Sandro Paschoal Nogueira

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O corvo...

Símbolo lendário de maldição...
De cor negra como a escuridão...
A tudo calado observa...
Lentamente caminhando na multidão...

É temido por onde passa...
É sinal da peste que mata...
Mísero de beleza...
Ele vaga...

Sua sina é arrebatar...
Corpos distorcidos...
Em latente agonia...
Buscar...

Não faz distinção...
A todos aponta sua mão...

Terrível pensar...
Na forma cruel que tudo pode terminar...

De horizonte em horizonte despreza o ontem...
Para o amanhã que talvez não irá chegar...

Olhe ao fundo da taça que lhe ofereço...
Siga meu conselho com apreço...
Aproveite enquanto pode...
Na chegada da hora certa...
O corvo vem lhe buscar...

#Espelho...
Espelho meu...
Diga-me a mais pura verdade...

Por vezes à noite...
Vejo um rosto...
Que me olha de forma suspeita...
Meio a contra gosto...

Será que minha alma...
Reflete minha imaginação ?
Esta ou aquela...
Pouco me importa...
Se tudo for ilusão...

Por fora as pessoas me vêem como querem...
Uns com olhos bons...
Outros não...
Conforme coração...

Sou alma imortal...
Espírito livre...
De longas eras advenho...
Do tempo um viajante...
Nesse espaço de agora...
Somente um errante...

Espelho...
Espelho meu...
Pergunto a ti agora...
Se tudo vai bem...
No correr das horas...

Não é por vaidade...
Pesa o tempo...
Pesa idade...

Vivendo nas coisas além de mim mesmo...
Descobrindo erros e qualidades...
A cada dia nascendo à vida...
Não minta espelho...
Conte-me sua verdade...

Por que persiste?
Por que repete?
Do jeito que é...
Esse silêncio torturante...

Nada me fala...
Pouco me mostra...
Não me revela...
O saber...

Mostra meus olhos cansados...
De um menino que sustenta esse homem...
Um dia...
Muito além...
Esquecido...abandonado....

Espelho...
Espelho meu...
O que terei agora?

Dissipando minha claridade...
Arrancando minhas possibilidades...
O que foi compreendido não existe mais...
Ah...
Como sou fulgaz...

Espelho...
Espelho meu...
Desdenhei a realidade
Mostrou em mil imagens...
O que minha alma grita...
Diante de sua cruel verdade...

Sandro Paschoal Nogueira

#Foi #numa #noite #bela...
Foi numa estrada sem fim...
Foi sob as estrelas...
Que aquele homem veio até mim...

Quando eu chegava ao fim...
Quando eu não tinha mais nada...
Em madrugada solitário...
Aquele homem veio até mim...

Não sei de onde surgiu...
Qual vento o fez vir...
Sorrindo...
Aquele homem veio até mim...

Em seus olhos eu pude me ver...
Sua força pude sentir...
Sua voz grave e rouca...
Falou assim para mim...

"Não há estrada real...
Para a felicidade se encontrar...
Há quem seja feliz...
Sem nada ter...
Há quem seja triste...
Sem fazer por merecer...

Ninguém se perde em estrada reta...
Nem mesmo em noites sem luar...
Verdade não é caminho para riqueza...
Sabedoria é que deve procurar..."

O cavalheiro da noite então perguntou:

"- Qual a sua estrada homem?
- O que quer tu encontrar?
Cada um faz seu destino...
Cada um paga o que deve pelos desatinos...
Viver é um desafio..."

A lua se escondeu...
E um forte vento soprou...
E na poeira que levantou...
Aquele homem que veio até mim...
Desapareceu...

Continuei a caminhar...
Tendo as estrelas como companhia...
A noite eu já não mais temia...
Sabia que ali estava...
Em oculta companhia...
Aquele homem que veio até mim...

#Corrente #chamada #de #vida...
Tem que se estar vivo para contrariar...
Tem que estar vivo para aceitar...

Não interessa o que os outros possam de mim dizer, fazer ou pensar...
O que vai acontecer, acontecerá...
Saber o momento certo...
De deixar-me levar...

Vontade de ir além do que espero...
De chegar perto...
De olhar sem dizer nada...
Perder-me no horizonte...
Voar sem ter asas...
Caminhar sobres os astros...
Onde as pedras de minha rua...
Parecem luas...

