Rogerio Finnally
Queria poder ver o brilho dos teus olhos, e me sentir no paraiso quando você sorrir pra mim.
Eu ouviria a sua voz, e prometo que tentaria não achar que seria um anjo falando comigo.
Eu queria poder negar que meu coração bate descompassado quando você está perto,
Eu negaria se você não invadisse a minha mente a cada amanhecer.
A noite é tão bela quando a chuva cai la fora...
Os pingos que chocam-se na vidraça mostram-me uma lua desfigurada.
Esse vento frio que sopra nas ávores me deixa com sono... consequentemente começo a sonhar..
Sonho que chovia lá fora.
Os pingos que chocam-se na vidraça mostram-me você toda molhada.
Você vem, e se aquece entre meus braços.
O vento frio que soprava nas ávores nos deixa com sono...
E logo acordo sem você.
Não vá embora quando a chuva passar, fique até a manhã chegar.
O que antes era poço sem fundo,
Tornou-se cratera sem fim.
O ferimento que se tornou câncer,
Dia após dia vem consumindo minha carne.
Meu cérebro está inútil,
Não é nada mais do que
Uma lama com consistência pastosa.
Meus nervos de nada servem;
Esse aspecto de liga me deixa com mais nojo
Do que restou de mim.
O líquido que antes era rico em meu corpo,
Desceu aos pés.
São bolhas ulcerantes;
Não sei se pela minha doença
Ou de tanto correr atrás da minha cura.
Meu estômago já congelou
De tanto sentir um frio na barriga.
(Igual a esse que você está sentindo agora)
Meus pulmões a muito não se enchem completamente.
O ar que os enchia se foi.
Eles ficaram despedaçados.
O ar que agora respiro é vidro estilhaçado.
A força que me resta,
Concentro para proteger
A única parte importante
Nesse pedaço de lixo decomposto.
E resisto à morte até que minha cura venha buscar o seu presente.
Mas se esta cura não vem,
Não me iluda nem alimente minha fantasia com falsas esperanças.
Estou acabado! Não sou digno de pena!
Deixe-me agonizar até que meu espírito vá para Deus,
E minha alma seja julgada.
Não torne o resto de minhas horas inúteis,
Pois pior não irá ficar.
Sorria da minha desgraça.
Sorria dos dias os quais tive vigor.
Sorria do meu futuro.
Sorria da minha inexistência.
Já estou sem esperanças.
Anestesiado, meus olhos se perdem no vazio.
Minha cura não está lá,
Nem ao meu lado.
Não sei se minha cura está perto.
Não sei se minha cura está longe.
Sei que ela quer ficar escondida.
Pois, bem longe ouvi uma voz dizendo:
‘Se possível, apague este comentário’
Ao menos poderíamos ser diplomáticos,
E celebrarmos o Tratado da Eutanásia.
Meu pescoço está sob suas botas.
‘It might kill me’
Fuja do meu olhar enquanto pode resistir!
Quando meus lábios tocarem os seus será tarde;
Ele sugará as suas forças e lhe deixará indefesa.
O calor dos meus braços adormecerá seu corpo,
Então suas pernas fraquejarão, e te levarei no colo até o destino que lhe restou.
Seu coração pulsará, e eu o sentirei acelerando quando minha mão quente passar por sobre ele.
Seus olhos ficarão estáticos nos meus, e o suor descerá na sua testa.
Será fácil ver em seu olhar o desejo de ficar despida.
Não se surpreenda quando esse primeiro desejo for satisfeito.
Seus olhos descansarão fechados quando meus lábios descerem o seu pescoço,
E ficaram entre aberto quando minha pele passear pela sua.
Você esquecerá a existência da gravidade, e sentirá seu corpo flutuar para uma realidade paralela, onde só existimos nós dois.
Já não tem como fugir, meu cheiro já se misturou com o seu.
Só lhe resta suspirar quando o seu segundo desejo for satisfeito.
Isso lhe levará a adormecer e sonhar.
Apenas acorde e nunca se esqueça disso: fuja do meu olhar enquanto pode resistir!
Meu dia estava em preto e branco até ver você.
Contudo, é apenas uma dilema, te querer e não te querer.
O 'evitar' nunca foi o caminho para o 'não desejar'.
Ficar longe não é o camnho mais perto para ficar em paz.
Você sempre sente saudade da minha mente, e está dia e noite a visitá-la.
Eu queria ao menos um segundo para me recompor, apenas para ver onde estou;
parece-me que estou perdido.
Se não puderes me dar um segundo de sossego,
não sensure meu beijo faminto.
Sou escravo dos meus sonhos,
refém da imaginação.
Tenho ilusões me atirando à estaca
cravando-me uma dor...
Acordo, e me vejo em um pesadelo.
Minha mente é um inferno
que controla o meu corpo,
deixando rolar no rosto lágrimas.
Os erros me conduzem ao arrependimento,
e isso apenas me maltrata.
Retrocedo o ponteiro do relogio,
seguindo anestesiado à beira do abismo.
Meu corpo voa pela inexistência,
e a mente me faz retornar.
Sou nada, ou pouca coisa...
Desperdiçando a minha cura,
ou quem quer me curar.
Ao que consta nos autos,
a loucura já não rodeia a mente,
a mente já transpassou a loucura.