Roberta Vicente
Levantei, tomei café, bebi 5 litros de insegurança. Zé, eu tenho tanto, mas tanto medo de que as coisas não dêem certo. Tenho tanto, mas tanto medo de te decepcionar, de estar fazendo tudo depressa. De estar fazendo a coisa errada mais uma vez. Acontece que eu não quero estar fazendo a coisa errada. Não dessa vez. Zé quero o brilho dos teus olhos só pra mim. Teu sorriso só aos meus olhos. Quero a tua reciprocidade. E tenho medo de perdê-los. Tenho medo de te perder. Por mais que me digas que tudo vai dar certo, Zé, eu tenho medo. Me muda, me diz o que fazer, pra que lado fugir. Me reinventa, Zé.
Pular no teu ombro. Subir nas tuas costas. Te machucar de algum jeitinho o tempo todo. Fitar teu sorriso, teu cabelo, cada piscadela do teu olho. Te ver sentado no sofá, ver o espaço vazio do lado e mesmo assim preferir o teu colo. Passar a mão por entre os teus fios de cabelo. Preencher o espaço que existe por entre os meus dedos com os teus dedos. Te fazer cócegas. Te fazer rir, sorrir. Suspirar ao ouvir tua voz. Suspirar ao sentir o toque do beijo teu. Fechar os olhos e sorrir ao lembrar de cada uma dessas coisas.