Rodrigo Dias Souza
Mulheres e homens entristecidos, envergados, envergonhados, porque foram criados, pensando que o “sagrado” cheira incenso, toalhas brancas, mãos imaculadas, sem calos e sem cheiro de tempero de moqueca, sem roupa para lavar, crianças para criar, mãos e sonhos calejados...
Pensei no poder das mãos, que é modo de Ser da pessoa. A mão que toca, que abençoa, mão que afaga mão que acalenta que liberta que celebra, mão que dá prazer, mão que assina tratados de paz, mãos que percorrem corpos queimados com bálsamos de gentileza para refrescar a vida.
Só é possível brincar no coletivo em que a risada ensina que a vida tem seu lado lúdico, que só é aceitável brincar se também é possível confiar.
Pois é, o anel é um objeto que não tem começo nem fim, é o símbolo dos ciclos da vida, das estações do ano, das fases das luas... Assim são os verdadeiros amigos: sempre circulam, fazendo da vida uma eterna cumplicidade. Brincar de passar anelzinho é consentir, não ter começo e nem fim, recria a vida em ciclos que incluir os momentos do dia a dia com seus dramas e tramas.
As cartas são, sem dúvida, o meio de comunicação mais cheio de emoção, pois evoca a realidade por meio das letras temperadas pelo cotidiano