Rodrigo Gael (Portugal)
Um dia, por querer agradar a todos, tornei-me uma
pessoa quase santa. Resultado!
Julgado e condenado por tentativa de ser gente.
Não sabe como fazer perante um problema?
Não se deixe consumir pela inércia, também não fique preso ao medo do confronto, nem se entregue a passividade.
Acautele-se!
A diferença maior, entre a clareza da noite e a
escuridão do dia, está no peso que cada um dá a si
mesmo, a cada instante.
Se uma criança sente a sua inocência traída na
infância, dificilmente no futuro confiará numa
pessoa de forma plena.
Se muito do que fazes não te satisfaz, talvez o
problema não esteja na obra, mas sim no obreiro. Já pensastes nisso?
É sempre hora de mudar, recomeçar em novo caminho, criar um novo projeto.
Atire-se a vida sem medo.
Quedas, feridas que marcam, fazem parte do aprendizado pessoal e das suas conquistas.
Criar um sonho e voar.
Voar bem alto.
Sentir em mim nascer um novo desejo.
E num abraço sem nome, poder inteiro perder-me.
O difícil não é ser amigo do sóbrio, do saudável, do independente.
O fundamental é saber ser amigo do louco, do necessitado, do perdido nos seus pensamentos.
Difícil é se manter ao lado de quem socialmente caiu mesmo a tua frente!
Quero apenas navegar em águas serenas. Se me tentarem a desafiar mar revolto, opto por meu
porto-de-abrigo e tranquilo sigo em paz comigo mesmo.
A serenidade que tantos buscam, algumas vezes
está assente nos “nãos” que são precisam dar a sua própria platéia.
Aprenda a dizer NÃO
Um dia, por pensar ficar seguro, meti-me num
casulo. Quando percebi, continuava a sofrer pois
estava preso aos meus maiores medos.
Se alguém te dá inverdades, para preservar a tua
paz interior, viaje.
Mas lembre-se!
Vá sempre na direção oposta.
Em véspera de tempestade profissional.
Relaxe. Faça amor.
Dê-se por inteiro, então, amanhã, trave sua árdua batalha sem cedências.
Olhar para a ansiedade com óculos escuros, pode ajudar a ver melhor o que está para além da visão que nos oprime.
Para manter a nossa paz interior, por mais
elegante que uma pessoa seja, por vezes, para se fazer entender, é preciso partir a louça toda.
Há muita gente que, ou não têm competência, ou acha que falta de presteza é virtude.
A tua luz será vista pelo sublime. São os que te
amam com alma e, quando assim é, não há preço à partir do olhar.
O QUE FUI
O que fui, ficou parado na vida
Meu sorriso aberto, um dia chorou
A saudade de mim, em mim agora atordoa meu ser
O vazio me mata
Caí, e gravemente feri-me
O pesadelo acordou, já não sonho
Na cama vazia eu busco refúgio
Meu chão é meu hoje, não tenho amanhã…
Perdi ilusão
Hoje proclamo o dia da perda, não mais ouço meu grito
A vida é nefasta em mim, não creio em mais nada
A lua apagou lá no alto
O brilho do sol não volta amanhã aquecer meu viver
A cidade é vazia
O veneno não me consola, me isola e me salva do nada
Omitir pra viver, me disseram
Eu não quero
Quero ser livre, quero ser eu, e já não posso
No vento forte caí, queria poder levantar
Bater a poeira e voltar a viver
Mas…Já não posso fazer
O meu tempo foi ontem, o passado levou
Meu espelho já não mais pode me ver
Parti, fui embora de mim
No dia que a ti me dei por inteiro
E hoje por detrás dos trapos em que me escondo
Vivo estou, na letargia do tempo
Tempo que em mim parou
Nas profundezas do pântano
Que todo meu ser mergulhou
A juventude precocemente ferida
Insiste em mostrar-me primeiro, a dor que me escurece o caminho
O vazio no peito, num ápice cobre o sol que em minha frente
Ora se desvanece
Queria tanto você
Nas nossas noites em Campo d’Ourique
Quando em vão tentávamos suster madrugada
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
Queria você no Chiado
Por horas a fio guardar o meu medo
de outra vez de perder
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
Sinto teu gosto despido de máscaras
Nos dias em que vivemos o sonhar
Ansiando sentirmos este eterno sabor
Tomado na boca
Sentido na alma
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
Pelas ruas da cidade
Lentamente continuo
Me buscando bar em bar
Se há momentos que é difícil suportar
Continuo navegando
Me buscando bar em bar
Éramos dois mascarados despidos de alguma pintura em busca do nada, ou talvez do mais...
Do que há no outro que nos sirva como resposta aos nossos anseios.
Há cérebros que são verdadeiros infernos pessoais
Atordoam - Desestabilizam
Amarram o pensador ao seu próprio demónio!
É certo que enquanto lá fora o sol brilha, cá dentro, pensamentos inversos confundem meus passos que vagueiam nem sempre seguros