Admirar as estrelas que descem dos céus...
Fazendo pedidos em segredos...
Sentindo a carícia dos ventos...

Quero a paz das fontes d'água...
Ouvir o murmúrio doce...
Sentar imóvel ao seu lado...
Sem precisar de um motivo...
Sem saber como...
De silêncio em silêncio...

Abrir minha janela na alvorada...
Sereno indo embora...
Gotas cristalinas...
Que no sol se espalha
Me convidando por mais um dia...

Admirar a harmonia...
Do cantar da cotovia...
Não ficar triste...
Não deixar ninguém me magoar...

Que seja doce a noite...
E no dia que se avizinha...
Vou olhar os caminhos...
E o que tiver mais coração..
Vou seguir...
Para sempre, sempre..
Assim...

Sandro Paschoal Nogueira

#Despe #do #corpo #a #alma...
No frio concreto molhado...
O fato está feito, silenciosamente...
Diante do tempo que não pára...

Sonhos talvez tivesse...
Louvores sairiam em trinados...
Asas seriam estendidas aos céus...
Mas está tudo acabado...

A vida continua...
Mas não para o anjo caído...
Saiu de seu abrigo...
Tudo está perdido...

Aos céus já não mais irá alçar...
Em jardins não brincará...

Em silêncio a morte diz...
O que na vida não queremos ver...
Se você não sabe o que é a vida...
Nunca irá entender a morte...

A vida sempre é um encontro...
Um desejo...
Um alento...

Todo dia é uma festa...
Sempre é hora de florescer...
Sonhe sempre...
Seja feliz e faça acontecer...

#Gente #hipócrita #e #feia...
Mentem tanto e a tudo manuseiam...
Aranhas asquerosas ...
Vida suja em teia...

Já não mais me admiro...
Só lamento o fato...
Sempre quando saio de casa...
Fico consternado...

É tanta mentira...
Que vejo no olhar...
Gesticulando demais...
Põem-se a gargalhar...

Fico só prestando atenção...
Querendo chamar a atenção...
Estufa o peito o pavão...
Pensa que me engana...
Acredita nele mesmo...
Se achando espertalhão...

A matrona, por sua vez, tenta disfarçar...
Sua língua é guizo de cascavel...
Batendo na boca até o céu...
A chocalhar...

Com voz meiga...
Fazendo-se de ingênua...
Cheia de trejeitos e afins...
Odalisca de botequins...
É uma bela viola...
Mas por dentro...
Com certeza...
Pão bichado, bolorento...

Incautos acreditam...
Em qualquer promessa vã...
Gente boba...
Retardada...
Querem...
Precisam...
Se enganar...

Penso eu cá comigo...
Só existem espertos...
Enquanto tolos estiverem perto...

Um sorriso nos lábios...
Pego rapidinho meu caminho...
Saio de fininho...

Não sou grande coisa...
Mas também pequena não sou...
Se com porco eu ando...
Farelo também vou comer...
Não gosto dessa ração...
Então...
É melhor eu me abster...

Sandro Paschoal Nogueira

Conservatória bom dia...
Preparando o café...
Sem muito rapapé...
Já cuidei dos patos...
Dei, também, comida aos pássaros...
Ontem não vi a seresta...
Chovia...

No bar 3 catuabas...
Até a vista esmaecer...
Logo peguei meu rumo...
Antes do que bobagens fazer...

Abri Facebook...
E fiquei sabendo...
Do que rola por aí...
Enquanto que por aqui...
Ainda estou com sono...
Quero voltar a dormir...

Mas são ossos do ofício...
E a Deus agradecer...
Pelo menos tenho hóspedes...
Já outras pousadas...
Sem ninguém a receber...

53 anos...
Ainda um menininho...
Tudo em cima, em forma...
Desse lindo corpinho...

Não tenho nenhuma pelanca...
Pode supervisionar...
Deixo...
Até onde sua vista alcançar...

É de fato...
Amanhã em Valença...
Farei um eletro...
Mantendo o coração ...
Em destino certo...

Menina ou menino...
Não sei quem está lendo...
Mas eu quero lhe falar...
Quando vierem em #Conservatória..
Na Casa do Sandrinho Chic Chic...
Venham se hospedar...

