Rene Magalhães
Zela o conforto:
Aquele que tem a preguiça sã,
Quem vê monstro na novidade;
O que tem medo;
O que segue a normalidade, sem questioná-la;
O que está sempre na moda, achando que não está fazendo feio...
O conforto é uma satisfação que coroa uma ilusão que escraviza.
Pelo conforto o homem ignora seus sonhos e continua nos limites impostos por esta condição: Não Joga pro alto um emprego que não está mais feliz, não sai de uma relação acabada, não refaz sua vida, não arrisca um passo pra deixar de ter conforto e tentar ser feliz.
Felicidade e as perdas
Só o homem de coração aberto, olhar atento e ouvidos pacientes sabe...Este prazer é para poucos, fruto de um “luxo” que é viver desfrutando do que a vida tem a nos dar... Saber o que é a tristeza é ter a certeza que um dia encontramos a felicidade!
Tolice desprezar o perder, esta é a única certeza que temos! Viver é um jogo em que perdemos mais que ganhamos, para nossa felicidade, sim, felicidade! Se a felicidade fosse cotidiana, não teria a importância que tem, nem mesmo para ajudar-nos a superar os momentos difíceis de uma doença, um amor partido, um amigo que se foi para longe, a perda de um ente querido ou de um animal companheiro...
A felicidade é feita de pequenos instantes com a intensidade necessária para alimentar nossas recordações.
Andar numa direção é agilizar, não dar o primeiro passo é aprisionar..Andar sem rumo é ampliar...pode até não dar a lugar algum, mas, sem dúvidas, terá mais histórias para reviver e contar:)
Só através do outro, da coisa, da natureza que tenho reflexo do que construo em mim...
Cada fragmento de reação é uma parte que pode ficar, desenvolver ou evaporar.
Campos desconhecidos, desconforto necessário e talvez prazeroso de se aprofundar...e as asas levam a mergulhar na fundura deste poço do qual ainda desconheço a profundidade...recortando culturas, pessoas, danças, histórias, geografias...unindo estes pontos de "memórias", construo este esqueleto de "vida" de um único rei: Meu coração!
Tenho sede de lágrimas de felicidades,
fome de viver intensamente,
frio pelos poucos abraços sinceros,
náuseas de convívios fúteis e superficiais.
Velha e boa infância.
Saudades de um tempo..
De andar em balanço, quando isso não era desequilíbrio, mas pura diversão...
De deslizar num tobogã e não estar nem aí pras calças;
De tomar banho de chuva, sem gripes;
De achar que o comigo não tá, seria apenas uma brincadeira...
De que obrigação era estudar...
De ter a cama de meus pais quando tinha pesadelos..
De me divertir por ter tomado um caldo...
De ser metralhada por jamelões na casa de meus avós...
Quem não teve infância, dificilmente terá leveza... "Crescer" é monótono.
O maior pecado é permanecer na inércia de um conforto "santificado" chamado omissão. Os grandes transgressores foram os que mudaram o mundo!
Meu fado
Palavras calam
Ideias germinam
Vontade de te ver
Luz que aquece
Saudade enfraquece
Vida vinda vira
No ponto que abandonei
Segue o som da lira
Canto o tom do fardo
Depois de tanto buscar
Encontro, enfim, meu fado.
E veio na brisa, num lapso...
Envelheceste mas a condição de eterna criança ainda está em ti, que belo.
Sentimo-nos jovens, loucos e apaixonados pela divertida condição de estarmos vivos e é isto que nos afasta e nos aproxima.
Então curto daqui, vc acolá.
A Brisa vem e traz o rastro de um amadeirado que nunca foge da anamnese.
Num fluxo de ir e vir, contínuo e desmedido.
Uma corrente nunca mais alforriada
Um laço que nenhum tempo desdará.
"Canso do descaso,do egocentrismo, dos dias chuvosos que dificultam os passeios divagados e o encontro com o outro...
Os olhos saltam com revolta,buscam uma perspectiva alem do escudo da soberba...
Num labirinto de círculos, clubes, corporações cibernéticas o outro se distancia de mim, de ti e de todos nos na mesma velocidade que se aproxima deles e dos que virão...proximidades céleres e convenientes, apenas..."RM
" Jogues fora o vazio que tens
Respires o ar quando vires um ambiente impregnado de amor;
Digiras o ódio que carregas no estomago...
Dês a liberdade para a sua dor, chore...
Fortaleças com os teus erros,
Sejas cruel com tua maldade, sejas bondosa...
Também de espinhos se faz uma rosa" Renê Magalhaes
Desejo o céu! Como uma pipa avoada, bailando, colorida... Num imenso azul de fevereiro... A rodopiar como serpentina, quero eternizar o instante da alegoria para enfeitar o carnaval de minha vida!
"São os atos, inclusive os omissos, que te dão as chaves de sua liberdade ou a cela de sua prisão...a vida te dá escolhas para voar."
Ciúme deve ser como tempero e sentido, apenas de leve.
Um coração dominado por este sentimento pulsa por algo vão.
Sentimento não é ditado, nem enclausurado...quem sente, sabe...quem finge, também.
Se o ciúmes é maior que o amor é um indício de que não o tens...
Esquecer o passado é negar o presente...
Dificilmente esquecemos o que marcou a pele ou o coração
Raiz de pai e mãe, flores de amizade, frutos de relações... Tornam-me e sou- lhes eternamente grata, desprezá-los é estúpido autoflagelo.
eu construí estórias,
tu construíste estórias,
nós construímos uma estória...
Sejas grato a todos os que passam pela tua vida...sem eles, não te tornas
