Renê M. P. Barreto
AMIGO
"Amigo agora, amigo de outrora
Amigo que parte, amigo que chega
Amigo que se vê sempre, amigo que se vê uma única vez
Amigo que recordamos, amigo que não nos deixa esquecê-lo
Amigo eterno, amigo por um instante
Amigo sério, amigo tonto
Amigo louco, amigo santo
Amigo de copo, amigo de ofício
Amigo de luta, amigo de fé
Amigo de corpo, amigo de alma
Amigo presente, amigo virtual
Amigo que se toca, amigo que se sente
Amigo que chora, amigo que consola
Amigo nosso, amigo dos amigos
Amigo mais que amigo, amigo nem tão amigo
Não importa o gênero, se você for meu amigo"
Despedida de Domingo
Quando criança, dos meus avós me despedia
Na adolescência, era a namorada que se ia
Adulto, para meus pais, adeus dizia
Agora, ao despedir-me de minha filha,
Sinto a mesma velha agonia
Na velhice, hei de ser vingado
Aos Domingos, serei lembrado
CAMINHO
Entre luzes e penumbra,
enxergo um caminho
Não são dois, nem três.
Mas hum caminho
Uns errados escolhi
Outros certos não conheci
Desta vez,
Não carregarei o pêso do erro
E nem a altivez do triunfo
Mas a paz,
Por este derradeiro caminho.
Começamos a morrer à partir do instante em que nascemos. Não gaste seu precioso tempo com baixo astral, sentimentos negativos e pessoas ruins. A vida acontece aqui e agora. O que virá depois, só vc saberá, se é que virá.
"Momentos fugazes geram sensações efêmeras. Mas, quando alegres, provocarão lembranças perenes. E, se compartilhados, ajudarão a construir laços eternos de amor e amizade."
CHUVA QUE ME INSPIRA
"Doce e amarga chuva.
Que cobre o suor deste corpo,
Fatigado de tanto lutar.
Que lava a aura dest'alma,
Desbotada de tanto sofrer.
E desdenhada e incompreendida,
Deixa-a misturar-se
Com as águas de seu pranto.
Doce e amarga chuva.
Que deságua nesta terra,
Desprovida de cuidados
E há tempos sofrida.
Que arrasta com fúria,
Seus torrões secos e áridos,
Sedentos por alguns borbotões.
E castigada e impotente,
Deixa-a talhar-se
Com sulcos de erosões
Doce e amarga chuva.
A natureza se curva diante
De sua uníssona presença.
Com silêncio profundo,
Faz-te adorada reverencia.
Seu reinado, sempre absoluto;
Ainda que te falte cadência
Ah, doce e amarga chuva.
Sua existência paradoxal,
Torna-te augúrio ou
Faz-temensageira
Do bem e do mal"
A racionalidade excessiva subjuga os sentimentos, camufla a essência e torna-te, absolutamente, previsível.
Quando suas palavras se calam, seus gestos falam por si.Mas nem palavras, nem gestos, falam tanto sobre você quanto seu olhar.
Que quando brilhante, resgata meu lado romântico. E quando fosco,resgata meu lado cético.
Se o amor vive entre diferentes tons de cinza e sob nuanças de palavras, gestos e olhares; sobreviverá às amargas constatações de que o próprio amor é volátil?