Riana Priscilla
O que mais me dói é que, enquanto você já tem alguém pra ser seu e chamar de amor, eu não tenho nada. Meu coração ainda está preso a você.
Sempre vai ter quem te pise, quem te ignore, quem te subestime, quem te exclua...mas nenhum deles será o amor.
Sinto um imenso desconforto em saber que o que tenho não te agrada. Mas sou feita mesmo disso: Carne, sangue e suor.
Vejo a maioria das fotos com desprezo. Não pelo passado ou pelo que suas lembranças me trazem. O desprezo é por não ter me doado totalmente por inteiro. Talvez por medo, mas o medo é dono do meu maior desprezo.
E mais uma vez ela entra em seu quarto escuro e não quer saber de abrir cortinas.
Da última vez em que uma se abriu pra ela, foi num palco de lembranças cinzentas.
“Sou dessas que não se importa muito com nada” – ela disse.
Quantas vezes ela enfatizou que pouco se importa com o que dizem, ou pensam, ou fazem.
Por quantas e quantas vezes ela repetiu que tinham que a aceitar à sua maneira.
Inúmeras vezes abriu a boca pra dizer que só se importava com o que ela achava dela mesma.
Poucos sabiam que ela se fazia de cega pra não enxergar cicatrizes que já existiam ali dentro.
Ninguém sabia, na verdade, que ao dizer que não tava nem aí pra nada, engolia um final que ela jamais dissera – “um dia me importei e fingiram que eu não estava aqui.”