Renata Stuart
Críticas todo mundo faz. Por isso, ignore-as e guarde apenas as construtivas. Elogios? Nem todos têm capacidade e humildade para fazer. Portanto, não os espere. Apenas, viva! Do jeito que te faz bem e feliz.
Eternizar o tempo, a meu ver, é deixá-lo registrado com a satisfação, o prazer e não o arrependimento, não com o gosto amargo de uma vida sem intensidade. Eternizar o tempo é viver fazendo o que se gosta, estando com quem se gosta e sendo como quem a gente gosta de ser. Um dia de cada vez.
E tem dias que a nossa maior certeza é a ausência de certezas. E a maior vontade é de se render à vontade de não pensar em nada, não fazer nada. Mas depois passa. Sempre passa. