Rui Oscar Muhlbach
Os arquétipos são atalhos simbólicos, pontes que criam conexões rápidas e profundas entre duas pessoas, pois falam e tocam diretamente a alma. Mas a força, a durabilidade e a verdade dessa ponte dependem de um único alicerce: a autenticidade.
Uma comunidade digital não se forma por intenção ou desejo raso —
ela é expressão da força de uma visão de mundo que, percebida e aceita, tende a tornar-se crença.
Assim, não se diz ao descrente: vai e salta.
Pois sem vislumbre do chão, o salto não é fé, mas loucura.
E a fé não nasce do escuro absoluto, mas do contraste simbólico de um chão possível,
que, mesmo invisível aos olhos, já pulsa, silenciosamente, na alma.
Do alto do meu julgamento, reconheci quem mais julgava: a mim mesmo.
Nesse reconhecimento, percebi o quanto a sutileza do cotidiano me conduz ao esquecimento.
Um esquecimento discreto, mas profundo — que me desvia silenciosamente, levando-me por caminhos que me afastam de mim mesmo.
Assim como o corpo pede movimento,
a memória pede lembrança.
E a lembrança… essa pede vigilância —
para que, ao recordar, eu não esqueça jamais.