Rosseane Ribeiro
Deixa eu te explicar as saudades
Não me deixe ir, depois vai ser tarde
Assim como todo amor que a vida não deixa repetir.
Deixa eu te falar destas cartas
não faça elas seguirem viagem
e de novo comigo partir.
Não espere o mundo te revelar
Que amor igual ao meu não irão te oferecer
Por mais que isso te faça me esquecer.
E nem se espante por aí
quando teu desejo por mim perguntar
e suas lembranças responderem
que eu apenas queria te amar...
E amar, e amar!
O recomeço é como uma corda quebrada, caída no chão, no fim do seu limite. Como a vida quando quebra, e, sem querer, fatalmente, é preciso remediar as dores. Sará-las, se possível. Recomeçar não é amarrar as duas partes e de novo ter uma corda... velha... a mesma; com as mesmas fraquezas de antes; Recomeçar é ter uma corda nova, pura, e, é claro, com graves riscos de quebrar-se novamente. Mas como não é velha, não é a mesma, é preciso um pouco de cuidado e mais força, assim ela demora a quebrar.
A vida é como uma corda velha... a mesma... Porque se a corda velha for usada novamente o nó facilmente desatará.; Recomeçar é a corda nova, esticada, usada até estragar, talvez. Usar a nova corda vai doer, vai estragar planos e vai pôr em risco a dúvida de uma outra vida inteira...
Resta saber caminhar por essa corda, caminhar em passos firmes e lentos. Caminhar de encontro ao que for, ao que realmente tiver que servir pra ser. Perder tempo quebrando cordas é um desperdício que pode acabar com as chances de cordas novas, e não ter cordas novas é um sinal de que não há mais vida.
Pior é que pessoas não querem ouvir as verdades em frases sutis e longas. Tem que ser rápido, ou magoa.
Sentirás saudade minha quando sozinho estiveres voltando para casa e não encontrar ninguém te esperando; Sentirás saudade minha quando olhar o seu lado oposto da cama e ver o quanto estás perdido, tocando apenas em meu travesseiro oco, quando o que querias mesmo era meu cheiro, meu beijo te rastejando por inteiro; Sentirás saudade minha quando o vinho acabar; Quando ficar esbarrando-se em moveis inúteis, enquanto persistir em me procurar; Sentirás saudade minha quando, na beira da madrugada, ou no cintilar da branca lua, ou no breu de toda a noite, teu corpo me relembrar, se excitar e se aborrecer; Eu sei, sentirás saudade minha, pois te pertencia de um jeito que você percebia e fingia não querer
Depois de tantos lamentos febris, eu deveria voltar... ah, eu deveria voltar ao mesmo estado cânone que planejava me deixar fazendo com que eu me perdesse e estivesse aqui diante dessa tinta inteira sendo uma mulher pela metade. Eu gosto é mesmo da ameaça, porque ter a certeza deixa-me quieta, plana, sem vontade de arriscar no inseguro. Prefiro ter o pensamento voando como um pedacinho de papel no meio de uma ventania.
Gosto de ter o pensamento cheio de impressões, quando nem mesmo consigo pensar em Deus.
Quase me esqueço de não mentir; De não dizer segredos que escondem a insipidez do meu largo sorriso feroz. Eu quase esqueço de ser outra pessoa, quando existe alguém além de mim.
Um olhar de canto, um sorriso afastado e um beijo demorado. tudo sem pressa, sem teimosia e sem cobranças. Nada vale mais do que ter, e é simplesmente ter que basta, qualquer coisa, qualquer pessoa, em qualquer tempo e lugar. O que importa é valorizar a riqueza que se tem. Um carinho apertado, um gesto de fuga. Isso tudo já me dizia que é importante dizer o que é bom e que faz companhia. Um aperto de mão significa além de proteção e confiança, coragem; Um beijo significa além de sentimento e prazer, entrega; Um abraço pede mais do que dois corpos juntos, ele pede atenção e lealdade; Um sorriso é mais do que simpatia, é pedido de cumplicidade. As mãos erguidas é um passo à liberdade, e isso não tem preço, não tem preocupação.
É simples cuidar do que está ao seu alcance, valorizar as palavras sinceras que saem da boca de um amigo, pai, mãe, irmão, companheiro. Você só precisa valorizar a simplicidade que te cerca, que é feita de pessoas e por elas, e isso é tão importante. Olhe no olho dos seus e não queira dizer algo, simplesmente diga. Aceite as sinceras desculpas de um silêncio, ele pode vir na companhia de um sorriso, um olhar estampado de cor ou um abraço com cheiro de calor. Não adianta, ninguém quer ser feliz sozinho.
Jamais fugiria do abraço que me consola. Dos lábios que me embrulham, das mãos que me cegam. Jamais fugiria do amor que me pertence.
Meu corpo é sua guerra
É um atalho falso, mordido de segredos
Uma arma e uma traição,
Como destinos escrito na palma da minha mão
Desmedido, cru, solto
E não me deixa mentir em calafrios
Porque ele me rouba em bruto sangue
E eu quero tudo o que eu tenho, em carne
em esconderijos,
por três passos à Líbia