Sebin
Carta ao meu passado distante
Debrucei pela tela e revi você, encontrei nas linhas de nossos e-mails a nossa história sem final feliz, as promessas, juras e sonhos que conjugamos um ao outro, e foi então que perguntei ao meu passado: por quê? Se éramos tão jovens, cheios de expectativas, se a cidade era nossa e os sorrisos eram fraternos. Ao reler cada linha, eu voltei e encontrei o menino feliz, o menino encantador, o menino que bateu em minha cara e pediu "acorda", pois ali estava eu e meu passado, afrontando suas linhas e seus desejos, seus pedidos e seu "eu te amo" no final de cada e-mail enviado. Onde erramos? Onde pecamos? A ponto de não perceber que a felicidade vai embora tão logo quanto chega? Hoje, quando os fios brancos aparecem, costuma me cobrar tanta coisa, e talvez reler esses contatos me fizeram perceber o quanto fui omisso, o quanto errei, o quanto não valorizei. A vida cobra por cada detalhe, e o tempo não perdoa nosso passado distante.