Sandra Oliveira
Me disseram que o tempo cura, que quem não é visto não é lembrado, o que os olhos não veem o coração não sente, e mais uma meia dúzia de frases clichês para esquecimento. Mas não disseram quanto tempo é necessário, esqueceram que, mesmo não sendo visível aos olhos, as lembranças trazem imagens ainda tão nítidas, o coração sente mesmo que não possa ver. Faz tempo, muito tempo e continuo esperando a tal cura, mas ainda é tão ou mais forte quanto naquele tempo em que fomos felizes e que essa felicidade se desfez. Era pra saudade não vir mais bater à minha porta? Não? Então explique isso para a Sr. Saudade, por que ela teima em me visitar constantemente, aliás, acho até que já faz moradia no meu coração, e traz consigo toda a lembrança de um tempo bom, nas noites de solidão vem me trazer você em sonho, e não sabe como acordo feliz por ter tido sua companhia, mesmo que em sonho. Já usei de todos os conselhos, tantos métodos que prometem acabar com essas lembranças: Me concentrar em outras coisas, dançar e beber nas noites de sábado, me doar a novos amores, mas nada disso parece surtir efeito algum. E todos os dias durmo e acordo sentindo sua falta, lembrando seu sorriso que me encantava, suas palavras meigas antes de dormir, seu abraço protetor. São recortes de uma breve história, mas forte o suficiente para que após tantos anos não tenha se dissolvido no tempo. E mesmo que seja uma boba ilusão, espero todos os dias você voltar.
A zona de conforto pode ser um trabalho, um relacionamento, um comportamento. É o medo de enfrentar o novo, se acomodar no que não lhe faz bem, mas, no que vc diz: "- Ah, estou acostumado". O medo de sair do costumeiro e buscar dar um passo à frente. A gente não sabe o que vai encontrar, mas, permanecer com mais do mesmo não vai lhe levar a nada né? Aliás, vai...a uma futura frustração, ou mesmo uma já presente que você insiste em não reconhecer.