Rui Effe
Somos naturalmente rebeldes
divididos em coisas pequenas, sem conta,
soldados insubmissos em regimento
solto ao vento das barras das saias.
Dançamos em pares sobre pedras,
em risos, em calos e
bulimos com quietos nadas.
Nisto, fazemos ao destino a vontade,
porque a história não se fez quieta,
tão pouco sozinha.
Tenho particular gosto por Gente de Quintal,
Enquanto que, ao Quintal de Gente,
Não entendo, nem bocejo tolero.
Às 17horas e 15 minutos,
A National Geographic fala de animais,
Tontos.
Sarronca,
Sanfona,
E a tua boca,
Em muitas horas
Na minha.
Sarronca,
Sanfona,
E todos as músicas,
Todos os natais e luas,
Até que me definhe
Em grito rouco,
Até que o silêncio,
Me enrole no teu colo.
Baiuca de Domingo.
Balcão,
Ternura,
Golos de vinho.
Trincam-se as portas e as caras aos amantes,
E ali,
Tudo, porque têm o bom costume de beijar com a boca,
Humedece o mundo e as virilhas.
A desejo tem duas portadasque abrem para o lado de dentro como duas laminas que obrigam àconfissão.
Quem me dera.
Momentos há que
Sacadas
E namoradeiras gelam cochas.
Tempo tormenta
em braços,
baba e beirais.
Assim se fazem agora as janelas,
Por piedades que
Adoçam o espaço e fantasias.
E ali, num mesquinho purgatório,
Posiciona-se o inquieto,
Detrás das cortinas
De delírios e do faz de conta.