Ricardo Alves
Eu apenas vivo sem tentar entender o porquê da minha existência; mas sei-o bem, vivendo o que finjo não saber. Sou também confuso, mas é assim que me decifro. Portanto eu mergulho no que eu não conheço, e vivo o passível ao entendimento e ao desconhecido, com esperança de entender o que eu não entendo... Eu apenas sinto e passo o que eu sinto, pois, em sua maioria, são as emoções que me controlam, e elas são o que eu sou e o que eu quero ser, almejam o que eu almejo... - minha existência é demasiadamente complexa para se expressar apenas com palavras.
Sinto-me demasiadamente melhor quando não estou em 'sã consciência', mas sim quando estou entregue às vontades do corpo. Quero banhar-me de energia e de boas vibrações, me entregar aos delírios e emoções; sucumbir as tristezas e as angustias. Quero levantar vôo; pular de uma montanha; sentir o sol me “cegando”; sentir a brilha gélida - Quero gritar bem alto: Caramba, eu sou livre!
E porque não dar um basta nas lamentações e viver o “agora” com uma intensidade jamais vivida?! Às vezes só se sente dor por vontade própria; às vezes você só não prossegue por acomodação, por falta de coragem, por medo.
De principio compreendo bem as minhas queixas, por conseguinte, ao refletir, deixo de compreendê-las por base das minhas atitudes: agradei mais aos outros do que a mim mesmo. Almejei a morte enquanto eu estava vivendo, e olhe lá se eu estava realmente vivendo; viver e não viver para si é uma morte precipitada, ou até, talvez, um suicídio.
Eu sou demasiadamente apegado às coisas, principalmente às pessoas, aos sentimentos que elas me propiciam. Se entregar a esses sentimentos é ótimo, mas nem sempre são oferecidos a você da maneira a qual se espera – já senti em demasia, chegando ao ponto em que meu corpo já não mais aguentava as emoções proporcionadas.
Vislumbro a vida como um túnel, à medida que vamos caminhando, esse túnel vai sofrendo modificações e, simultaneamente, sofremos grande parte desse processo junto a ele – somos influenciados pelo meio e também nos modificamos. Eu já fui muito mais apegado aos sentimentos e, consequentemente, muito mais sentimentalista, mas, assevero: preciso dosar minhas emoções, pois ainda há ímpetos.
E o sorriso delineado em seus lábios dando ao semblante uma feição sorridente, camufla por completo su’alma - um território medonho imbuído de fantasias e alucinações, a fim de despertar um turbilhão de sentimentos desconhecidos. Conhecer-me significa me sentir, entender o meu eu, “tocar” meu intrínseco – arrisque-se, todavia, nem eu fui capaz de tamanha façanha.
Entrelace suas mãos nas minhas e me faça acreditar que o amor existe. Ajuda-me a satisfazer as vontades do meu intrínseco; faça tudo por mim - ama-me por mim, e por mim apenas. Jura-me amor eterno e, por mesmo que eterno ele não seja, faça juras. Prometa, suplique e ME ame. - É o bastante.
Uma força estranha habita em meu intrínseco: eu consigo sentir e, simultaneamente, eu já não mais sinto. Sinto um sentimento que não sei qual, mas sei que o sinto – possui a força de um cavalo selvagem e iguala-se às vontades da paixão, mas possui em sua “composição” a sutileza e a pureza do amor. Senti-lo já é meio caminho andando, o próximo passo é desvendá-lo, mas, se basta apenas sentir, não se faz necessário descobri-lo, ou faz?! Ah, se trata de algo muito complexo.
Há coisas que eu realmente não entendo, e uma delas são as minhas vontades - Queria eu poder domar os ímpetos da paixão.
Há muitas coisas em mim que eu não entendo, uma delas são os meus sentimentos, mas acho mesmo que eu não preciso entendê-los, apenas sentí-los.
Meu ser
Meu caráter repudia os injustos e os aproveitadores.
Meu coração despreza as dores e os dissabores.
Meus olhos sensibilizam minha alma ao ver o cotidiano.
Meu corpo fraco sucumbe diante das mazelas.
Meu futuro é incerto.
Meu fim chegou.
O Amor
Delicado e suave como o vento,
Devastador como um furacão.
Resumido em um belo momento,
Povoado de grande emoção.
Pode durar um infinito segundo,
Ser breve por um ano inteiro.
Parecer o melhor do mundo
E entre todos ser o verdadeiro.
Pode vir carregado de dúvida,
Ser dúvida enquanto durar.
E que dure pela eternidade...
Que fale por toda uma vida,
Vida que se dá para amar.
Um amor que deixou saudade!