#Quem #é #capaz #de #amar...

E trair ao mesmo tempo ?

Será eu ?...

Será você ?...

Talvez o vento...



Responda quem puder...

Essa minha indagação...

Doar sem receber...

Receber sem merecer...



Alguém merece a confiança ilimitada?

Acreditar que dali não viria...

A cruel punhalada...



Trai com um sorriso...

Em ato banal...

Sentindo alegria...

Enquanto faz o mal...



Colecionar decepção...

Para mim não é normal...

Aperta meu coração...

Perco a fé ...

Desistimula a crer...

Nas pessoas por final...



Em mais um dia...

Compreendo então...

Embora não aceite...

Tamanha ilusão...



De onde menos se espera...

Na alma se recebe a punhalada...

Ao traído um triste ai...

Para quem traiu ...

Não foi nada...



Sandro Paschoal Nogueira

Minhas palavrasa podem estar muito longe do as pessoas querem ouvir...


E talvez próximas de um julgamento que não posso permitir...



Durante muito tempo acreditei...

Nos sonhos que desejei...

Fiz bolhas de sabão...

Que vivendo a realidade...

Levou essa minha ilusão...



Mistura de sentimentos...

Em fatos banais...

Alma indecisa...

Que em todos os dias...

Busca a sabedoria...

Mediando minha alegria...

Na porção do meu ai...



Busca longa...

Que nunca a encontra...

Em meu faz de conta...

Volto a sonhar...

Obra prima de vontade a jorrar...



Do amanhecer ao entardecer...

Na labuta diária...

Ditoso e agradecido...

Aguardo compassivo...

Ser mais iluminado...



Sorrio com vontade de chorar...

Disfarço com maestria...

Meu rosto torna-se então....

Uma paisagem...

Fria...



O coração lá dentro se arvora...

Na balança monótona das horas...

Escorrem de segundos em segundos...

Pendatemente em passos fundos...



Não espero recompensa...

Conheço a ingratidão...

Acredito que a vida é bela...

Que é para ser vivida...

Se na dor for queimado...

Renascerei das cinzas...



Sandro Paschoal Nogueira

Ele era tão feio...

Mas tão feio...

Que era um assinte...

Em concurso de feiúra...

Ganhava de prato cheio...



De olhos esbugalhados...

Sampaco...

Narigudo...adunco...orelhudo...



Seu gogó imenso...

Muito pronunciado...

Parecia um marreco engasgado...

Rosto chupado..

Sem carne... só osso...

Labios finos...

Distorcidos....



Muito magro e bem alto...

Braços alongados...

Pernas muito finas...

Um espantalho...



De chinelos notei seus pés...

Pisando torto, desengonçado...

Tinha unha encravada...

Um joanete ao lado...



O joelho enrugado...

Igual cara de velho...

Coxa dura e seca...

Um boneco...



Muito mal vestido...

Debaixo da chuva impiedosa...

Em nada se importava...

Com a rua caudalosa...



Mas tinha um traço peculiar...

Que a tudo isso escondia...

Um brilho no olhar...

Em sorriso lindo que abria...



Então tudo transformava...

Um encantamento surgia...

Atrás da feiúra aparente...

Beleza verdadeira escondia...



Tudo que era fora de proporção...

Fazia sentido...

Se o sorriso era lindo...



Era nato e magnífico...

Naquele vulto distorcido...

A feiúra se transformar...

De um sapo errante...

Príncipe virar...



E com tal afinco sorria...

Que ao seu redor tudo mudava...

De tarde chuvosa...

Linda noite prometia...



Descobri assim...

Que na rua não devo mais sair...

Toda vez que isso faço...

Para comer pastel ou outro salgado...

Perto da maria-fumaça...

Sempre tem um babado...



Sandro Paschoal Nogueira

Ninho de cobras

Passaste por mim na #rua

Passaste toda #dengosa...

Olhei e pensei:

que #cobra sinuosa...

Quando abre a boca

O que escorre é #veneno...

palavras engolidos por esse corpo #obsceno...

Se murmuras, para agradar...

na verdade só consegue #sibilar...

Um dia após outro

sempre a caçar ....

Essas são as minhas cobras.

que estou a criar....

Vem vc também para cá....



