Rônet Alves
*UM TAL DE “SOLIDARIEDADE ARACATI”*
Em tempos estranhos
Onde o sorriso parece sumir
Tem gente pequena que acredita
E com gestos gigantes nos ensina a seguir.
É gente que cedo pega no batente
Com disposição de anjo humano
Para que tão logo chegue aos simples
A comida que cessa o pranto.
Gente abnegada que investe tempo
Para que o outro seja saciado
O suor que escorre do rosto
É gratidão em levar ao irmão “seu bocado”.
Um tal de “Solidariedade Aracati”
Abraça a fome dos semelhantes
Levando a cada um a certeza:
“Você não está só nem por um instante”.
Entre críticas e elogios
As “Valentes Guerreiras” com amor se dedicam
É Deus quem abençoa esse povo
Que dá sentido a tantas vidas.
Gratidão é nosso sentimento
E desejamos, bravo “Solidariedade Aracati”,
Que os Bons Ventos dessa terra
Faça crescer o vosso existir.
Carinhosamente...
Rônet Alves
Aracati-Ce, 23 de abril de 2021.
O HOJE
Há tanta inquietação em nós
Pelo ontem que insiste em acontecer
Há tanta preocupação inútil
E isso está sufocando o sobreviver
Não podemos maximizar o ontem
Ou viver de pavor pelo amanhã
É tempo de amar o HOJE
E valorizar cada manhã
A sobrecarga do ontem é real
Mas nada que supere nosso existir
Abra-se ao HOJE e seja grato
Porque a gente pode sorrir
O HOJE só quer ser amado
Mesmo que o pranto seja intenso
Compreenda que AGORA
Dá pra viver bem esse momento.
Rônet Alves
Aracati-Ce, 15 de abril de 2021.
MÃOS QUE SE ESTENDEM
São muitos os gritos de dores...
E Gritos de horrores, de temores...
Gritos de fome que são ignorados
Por gente que no egoísmo, está perdendo valores.
Entre tanta falta de tudo, uns querem faltar com o amor,
Mas tem gente que abre o coração
E através do “estender de mãos”
Continua partilhando porque não negociou seu verdadeiro valor.
É tempo de escassez de tudo...
-E por que tem gente com tudo e gente sem nada?
Fazemo-nos esse questionamento tantas vezes
Como forma de se livrar de ser sinal de Amor no mundo.
Há mãos que se entendem no muito ou pouco
E levam mais do que comida, levam presença mesmo à distância
Fazendo a diferença mesmo que invisível aos insensíveis...
O que na verdade querem é abraçar com gestos o outro.
A Solidariedade não mudou de significado
E nesse tempo favorável ela também grita
Para que seja uma constante em cada atitude
E resposta sempre pronta para quem busca “seu bocado”.
MÃOS QUE SE ESTENDEM são poucas e raras...
Mas não são frias, mesquinhas ou irrelevantes.
São AMOR PULSANTE, VERDADE CONSTANTE
E em meio ao caos que o mundo vive SE IMPORTE COM O SEMELHANTE.
Rônet Alves
Aracati-CE, 23 de março de 2021.
E DE REPENTE...
E de repente, a vida que era feita de abraços
Diminuiu seu passo e a distância aconteceu
O velho hábito de apertar a mão
Transformou-se, entre nós, em verdadeiros laços.
Portas, já tão abertas para nos receber
Fecharam-se de repente diante de nós,
Ninguém pode receber ninguém
E jamais pensávamos que isso ia acontecer.
Um vírus que a gente nem pode ver
Aos poucos foi absorvendo o mundo.
O “corre-corre” do dia-a-dia
Até parece que não mais vai haver.
Dores e prantos pintam as cores do nosso dia
E um adeus distante dilacera corações
A morte protagoniza toda a cena
E mais uma vez a gente reflete: isso jamais existia.
Andamos mascarados e assustados
No doloroso viver diário
É assim todo dia.
Viver agora é decisão que mais parece um fadário.
Rônet Alves
Aracati-CE, madrugada de 22 de março de 2021.