Sergio Vicentin
DA DISCUSSÃO
Me diz que te passas, se abra, me fale
Quero entender, ouvir teus pensamentos
“Não podes, não deixo, só lamento
Pois em mim está trancado por chave
Compreendes que não podes tomar o que é meu?”
É mentira, não deves dizer absurdos
Pois por ti laço o infinito dos mundos
“Vejo que és grande, te amo e sabes
Mas não deixo, não quero, em ti não cabes
Compreendes que não podes tomar o que é meu?”
Desvanece tua arrogância!
Cabe a mim tamanha importância
“Por que quer saber tudo? Por que insiste?
Se em mim entrou a tristeza, por que me exige?”
Porque és minha, e eu sou teu
Compreendes que não podes tomar o que é meu?
Nunca falei que te amo, nunca disse que sentia
Ao encontro do possível, demonstrei quando ninguém olhava
Não pude ser mais breve, pra dizer se existia
Incertezas, certezas, paixão ou palavras
Tenho medo, sim, do que me espera
Entre os olhos que tantos me passam
Ter um dia que me prender aos laços
Enfrentar algo que não quisera
Mas não escute somente, dê resposta ao que digo
Se um dia pelo menos sonhastes comigo
Porque tenho desejo de viver a vida
E deixar de ser prisioneiro, como se livre quisera um dia
Diante do feito de eternidade
Seu sangue por nós foi dado
Mas tão alto sacrifício sabes
Que nos limpa de todo pecado
Sangue puro, sangue alvo
Sangue de valor inestimável
Sangue vivo, sangue salvo
Sangue Primeiro venerável
Não se pode mensurar tão alto valor
Mesmo assim continuas a ver melhores
Aqueles que destino pior corres
Por não entender tão grande amor
Enquanto achar que o mundo é seu caminho
Te digo que não sabes por onde anda
Erga e tire a venda que seus olhos tampa
Para enxergar que nunca andares sozinho
De todas as ruas que pela vida passas
Feche os olhos para que sua mente veja
Que o mundo da razão ainda peleja
Por não ter explicação à real graça
Os hojes dos dias
Hoje sofro
Mas não dor sofrida em gemidos
Sofro imensa solidão
Da pessoa que tem muitos amigos
E ninguém para me dar a mão
Hoje sinto
Que de tantos corações ganhos
Poucos valerão a pena
Quando em prantos contar os pontos
De um jogo por coisas pequenas
Hoje vejo
Um mundo que em desamor sofre
As dores do parto dos feitos
Dos atos que, desgraça, tão nobres
E motivos de doerem o peito
Hoje faço
Dos meus dizeres a cerimônia mais bela
Para dar ao mundo uma chance
De no meio de rosas e pétalas
Enxergar que nem tudo é romance
Hoje venço
Pois nada vale, nada tenho, nada sou
Mas um nada que deixou sua marca
Viver o seus feitos como o que restou
E mostrar ao mundo as moedas de prata
Hoje deixo
Escrito em versos doentes
Uma canção que por si só fala
Uma luta entre coração e mente
Pra dizer se amo, se faço, se nada
Sobre um mundo perdido
Conheço você, será que conheço?
Só quero o que posso, só posso o que deixas
Será que no fundo de tanta frieza
Existe o que tanto desejo?
Ela é tímida, discreta...imensidão
Do puro frio do inverno
Que envolve meu jeito inverso
E se torna calor do verão
Ela é sensata, esperta...engraçado
Pois seu jeito sempre tranquilo
Me cerca sem nenhum perigo
E se torna o meu agitado
Ela é metida, completa...nem ligo
Porque em você tenho achado
O amor tão procurado
Que estava num mundo perdido
Almas e correntes
O que pode derrotar alguém
Se não as suas próprias mazelas
Que vividos de forma singela
Te destroem e te tornam ninguém
O sopro que de noite assola
As dores que não te esquecem
Os motivos que te desmerecem
E gritam como quem pede esmola
Em meio a tudo escuto dizer
Que as trevas não escondem a luz
Daquele que aceitou Jesus
E que nada O pode deter
É de certo formado em vitória
Que não há escuridão que vence
Ou sequer mal que um dia aguente
Sufocado por tremenda glória
Vejo hoje depressão que cresce
Por motivos que por nada anseio
Mas como espada correndo o peito
Vejo Deus que em tudo aparece
Não há medo ou ranger de dentes
Pois houve perdão a todo pecado
E não só novo homem é achado
Mas liberto de todas correntes
Terra, campo e rio
Caminhando pela estrada de terra fofa e desmerecida
Vejo pedras que seguram o caminho tornando-o transponível
Vejo flores que embelezam a vista, o olhar, a imagem, o espírito
Vejo passos tão pisados e tão evidentes que nos lembram cicatrizes,
Dores voláteis que duram uma eternidade, e não duas, como se achava na primeira semana
Ando pela estrada agora aberta em forma de campo,
Não me sinto à vontade, não costumava passar por aqui
Neste pedaço de terra me parece existir felicidade,
Não acreditemos nela, não acreditemos muito,
As flores e as árvores são conhecidas por mentirem mentiras contadas sem uma única voz
Não desmereça a caminhada!
Chegamos ao rio, nele me sinto consumido pela esperança
Pelo toque suave de uma única gota que me liga aos mares e aos mundos
Posso me desfazer das roupas: sapatos, capas, chapéus e máscaras,
Agora sinto seu toque frágil e restaurador,
Vejo o céu mais próximo do mar, parece tocá-lo, parece querer me tocar,
Mas n deixo, desfaço rápido toda excitação radioativa e me visto rapidamente
Não poderia deixar o céu vir a mim, eu preciso ir até ele
Vestido de sapatos, capas, chapéus e máscaras