Sandro Paschoal Nogueira

É melhor ficar atento aos lugares e as pessoas....

Que procurar sonhos...

Encontrando desilusões...



Na rua em que eu moro...

Pedras azuis...

Conhecem minha história...

Vivi ardis...

Testemunhas de minha trajetória...



Tudo aqui é um palco de emoções...

Pecados deliciosamente cometidos...

Sem arrependimentos...

Sem perder juízo...



Uma vida cheia de cores...

Valores...

Sabores...

De tudo um pouco...

Experimentei..

Com moderação...

Sem me perder...



Meus erros fazem parte da minha vida...

Errar também é um acerto...

Um jeito...

De melhorar...



Certeza sempre tive...

Carrego comigo essa idéia..

Manter a chama acesa...

Que nunca deve se apagar...

E na esperança que um dia tive...

Meus sonhos sempre irão se abrigar...



Ao homem é permitido...

Estender suas asas ao infinito...



A liberdade é plena...

Horizonte pode alcançar...

A mais bela estrela pode tocar...

Sonhar, viver, sentir...

Fazer seu destino...

Por aí...



Quando ama tudo transforma...

O fel vira mel...

As distâncias se encurtam...



Nasce então a Poesia...

Fazendo-se presente...

A alma sente...



Tormentas da vida perdem o sentido...

Não há perigo...

Em coração alheio...

Encontra abrigo...



As mãos entrelaçadas...

Antes distantes...

Agora alcançadas...

Fazem bater em uníssono ...

O coração partido...

Possuindo um sentido...



É tão bom sorrir...

E nos olhos do amor se ver...

Rosto enrusbescer...

Corpo tremer...



Ah...

Quero voltar a amar...

E tudo isso voltar a sentir...



Permita Deus que eu possa...

Antes de partir...

Deixando de sofrer...

Mais uma vez viver...



Sandro Paschoal Nogueira

— em

Conservatória Pousada Chic Chic Casa do Sandrinho

#Ele #morreu...

Ninguém sabe o porquê...



Overdose de amor...

Talvez por sofrer...

Desde a tenra idade foi criança solitária...

Brincava sempre sozinho...

Seus sonhos era seu ninho...

De vontade forte...

"Diabo louro" era chamado...

Muito tímido...

Algumas vezes confundido...

Com moleque mau-criado...



Era diferente...

Brincava sozinho de pique-esconde...

De Deus ele se escondia...

E rindo como podia...

Desafiava a divindade...

Para lhe encontrar naquela folia...



Imaginava que o mundo era todo seu...

Estranha e grande fantasia...

Inocentemente feliz...

Enquanto crescia...



Ele dizia que era tão bom...

Quando o pai lhe carregava em seus ombros...

Seu avô o chamava de "bolinha"...

E quando sua mãe preparava guloseimas...

Não saia da cozinha...



Brincava no barro...

Caminhão...

Casinha...

Brincadeiras de roda...

Era só alegria...

Jogava peão...

Sempre ganhava na amarelinha...



Mas foi crescendo...

E triste foi ficando...

Descobriu o chorar...

Quando muitos no céu foram morar...



As peraltices deixaram saudades...

Quando se apaixonou pela primeira vez...

A criança foi embora...

O rapaz apareceu...

E na paixão não correspondida...

Sofreu...



Sonhou, um dia, ir embora...

O mundo descobrir...

Dizia que queria viver...

Fazer por merecer...

Continuar a crescer...

Não mais sofrer...



Então...

Na ilusão presente...

Conheceu muita gente...

Acreditando que tudo era bom...

Se perdeu...



O espelho lhe enganou...

Promessas falsas lhe fez...

Maldade o circundou...

Sua fé pereceu...

Sorriso perdeu...

Teve medo de abraçar...

Teve medo, de mais uma vez, se doar...



Anos foram passando...

E ele sempre lamentando...

Pelo mundo mágico que um dia acreditou...

Pela magia que terminou...



Nunca mais confiou...

Nunca mais amou...

Nunca mais sentiu...

Tudo esfriou...



As pedras azuis podem testemunhar...

Mas são caladas...

Não querem essa história contar...



As árvores jazem mortas...

Foram seus pais que plantaram...

Disseram a ele que, em suas sombras, teria abrigo...

