisaria defender-se com fogo e água.

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O grito do povo pode romper a intimidade do governante e causar uma insônia de mil anos.

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Não tenham medo deste monstro chamado conhecimento, ele não vem para levar ninguém, ele vem para ficar.

Se todo o céu caísse de uma vez, talvez o homem ficasse mais feliz com suas teorias. Não existe razão para acreditarmos, depois de conhecermos a arte dos políticos brasileiros em demônios piores.

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As salas do cérebro são quentes, chegam a fritar tudo que tem na cabeça do povo leigo. Uma leitura não faz mal a ninguém, pois é ela que é o ar condicionado possível nesta seara. Todavia não adianta sair lendo aleatoriamente qualquer placa pelas ruas. O que se deve ler, na verdade, é o alimento para a alma, aquilo que te trás calma ou levanta questões relevantes.

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Não tenho dúvida de que duvido de tudo.

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Todos os escritores escrevem para o homem, o poeta escreve para Deus.

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Eu não penso, eu dispenso.

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A LÍNGUA

vamos maltratar esta língua.
Vamos começar a frase com
O pronome oblíquo,
Pontuar as letras com cocô de rato.
Vamos descumprir todos os tratos.
Precisamos ignorar a norma culta,
comer sem descascar essa fruta,
Porque assim, de fato,
Vamos nos alimentar.
Vamos esquecer os pontos, as vírgulas,
Vamos cortar à mão mesmo,
Sem tesoura.
Devemos fazer algo que não seja
Tão reto...
Vamos esquecer o correto.
Vamos assassinar a professora
Que chamávamos de tia.
Escola da ditadura
Não pode ditar a nossa cultura.
Vamos fazer o texto sem
Assinatura.
Letras podres ou maduras,
Que importa?!
Nossa língua,
A do povo,
Já está toda torta.
Essa é a nossa lei e o nosso lugar!
Vamos falar tupi com sotaque nordestino,
Isso vai soar bonito
Como o som de um violino
No ouvido europeu.
Vamos ignorar o tempo e o verbo.
Vamos retirar do vovô o chapéu.
Vamos chamar mundo de mundéu
E mundano de soberano.
Ao poder com o povo,
Porque o único poder que conheço
É o da língua.

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BEIJO NA MÃO

Beijo sua mão
Porque nela toquei primeiro.
São as mãos que unem a todos
Num aperto de trégua ou desespero.
Pode ser paz ou guerra,
O derradeiro suspiro.
Beijo sua mão, porque é um gesto bonito,
Foi com ela que depois corri seu umbigo.
Foi com ela que te disse adeus.

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O amor é como tudo e como nada, nos sufoca sua presença, mas sua falta nos mata.

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O Supremo Tribunal Federal é a casa de todos os brasileiros, entretanto tem regras absurdas, queria entrar lá com minha simplicidade como os índios brasileiros fazem.

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Esse negócio de gênio não existe, o que existe é uma porção de pessoas comuns se deliciando com a coragem de quem pegou os livros para ler.

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Eu gostaria de acordar deste sonho que é vida.

Qualquer um pode escolher caminhos, mas poucos conseguem atravessá-los.

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Só conheço uma linguagem entendida por todos: a do corpo. Pois é o corpo que ocupa os espaços vazios entre as várias línguas faladas no mundo.

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Não tentem decifrar um analfabeto, vocês não vão conseguir.

Inserida por breguedo

Escrever é tão simples quanto falar, mas as responsabilidades implicadas no ato de escrever são uma barreira quase impossível de se ultrapassar quando somos falantes descuidados.

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ACIDENTE NA AVIAÇÃO

Boi, boi, boi,
Boi da cara preta
Pega essa caixa preta
Para a gente saber
O que aconteceu
Com o air buss.
Aquela gente está
Debaixo do mar
Entre a França e o Brasil,
Então, não guarde segredo,
Podem estar vivos
E com muito frio.
Dentro do seu berço
Alguém pode nascer de novo.
As tuas verdades
Causam ânsia e pavor.
Boi, boi, boi,
Boi da caixa preta
Salva essa gente.
Mostra para a marinha
O novelo de linha
Que leva aos
Sobreviventes.

Inserida por breguedo

GRIPE SUINA


A minha tosse
É mais forte que a tua,
A minha tosse
É crua.
Se o governo
Não cuidar
Vai matar nossas
Crianças
Mas também
Seus marajás.
Viagem ao Paraguai
Não trouxe só bugigangas,
Veio lembrança do México.
Mexerico feito
Nos laboratórios americanos
Quis fazer
A américa latina
Entrar pelos canos.
Essa é mais uma
Dos americanos!
Essa é mais uma
Dos americanos!
Essa é mais uma
Dos americanos
Que tem como
Bode expiatório
O povo mexicano.

O alimento definitivo

Recebe, minha deusa, os meu beijos cortados
Na mesa do café, como o leite e o pão.
Que te nutre o espírito
E te põe de pé.
Se preferir com manteiga,
Parta ao meio.
Sou um campo de centeio.
Sorva-me com chocolate,
Com mel,
Sou seu menestrel.
Quando me mastiga
A música sai de mim.
Sabes que sou assim,
Preciosa opala.
Chupa-me como a uma bala.
Para sua boa digestão
Deite-se, sou sua rede.
E lá pelas quatro quando acordares
Eu mato sua sede.

Inserida por breguedo

A verdade,é que temos que ter dias para sermos criança, também, irresponsáveis até. Para conhecermos nossa alma, temos que arriscar os sentimentos mais inusitados, todos os dias. As mesmas ruas, as mesmas casas não têm o cerne da poesia, não, não têm. As mesmas palavras, os mesmos amores, a mesma saudade, não tem o gosto de barro molhado das boas poesias. Precisamos voltar a ser meninos! Insisto nisso. Pois a poesia está lá, naquele limbo particular, não está perdida, foi deixada por nós mesmos, quando a vida não precisava ter significado. Hoje, buscando significado, nos dignificamos a ter medo. Ontem eu estava bem moleque, liquei a câmera para buscar o menino levado da infância. Rabisquei um caderno com lápis colorido (foi o primeiro que achei), terminei sentando, depois de brincar no orkut, no chão da biblioteca da faculdade lendo Fernando Pessoa.

Inserida por breguedo

Queria escrever uma onomatopéia sobre o amor. Silenciosa, sutil, mas verdadeira e forte. Seria minha obra definitiva. As poesias todas não falariam como seus sons.