São Gregório Magno
Proclamar aquilo que o coração acredita:
O clamor de Cristo fica sufocado em nós se a língua não proclama aquilo que o coração acredita. Para que esse clamor não fique sufocado em nós, é preciso que, na medida de suas possibilidades, cada um manifeste aos outros o mistério de sua vida nova.
Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam.
Tudo o que possuís esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terenas, sendo por elas dominados.
Tu que estás ferido, reconhece o teu Médico dentro de ti e mostra-Lhe as chagas dos teus pecados. Que Ele ouça os gemidos do teu coração, Ele que conhece todos os pensamentos secretos.
Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do nosso peregrinar.
Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar
A Bíblia é um espelho que reflete a nossa mente. Nela vemos nossa face interior. Das escrituras aprendemos nossas belezas e deformidades espirituais. E ali também descobrimos o progresso que estamos fazendo, e quão longe estamos da perfeição.
Mesmo tendo passado o tempo da perseguição (*), a nossa paz tem, ainda assim, o seu martírio; porque, mesmo se já não metemos o pescoço debaixo do ferro, no entanto matamos com uma espada espiritual os desejos carnais da nossa alma.
(*) o autor viveu entre 500 e 600 dC
Nas construções, uma pedra está agarrada a outra, se não fosse assim, a construção cairia. Assim deve ser entre nós: devemos viver unidos uns aos outros, em família e na sociedade.
O caminho é estreito e difícil para aquele que caminha por ele triste e com pena de si; porém é largo e fácil para aquele que caminha com amor.
O Custo para se possuir o Reino de Deus:
Que ninguém diga, ao ver como outros deixam grandes bens: «Gostaria de imitar aqueles que assim se desprendem do mundo, mas não tenho nada para deixar.» Deixais muito, meus irmãos, quando renunciais aos desejos terrenos. Com efeito, os nossos bens exteriores, mesmo sendo pequenos, são suficientes aos olhos do Senhor, pois Ele vê o coração e não a fortuna. Ele não pesa o valor mercantil do sacrifício, mas a intenção daquele que o oferece. […] O Reino de Deus não tem preço e, no entanto, para ti custa exactamente aquilo que tens. […] A Pedro e a André custou o abandono duma barca e dumas redes; à viúva, duas pequenas moedas; a outro, um copo de água fresca (Mt l0,42). O Reino de Deus, como dissemos, custa aquilo que tens. Vedes, meus irmãos, como é fácil adquiri-lo e precioso possuí-lo?
"Pois da mesma forma que uma palavra inconsiderada arrasta ao erro, o silêncio inoportuno deixa no erro aqueles a quem poderia instruir".
... a sabedoria deste mundo está em esconder as maquinações do coração, velar o sentido das palavras, mostrar como verdadeiro o que é falso, demonstrar ser errado aquilo que é verdadeiro".
Todo aquele que estuda para chegar à iluminação, à contemplação do sagrado, devia começar perguntando a si mesmo quanto ama. Pois o amor é a força motriz da mente, que o tira do mundo e o inspira para o alto.
O que melhor define a lei de Cristo é a caridade, e esta caridade a praticamos de verdade quando toleramos por amor o peso dos irmãos.
Muitos ensinam o que adquiriram com o estudo, não com a conduta, e assim o que pregam com a palavra destroem com o seu modo de vida”.
Aos olhos de Deus, o desejo tem o mesmo valor que a obra,quando a execução desta não depende de nossa vontade”