Quando, já não mais aqui estivessem...



Tudo se foi...

Restou para ele o testemunho vazio dos tijolos...

Da casa que em dias passados...

Felicidade fazia morada...

Das belas flores de sua mãe...

Tão perfumadas...

Do colo do pai...

Abrigo escondido....



Descobriu lentamente...

O tempo é um professor...

A amadurecer...

Superar a dor...



"- Assim é a vida... " Dizia...

Aprendeu...

Acostumou...

A colecionar alegrias...

E guardar as tristezas também...



Do cálice da amargura...

Ele não bebeu...

Mas também não temia...

Sabia...

Que tudo nessa vida é efêmera...

Que termina um dia....

Desde a grande alegria...

Até a torturante agonia...

Ele confiou em Seu Criador...

Pois ter fé...

É aceitar sem realmente saber...

O que está para acontecer...

E sempre vale a pena viver...



Sandro Paschoal Nogueira

Sandro Paschoal Nogueira





#Ah...#triste #jacú...


Jacú tão triste...

Sob garoa...



Sob chuva...



Indolente...



Hoje não canta...



Hoje nem pia...



Não procura suas frutas...



Tristeza é sua companhia...



Triste jacú...



Por que tamanha tristeza?



Sozinho...



Assustado...



Calado...



Com frio...



Molhado...



Não quer voar...



Para onde iria?



Tão triste jacú...



Jacú tão triste...



O céu o compreende...



O firmamento chora...



Vendo a grande tristeza de coração...



Aumentando mais sua solidão...





O vento frio sopra...



Convidando o jacú para brincar...



Mais ele não quer...



Não quer voar...



Só quer ficar assim...



Aguardando...



Esperando...



Sabe-se lá o por quê...





Ah... jacú triste...



Tão triste jacú...



Que fez o jardim...



Também triste chorar...



Deixem assim o jacú triste ficar...



Quem sabe amanhã...



Quando o sol voltar a brilhar...



Faz a tristeza do jacú ir embora...



E ele feliz...



Volte a voar...



Sandro Paschoal Nogueira

#Não #há #explicação #de #como #surgiu #tudo...

Se for pra ser...

Certeza que nada é por acaso...

Por um longo momento calado...

Destino comigo falou...

Fale comigo agora...

Por favor...

Fale comigo agora...

Venha comigo...

Não se preocupe com isso...

Venha comigo...

Foi dificil de dizer...

Foi difícil de entender...

Era hora de seguir adiante...

Ele tinha que fazer isso...

Outra vez....

Então...

Todos olharam uns para os outros....

Todos se viraram e olharam...

E os dois se viraram...

E caminharam para longe...

Foram viver...



Sandro Paschoal Nogueira — em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.

O que mais precisamos...

É o que temos de graça...

Amanhecer dourado...

Bom dia para viver...

Orvalho subindo ...

Para o céu azul...

Pássaros em trinados...

Doce melodia a ouvir...

Aquela flor tão esperada...

Se abrir...

Se a tarde for nublada...

Vai faltar...

Noite prateada pelo luar...

Tranquilidade na vida...

Esperança a sorrir...

Viver mais simples que puder...

Só bem observar...

Toda essa teia...

Onde tudo está ligado...

Correr atrás do tempo é tolice...

Nunca vamos alcançar...

O que não existe...

Tempo é uma palavra ...

Que é muito usada...

Para definir um momento a sentir...

O seu não é o meu...

O meu não é o seu...

Contar anos...

Contar horas...

Para que afinal ?

Vai recuperar as que se foram?

Vai adiantar as que vão chegar?

Eternidade?

Deixa para lá...

Prefiro andar lentamente...

Sentar em um banquinho quando der vontade...

O café da rodoviária tão quentinho...

As andorinhas procurando seus ninhos...

Ah..

Como é bom viver...

Como é bom tudo sentir...

Escutar , no fim dessa tarde, conversas fiadas lá longe de pessoas a sorrir...

Noite que anuncia...

Sem lua...

Mas sei que está lá...

Ver minha novela...

Dormir...

Amanhã novo dia...

Se Deus permitir...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Trav. Profa. Geralda Fonseca.

#Ai...#ai...

É chegada a hora...

Do sofrer...

Pai onde está você?

