Roberto Sousa Fernandes
Viver com cicatrizes
Em nosso percurso ferir-se ou ser ferido não é algo difícil de acontecer, as feridas doem, incomodam, mas o tempo cura todas. Então ficam em nós as cicatrizes, marcas gravadas em nossa pele.
Pequenos marcas de nossas feridas, que servem como lembrete, São lembretes não das feridas em si, mas das situações que nos colocamos e nos levaram aos ferimentos.
Pois bem, cicatrizes são o registro fático de que vivemos situações que acreditávamos eram boas, emociantes, arriscadas, inspiravam coragem... ou apenas estávamos no caminho de alguém que displicente não considerou que nos machucaria.
Fato é que a maioria das cicatrizes nunca vai desaparecer, ai teremos que conviver com elas e vez ou outra com as lembranças dos ferimentos.
Viver com nossas cicatrizes, tem um sentido de resiliência, de saber que todas as feridas foram superadas, que sobrevivemos, mas também que aprendemos... Que mesmo nos bons momentos é preciso estar atento... Perceber o que vem em nossa direção e para onde caminhamos.
Algumas pessoas olham para suas cicatrizes com tristeza, com amargura, eu também fui assim por um tempo. Hoje creio que não sou azarado ou infeliz, sou apenas alguém que se feriu enquanto vivia, e se ainda vejo as cicatrizes dou graças... Pois continuo vivo.
Aquilo que tem valor carrega consigo a simplicidade! Um beijo, um abraço carinhoso, o sorriso sincero e o amor verdadeiro.
Eu não sou melhor do que você! Mas não sorria ainda... Você não é melhor do que eu.
Nossa ações é que nos distinguem!
Alguém que gosto
Um encanto ou o próprio canto;
O som mais suave que já ouvi;
A sinfonia mais intensa que acompanhei;
Alguém que gosto é assim.
Uma prosa em versos felizes;
Um conto de sedução;
Um poema a declamar em rimas;
Alguém que gosto é assim.
O perfume do campo;
O aroma das rosas e do jasmim;
O orvalho da noite que cai sobre mim;
Alguém que gosto é assim.
É a mais bela entre elas;
A que me tem e me cativa;
E apesar da minha entrega;
Ela não gosta de mim!
Alguém que gosto... É assim!
Carinho é assim
O carinho não é rosa nem bege, tem a cor consolação
Também tem tamanho, é baixinho, da altura de meu coração
Tem sotaque e fala mansinho, é um sussurro de gratidão
Quando te vê brilham os olhos, em seguida estende lhe a mão
O carinho é tímido, fala pouco e quase se esconde
te observa do seu cantinho, mas não é daqui nem de lá
é como se fosse um pouco de todo, um pedacinho de cada lugar
ele é preocupado, atencioso e cúmplice
O carinho transborda em sorriso, apesar da sua aflição
é caridoso, amoroso e parceiro, é verso verdadeiro
em uma rima de pequenas prosas, é quase todo coração
é como uma ave a flutuar, é um poema que se quer publicar
Coisas que não falei sobre mim!
Se quiser me magoar, está me tornando forte.
Se tiver raiva de mim, me dará o direito de te perdoar.
Quando achar que estou caído, me verá treinando levantar.
Quando achar que me conhece, vai se surpreender.
Quando achar que eu não valho a pena, vai se arrepender.
Aquela casa
Aquela casa tem flores, tem criança e tem bichinho
Aquela casa tem teto, tem paredes tem sofá
Aquela casa tem vista, tem garagem e celular
Aquela casa tem gente, tem mentira e tem verdade
Aquela casa tem oração, doação e caridade
Aquela casa tem tranqueiras, tem de tudo um pouquinho,
É igual a tantas outras, cheia de tudo...
Mas sem amor e sem carinho.