um despertador te acorda
para uma manhã
um livro te desperta
para a vida inteira
poesia é o avesso do silêncio dos sentimentos
digam ao fundo do poço que eu sei flutuar
o maior sonho do fracassado não é alcançar o sucesso é encontrar uma justificativa para o seu fracasso
passarinho que tem medo de vento não voa
amando ou não você tem as mesmas
chances de estar só
meu amor não é grafite que qualquer borracha apaga
sentado na beira da lua
com os pés pra fora gosto de cantarolar músicas para as estrelas dançarem
não nasci para ser criança só até os doze anos nasci para ser criança até o fim da vida
deixemos para trás as mulheres empoeiradas para tornarmo-nos mulheres empoderadas
o silêncio dela não é só o calar sua mudez disfarça desespero e agonia quando se recolhe o faz para suportar a vida sua quietude é seu lugar de proteção precisa de um pouco de sossego para que a respiração se normalize necessita de calma para assimilar a vida se perde em pensamentos à procura de si de repente se dá conta de quantas contas errou
dos resultados que não alcançou e da vida que não viveu
dormiu menina acordou mulher
(Livro: Apenas uma possibilidade)
os livros sempre me ajudaram a ler minha alma
tenho ocos que não sei como preencher
(Livro Apenas uma possibilidade)
uma vida inteira de ganhos e acúmulos para finalmente estar diante de alguém por quem vale a pena tudo perder - eis minha definição de amor
se por alguma circunstância me furta o chão a vida aproveito a oportunidade para realizar o sonho de voar
os invejosos sempre tentarão lhe convencer de que sua alegria é um erro
não há que desesperar quando algo morre algo acaba de brotar
— na verdade, eu queria desaparecer, ao mesmo tempo em que queria que alguém notasse.
não me importa saber do que são feitas as asas das borboletas
vê-las voando é suficiente
nenhuma aranha duvida
da teia que tece
não sou eu quem vai duvidar dos caminhos que traço
há momentos em que silencio para melhor pensar
e há momentos em que silencio porque já pensei
quando estou contigo
tanto amor me invade
que dói o peito viver
tão doce realidade
mas quando te vais
invade-me a dor da saudade
a dor de tua ausência
com toda a sua crueldade
não hei de reclamá-la
pois sei em verdade
que é a forma de te ter
na minha soledade
cada instante
e em cada pensamento
a dor é também um jeito
de te ter por dentro
inevitavelmente haverá o passo que será o último da calçada e então você terá de atravessar a rua
minha vontade hoje
é não ter vontade nenhuma
o amor é a maior manifestação de liberdade que a todos aprisiona