Mãe cadê?

A brisa sopra...

O vento se anuncia...

As estrelas tão longe...

São frias...

Em noites, sob lua prateada...

Sozinho...

Na madrugada...

Ergo mãos ao céu...

Que quero alcançar...

Em vão...

Lágrimas são pesadas...

Correm pela face fartas...

Coração tão pesado bate...

Chega a doer...

Cansado...tão cansado...

Penso eu: "De viver"...

Ah...mais nessa agonia...

Voz funda se pronuncia:

"Amanhã é um novo dia"

"Vai dormir"...

Pesado me ergo...

Em meu leito...

Me deite...

Sem ninguém perceber...

Eis que amanhece então....

De ontem me lembro bem...

Mas não comento com ninguém...

Me visto de alegria...

No espelho combinando cores...

Disfarçando minhas dores...

Tentando pelo menos...

Atrás de um sorriso ...

Triste ...

Um brilho de olhar...

Medo de olhar nos olhos dos outros...

Me esconder...

E me ver ali refletido...

Sem coragem a me enfrentar...

Disfarço então com conversas tolas...

Gestos estudados...

Chego até a esquecer...

Melhor assim proceder...

Tenho tanto a fazer...

De nada me adiantaria lamentar?

Ninguém mesmo vai entender...

Tem também a contar...

Saberia eu escutar?

Quem poderia?

Colecionar tristezas e alegrias...

Da vida eis a grande arte...

Mais a grande magia mesmo....

É poder transformar...

Toda decepção...

Toda dor...

Toda ilusão...

Em felicidade...

Em paz...

Em amor...

É poder no sorriso triste...

Fazer ser sincero...

Das lágrimas derramadas...

Orvalho para uma flor...

Do suspiro uma brisa...

Da tempestade a calmaria...

Transformar o feio em bonito...

Não perder o juízo...

Seguir adiante...

Quem sabe então...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.

#Dizem #que #burro #velho #prefere #capim #fresco...


Esse é o meu dilema...

Prefiro tudo mais arcaico...

Museu...Teatro...

A coroa do que o cetro...

As rugas com histórias...

O cabelo branco...

Barriguinha é um luxo...

Topete acho feio...

Prefiro aprender...

Não recuso ensinar...

Mas acho muito mais bonito...

Quem tem história para contar...

Um rosto marcado me fascina...

Também tem seu brilho...

Dele não me esquivo...

Lânguido me entrego...

Da carne firme passo batido...

Nela não escorrego...

Acho tão tola essa juventude...

Pouca paciência tenho...

Tudo tão repetitivo...

Enfadonha...

Pode ser que algum dia...

Espero que demore bem...

Deixe de gostar da sombra e da água fresca...

Que só a maturidade tem...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Pizzaria Romanella.

Vazios que se preenchem...


Semelhantes e tão diferentes...

Não sou tudo...

Mas de tudo sou um pouco...

E do nada que pronuncia...

Surjo como um louco...

Não tenho medo de me expor...

Livro aberto...

É melhor ser sincero...

Do que um traidor...

Luto comigo mesmo...

Todo dia...

E cansado da luta...

Às vezes...

Me entrego...

É me deito...

Quase não sorrio...

Não tenho assim tanta vontade...

Choro mais com facilidade...

Porém faço isso sozinho...

Não permito muita liberdade...

Nesse umbral que vivo...

Não quero viver na infelicidade...

Quando pensamento sombrio...

De mim se acerca....

Penso em algo a fazer...

Talvez pintar...

Talvez escrever...

Me entregar jamais...

Não pode ser...

Plantar uma flor ...

Bem tanto me faz...

O beijo do sol...

O vento amigo...

Uma volta na rua...

Um bom dia...

A boa tarde...

Um sorriso de amizade...

Rir das dores...

É o melhor a fazer...

Aquietar o coração...

Acreditar que nada é em vão...

Perceber nos gestos alheios...

Nos olhares trocados...

Tanto em comum...

Assim minha alma fala...

Tecendo essas poucas palavras...



Sandro Paschoal Nogueira

#Um #cinza #nublante #no #céu...


Mais a frente um destino...

Sob as árvores sozinho...

Ouvindo o canto dos passarinhos...



O olhar segue um vasto horizonte...

