Riani Alvaro

Estrelas da alma cantam canções

Gosto de observar as estrelas, ás vezes fico pensando: por que algumas pessoas não dão valor ao que realmente importa na vida? Desde a folha da árvore caindo no chão no outono até o brilho da estrela mais distante, mas possível de se observar. Por causa dessa falta de importância, as estrelas estão ficando cada vez mais distantes, não em relação à verdadeira distância, só que as estrelas – para nós – estão cada dia mais difíceis de serem vistas, principal motivo? A poluição que o homem faz sem pensar na própria natureza, sem pensar que ela pode chegar num nível tão grande, que vai matar seu criador. E o homem, bicho distraído, só vai começar a notar as estrelas, quando só restar uma no céu. As estrelas são a verdadeira beleza e inspiração do universo e de todos os seres que nele habitam, é incrível como, mesmo isoladas umas das outras, continuam firmes, brilhando mais que tudo, e mesmo sozinhas, nunca desistem. Tem algumas estrelas que sempre serão possíveis de serem vistas, infelizmente, podem ser mais raras que um diamante, daqueles mais brilhantes, e podem chegar a ser muito mais valiosas. Essas estrelas são encontradas n'alma dos seres mais singelos, pode ser que uma pessoa enxergue essas estrelas enquanto outras simplesmente não conseguem. Quando você finalmente encontra essa estrela em alguém, este se torna um dos mais especiais na sua vida, esse alguém passa a ser a pessoa da qual você nunca quer perder, qualquer momento longe dessa pessoa é um sufoco. Algumas estrelas, com o tempo, vão perder seu brilho, pelo menos para você, mas quando você encontra uma estrela que se encaixa perfeitamente com a sua, você vai brilhar como nunca brilhou antes, você vai se sentir infinito. Essa estrela pode vir como um amigo, como um amante, como um parente, ou como um mestre, são aquelas pessoas que mesmo longe, estão com você, e nunca te abandonarão, e você vai perceber coisas das quais nunca havia notado, e você vai cantar.

O nada da minha mente parecia ser tudo

Me vi um dia com alguns amigos, conversávamos na arquibancada enquanto observávamos os outros jogarem. Falávamos sobre a vida, poesia, talvez liberdade, não consigo me recordar. Mas me lembro de um pequeno colapso de atenção que tive, de repente o tempo parou para mim, era só eu e o mundo, meus amigos se perguntavam para onde eu estaria olhando, talvez para o nada, eles falavam. Não, eu não olhava para o nada, naquele momento eu olhava para o tudo. Olhava para o meu interior, olhava para a árvore dançando ao lado de fora da janela, olhava para a bola indo de mãos em mãos naquela quadra, olhava para todas as músicas que um dia ouvi, tudo o que já senti. Olhava as estrelas, as esperanças, olhava o passado, presente e futuro. Naquele momento eu olhava o infinito.

Se esconda nas sombras

Não seja você.
Exatamente,
A sociedade nos impõe o que acreditam;
Conviva;
Escute;
Seja bom;
Esqueça seus demônios;
Seja normal.

O que não percebem é
Que, ao dizerem isso,
Não querem que você,
Seja você.

Então,
Em sociedade
Esqueça suas peculiaridades
Seja o “padrãozinho” sempre imposto
E só seja você em frente a quem merece.

Quando estiver só,
Pule;
Dance;
Grite, com toda sua força;
Sem medo de julgamentos;
Pertença a você mesmo;
Seja sua alma gêmea;
Seja livre.

Em algum momento,
Um outro alguém,
Este escondido nas sombras da sociedade,
Vai querer te conhecer por completo.
Está cansado do “padrãozinho”,
Procura o mágico.

Que sua aparição valerá a pena.

Medos

Eu tenho medo do escuro;
Eu tenho medo de altura;
Eu tenho medo da rejeição;
Eu tenho medo da incompreensão;
Eu tenho medo do fogo;
Eu tenho medo da desistência;
Eu tenho medo da persistência exagerada;
Eu tenho medo da vida;
Eu tenho medo da morte;
Eu tenho medo de não ter medo da morte;
Eu tenho medo do que pode cair do céu;
E tenho medo do que pode permanecer nele;
Eu tenho medo de monstros;
Eu tenho medo do julgamento;
Eu tenho medo do homem;
Eu tenho medo de fechar os olhos
E tudo desaparecer;
Eu tenho medo de envelhecer;
E tenho medo de parar no tempo.
Eu tenho muitos medos pra pouca idade,
Mas o pior deles...
É o meu medo de sentir medo.

⁠Amores e dores perdidas

Cativada seria a alma do viajante
Por as nuvens de chuva
Raios de sol
E brilho da lua

Pensaste que a paisagem
Daria lugar ao acaso
E que ao ouvir um sabiá
Lá estará (de contramão)

Em meu corpo não há lugar
Pra tamanha desventura
A flama de uma paixão

Que de sol se torna lua
E que coberto pelas nuvens
De repente, se vão.