Roraima Alves da Costa
Cadê a Graça?
Cadê a graça?
De dona Graça
Que ria de graça
Nos bancos das praças?
Dona Graça era assim
Aparecia espontânea
No meio dos homens sem graça
Ria da solidão
Dos Aborrecimentos
Dos homens hostis
Que não sabiam viver.
No meio da multidão
Eu encontrei dona Graça
Que me deu um braço
Me chamando pra viver
E quando abracei dona Graça
Eu fiquei cheio de graça
Veio um adulto sem graça
Dizendo que a minha graça
Não tinha razão de ser
Por que estou rindo assim?
Achando graça de quê?
Cadê a graça?
A graça está no teu rosto
No teus abraços
No teu Corpo
Na tua alma
Nos teus olhos
No teu coração
Na tua contradição
No teu medo de viver!
A graça está na criança
Que cresceu e ficou adulta
E tem medo de crescer
Em concordância com o mundo
Que é onde estar você.
Ela e eu
Eu e você achando graça da vida
E deixando a vida correr.