Perdido adiante...

Sereno cai lentamente...

E a brisa tão contente...

Traz perfume no ar...



Rosas, jasmins, madressilvas...

Muitas flores a bailar...

Abelhas e beija-flores...

Também põe-se a dançar...



Envolto em meus ais...

Aonde somente Deus me vê...

Sozinho e triste...

Fico lembrando de você...



E na hora incerteza que me cerca...

Soliturno...

Sem amigos...

Invoco o tempo para conversar comigo...



A vista embaça...

Pelas lágrimas do coração...

Tudo foi embora...

Velhas árvores, tachos de doces...

Bolos de chocolate...

De lenha...o antigo fogão...



Já não tem o pastel...

A empadinha de palmito com camarão...

Os seresteiros de outrora...

Que na calçada...cantavam...

Com muita emoção...



O bate-papo...

O disse me disse...

De todo final de semana...

Perdeu no tempo...

Sobrou a saudade...

Da tenra idade...



Vão-se os anos que não voltam mais...

Hoje tudo é tão rápido...

Mal amanhece e já é noite...

E no quintal aqui sentado...

Só tenho uma certeza...

De que Deus está ao meu lado...



Sandro Paschoal Nogueira

#Ecos #de #silêncio #que #chama...


Sombra de cada um que passa...

Pelas pedras azuis...

Calçadas...



Encantar da chuva que forma...

Em tarde calma...

Silenciosa...



Um coração solitário...

Que a tudo observa...

Da tranquilidade...

Faz a paz...

E assim o espírito eleva...



Sonhos criam asas...

Que bebe em cântaros de saudades...

Aos céus sobe...

Em meio às potesdades...



Do mundo leva a ilusão...

Do que foi e não deveria ser...

Do dito pelo não dito...

Do que deveria esquecer...



No Supremo se aninha...

Sua alma encontra a felicidade...

Inocentemente retornando...

A sua mais tenra idade...



A brisa perfumada...

Então o chama...

Embalado em suas asas...

Retorna à realidade...



E de volta às pedras azuis...

Da cidade que ama...

A tarde finda...

No céu a lua desponta...

Deixando para outro dia...

A chuva que se formava...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Trav. Profa. Geralda Fonseca.

#Se #o #meu #coração #ainda #insiste...


Em bater nesse peito...

Descompassado e sem jeito...

Por ti, ainda existe...

Te quer bem e não desiste...



Não reclama, nem lamenta...

A tudo suporta e aguenta...

Mas saiba de uma coisa...

Uma hora vai parar...

Não mais lamente...

Quando esse tempo chegar...



Seus carinhos hoje negados...

Nossos erros passados...



Pois sempre lhe avisei...

Que assim um dia...

Seria...



Depois de muito esperar...

Em um dia como outro qualquer...

Uma nova oportunidade de ser feliz...

Aparecerá...



O amor não sabe esperar o dia amanhecer...

Quer sempre agora...

Quer sempre se fazer acontecer...



Não sei o que Deus me reserva...

Se terei outras auroras...

No compasso e descompasso...

Vejo findar as horas...



Me ame agora com paixão...

Esquecendo do mundo lá fora...

Junte sua mão a minha mão...

Minha alma revigora...



Não vale a pena sofrer, meu amor...

Como se nada tivesse acontecido...

Todo esse tempo de dor...

Jamais deveria ter existido...



Um dia, quando você menos esperar...

Sentirá a falta desse amor perdido...

Sofrerá por não mais encontrar..

Em meu coração seu abrigo...



Sandro Paschoal Nogueira

#Embora #queira #minha #alma...


Tomar o tédio...

Ao meu jardim...

Em doce labor...

Retorno...



De pequena semente...

À mãe terra lançada...

Cuido com esmero...

A flor desabrochada...



Raízes deitando na terra...

Ramos que se abraçam...

Flores que sobem aos céus...

Perfumes variados...



Pequeno mundo por mim criado...

Que por Deus é abençoado...

Anjos caminham pelo pátio...



Sempre é uma grande satisfação...

Visitantes receber...

Abrir com sorriso o portão...

Para quem traz a paz no coração...



Mundo encantado...

No coração da cidade...

Junto às pedras azuis...

E ao seresteiro que canta a saudade...



