Rogéli Oliveira
Forma de mulher
Ela não é só doce;
porque o mundo a impeliu;
Ao seu sabor, seu odor, seu teor;
E antes que a noite acordasse;
E a fizesse crescer;
Tropeçou nas surpresas de querer sonhar.
Teve sempre consigo
Seu amálgama de fé
E desabrochou como poesia
Na forma de mulher.
Semear
Vem outono!?
Me cobre com tua fartura
E cura as amarguras
E toda sorte de abandono.
Me espalha com o vento;
Que eu, nem penso no tormento
De viver sem caminhar.
Penso talvez, no decorrer do tempo,
Qual indelével e audaz;
Que num só dia, um dado momento
Todas as estações me traz.
Porquanto, nada mais é a vida,
Do semear às despedidas;
No ínterim da estação
Abastecer o coração.
Que então, me seja sincera,
E diante da colheita não se imova!
Sendo o bem numa quimera,
Seja o que plantei que me devolva!!!
R.M.O. - Semear
Quando você vem,
Me atiro sem trégua
Nos beijos sem regra
me entrego refém.
Quando você vem,
Brotam as sementes
Quebram as correntes
Transmuta o peito em trem.
E quando você volta!
Devoro cada instante,
Quem dera o mundo estanque!
Contigo por escolta.
E agora, quando vem?
desfazer esse desejo,
ouvir meu segredo,
receber todo esse bem.
Te peço, não demore!
Que é infinda essa aflição.
Não faça que eu implore,
Sabe que é teu, meu coração.
Perco o prumo,
meada sem fio.
Faz-me teu rumo
Perfaz meu vazio.
Baunilha
Me fere palavra sem encanto
a teu respeito,
Me encanta teus dizeres
fartos de palavras.
Cara a fala que outrora lança
te refez e feito, brotou homem
e coração criança.
Não negues a doçura
Nem te envergonhas,
Privando alma qualquer
da tua companhia,
Tampouco ofusca a luz,
delicadeza rara
da flor a agonia.
Ou entrega especiarias,
suavidade e sabor,
O teu viver que é largo,
Na orquídea o odor.
Não importa a dor, quê dirá o espinho?
Se és um pedaço bom
de mau caminho.
R.M.O - Pelo caminho um pedaço.
Menção a: quem deve saber, sabe.