Saulo Lacerda
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Transferiu suas dores para as folhas de papel,
Para viver livre como ave no céu,
Sublinhou cada detalhe da sua viagem,
E espalhou toda a sua bagagem,
Aqui na terra, equilibrou-se nas entrelinhas,
Para poder viver agora no céu com estrelinhas,
Cada gota de lágrima derramada serviu,
Pois contruiu morada eterna no céu de anil,
Em paz..
Váis...
Foi...
Impresso no coração de quem lembrar,
Poeta não morre; nem jamais morrerá,
Pois, nem mesmo o silêncio,
Há de silenciar.
Em paz...
Viveu...
Foi...
Impresso no coração de quem recordar,
O Poeta não morre; nem jamais morrera.
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Eu escrevi minhas dores,
Na poesia, eu me mostrei,
Mas o pranto aberto,
Para mim mesmo guardei,
Por falas, fui surrado, flagelado,
Porém, minhas aflições
Ficaram no peito, trancado,
Desenhei as lágrimas minhas,
Sofri em silêncio, calado,
Pois, eu vivi nas entrelinhas,
Escondendo o sofrimento meu,
Mas, ninguém me entendeu,
Fechei as corrinas, sair de cena,
Viajando na tinta da minha pena,
Pelas folhas de papel escorri,
E de tanto sofrer, cansei, morri.
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No início de mim, eram sorrisos soltos ao vento,
Eu entrava no jardim, ouvindo o susurro das flores,
Enquanto sentia a suave brisa, sob a luz do luar ao relento,
Não cabia dentro do meu coração, do passado as dores,
Ah, noite singela no término do verão, céu por estrelas cravejado,
Sentimento encarnado, entranhado em minha pele,
Pois no início de mim, eram sorrisos soltos ao vento, revelando meu passado,
E agora, vivo meu presente, esperando que meu futuro se revele.
Entreligando-me, tudo o que fui no início de mim
Onde estive, onde estou, até o fim, ou talvez, um novo de mim.
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Por dentro, não há quem pinte cores,
Por fora, existem "maquia-dores";
Há lentes que mudam dos olhos a cor;
Mas não escondem as lágrimas de dor,
Expostas, vestes finas que a pele camuflam,
Porém, as feridas internas da alma, não curam,
Faltando na vida real, a terna amabilidade.
Corpos flutuando na inércia superficialidade,
Cinza por dentro; fora, cheios de cores
Dueto na face; coração ausente de amores
"Sarcastisando"e banalizando da vida a dor;
Humanos vassalos na ilusão do falso amor.
Sorumbáticos são estes corações enfim,
Exilados, apenas esperando da vida o fim.
Nossa alma é bem mais profunda do que se pode imaginar.
Não será na superfície que encontra-la-á;
Superficialidade apodrece.
Alma permanece!
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Quando eu não mais
Puder escrever,
Serei apenas uma sombra,
Indo em direção à luz,
Não estarei mais em minha carne
E nesse momento,
Minh'alma despir-se-á da matéria
Serei apenas uma sombra
Indo em direção à luz,
Talvez possa eu, ouvir as orações,
Que serão feitas
Ao meu corpo frio e adelgaçado
Deitado dentro de uma urna de madeira,
E na tristeza
Do meu espírito galgo de paz
Em meio ao silêncio gritante,
Da lágrima que escorre,
Afagarei como brisa,
O rosto dos presentes,
E pedirei ao Criador alívio
Aos corações,
Pois, quando eu não mais
Puder escrever,
Já não mais haverá
O fôlego de vida em mim,
Sim... quando eu não mais puder escrever,
Já não estarei mais aqui,
Mas estarei na memoria dos que assim lembrarem.
No flutuamento do seu pensar,
Seu coração pulsando estar,
Diagnosticando su'alma,
Que a todo instante, perde a calma,
Seus olhos se vão no horizonte,
E ele, cada vez mais distante
Entranha no seu corpo, a lira,
Neste ser alado que ainda respira,
Largou a sua bagagem no chão,
Esvaziando de vez o peso na sua mão,
E no seu íntimo, refúgio existencial,
Livra-se da dor que lhe causa mal,
Dizem que ele é poeta; deveras.
Alquimia és tu, Poesia, que a até ele "vieras",
Dizem que ele é poeta; ele diz: "Quem dera!"
Pois, encarecidamente disseram,
E os versos, até ele vieram
No extato momento,
Sendo para ele, fomento.
E nestes versos, dizem que ele é poeta?
Deveras; Quem eras, Poeta?!
Cores
És
Flores
Quando
Fores
Os
Amores
Pois
Fostes
Minhas
Dores
Nas
Noites
Meus
Açoites
Utopia
Fugaz
Vigia
D'Alma.
Quando entrastes no meu quarto sorradeiramente,
A porta do meu quarto estava fechada,
Mas os meus olhos estavam abertos,
E meu coração escancarado esperando por ti,
Óh amada minha; És a lua da minha inspiração,
És a minha expiração; Respiração.
Suspiro por ti; Vivo por ti;
És minha vida, querida.
Profano são os meus pensamentos, Quando visito o teu corpo e encosto meus lábios aos teus.
Conjurando à minh'alma, todos os desejos teus e meus.
O esmagamento do proletariado,
Decretado pelos burgueses autoritários.
País fadonho de tanta vergonha, pelo mundo à fora.
Na estrada da vida, sou uma mera, simples e pequenina pedrinha,
Que se move a cada vento que sopra,
E aos poucos,
Vou chegando ao final da minha jornada.
És fomento do meu coração e da minh'alma
Alivias toda minha a dor,
E traz-me a calma,
Tu? És meu amor.
Faça dos seus erros degraus para construir uma escada de acertos.
E não culpes ninguém por teus fracassos,
Use-os como pavimento para estrada da tua trajetória,
Pois a jornada é longa, mas é finita.
Somos instantes em instantes,
Instantes, aproveitando instantes.
Silênciosos instantes;
Tornamo-nos-á somente instantes?
Não, utopia, ternura e quimera.
Quisera instantes, para mais instantes,
Nos instantes que fomos, somos, porém não mais seremos.
Para que, para sempre, instantes em instantes, sejam eternizados nesses breves instantes por toda a eternidade!
Se tu não compreendes e nem respeitas a essência e o jeito do outro ser, o problema não está no outro, o problema estar em você.
O que muda indo na escuridão do íntimo,
À visão do cego que queria enxergar.
Visão enxergada pelo cego que tudo conseguia vê.
O íntimo revelando-se a olhos despidos
Olhos da divisão do corpo entre a alma;
Alma de olhos profundos,
Que não almeja jamais as coisas obscuras e irrelevantes desse mundo
Por vezes tão impuro.
O tempo voa, ele se esconde e... A vida é um sopro. Somos efêmeros aqui na terra, mas eternos do coração daqueles que sempre manterão nossa lembrança viva. A saudade é o alimento da recordação, da lembrança e o motivo para que nunca, jamais, esqueçamos daqueles que se foram antes de nós. Até porque, eles morrem terrenamente, mas passam a viver dentro de nós, passam a fazer parte de nós.