Em madrugada a dama da noite...

Que no céu bela e fria vagueia...

Arrasta junto a si as estrelas...

E minha casa...e flores...prateia...

E tão longe o violão chora...

Em suave melodia...



Quando vem a aurora...

Tímidos raios de sol lançados...

Acorda o preguiçoso sereno...

Buscando o horizonte...

Pássaros voam com seus trinados...



E assim seguem os dias...

Em minutos e horas presentes...

Aguardando a chegada...

Aguardando todos que vem a #Conservatória...

Ouvir a serenata...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.

#A #vida #é #uma #festa...

Que ninguém sabe a hora de terminar...

Uns partem dela cedo...

Enquanto outros continuam a bailar...



No abrir dos olhos pelas manhãs...

Já é hora de festejar...

Um corpo limpo...

Um sorriso para nos enfeitar...



Roupa é só pano...

Traça come cedo...

Porém combinar as cores...

É só um começo....



Após o banho...

Creme em toda pele passar...

Hidrata e amacia...

Levanta nossa estima...



Perfume é um outro segredo...

Doses certas sem exagerar...

Qualidade acima de tudo...

Para a todos agradar...



Roupas limpas, bem passadas...

Bonitas para usar...

Quem não se enfeita...

Por si já se enjeita...

Tem que impressionar...



Belos sapatos formam um par...

Escolhido com cuidado...

Lustrado...bem escovado...

É a base do caminhar...



Tem pessoas que não ligam para os pés...

Já começam a errar...

Pés limpos, lindos , calçados...

Faz desejo aflorar...



Uma calça com vinco...

Traduz com ímpeto...

Personalidade forte...

Com viço...



A camisa tem que ser a que combina...

Com as cores do dia...

Discrição aconselha...

Pode usar brilho...

Cor opaca se desejar...

Listras ou xadrez a escolher...

Quem decide é você...



Elegância é de berço...

Mas todo mundo pode ter...

Começando a se gostar...

E fazendo por merecer...



Antes de sair de casa...

Última olhada no espelho...

Tudo alinhado...

Merece respeito...



Aprenda a bem viver...

Cama e comida cara é de hospital...

E cemitério tão cedo...

Ninguém quer ver...

Festeje com alegria...

A graça recebida...

De viver...



Sandro Paschoal Nogueira

#São #poucos #os #que #lhe #gostam...

São poucos que lhe apreciam...

Curiosos e vazios...

Lhe adulam todos os dias...



Ladrão de sentimentos...

Espírito imundo...

Acautelai-vos com eles...

Nosferatu...



Rende-lhe lisonjas...

Com sorriso no lábio...

Abraços e beijos...

De olhar opaco...



Vagueiam pelo mundo...

Coletando insatisfação...

São sujos...

Alma imunda...

Negro o coração...



Se odor é característico...

Espírito em putrefação...

Como elogiam em demasia...

Dos mesmos vivem em fantasia...



Serpentes asquerosas...

Que rastejam destilando veneno...

Em noites a fora...

Ou em dias amenos...



Sempre estão reunidos...

Precisam disso...

É fácil notar...

Quando o mal põem-se a planejar...



Mas não os deve temer...

Quem no coração tem pureza...

Pisará a cabeça da áspide...

Com certeza....



Sua mesa será farta...

Cálice de vinho irá transbordar...

Caminhos serão claros e floridos...

Vida sempre prosperará...

Para quem a Deus honrar...



A chuva que cai sobre o bem...

Também cai sobre o mal...

A diferença apenas está...

No caminho a seguir...

Sonhar sempre mais...

E fazer sua estrela reluzir....



Espinhos haverão...

Lágrimas cairão...

Mais um joelho no chão...

E palavras sinceras...

É de todas...

A maior oração...



Confie em quem lhe fez...

Quem lhe criou...

À toa do útero não lhe tirou...

E não fez a eternidade...

Para ser dor...



Cante, viva e dance...

A tudo dê glória...

Confie em Deus...

Ele preparou sua vitória...



Tenha um bom dia...

Não esqueça dessa minha pequena estória...

Servirá no momento certo em sua vida...

Quando um anjo do Senhor soprar em seu ouvido...



Sandro Paschoal Nogueira

— em Trav. Profa. Geralda Fonseca.