Richardson Anjos
A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga, Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se eu continuo a fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ela foi à consulta com o dentista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se eu tem assistido às aulas na Faculdade.
se aprendeu a entrar na Internet e encontrar as coisa no facebook; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros(sera!!! ela tem moto rsrsr); se eu continua preferindo jogar video game; se ela continua preferindo suco ou coca; se eu continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se eu continua cantando tão mau; se ela continua detestando o forro; se eu continua amando ela (sempre); se ela continua a chorar até nas comédias. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se eu estou feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se eu estou mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... >>>> RI <<<<
"Que deslumbre!!! Eu posso voar! Posso avistar daqui de cima as pequenas casas de seres humanos tão grandes. Monto uma prosopopéia; dou vida às ruas, cores e postes. Apareço entre o bando de aves que emigram. Passo por entre as nuvens enormes para emergir ao alto, mudando sua forma. Como é bom voar! Visito pessoas distantes de mim, não há espaço intransitável, Sinto uma paz inarrável, Sensação que me domina e que é a única coisa a qual me agarro para não cair do céu. Num vôo rasante, assusto, emociono, divirto, zango. Mas, enfim, o que importa se eu vôo? Mesmo que esse vôo figure apenas no plano de meu delírio de sonhos, solidão e esperança?"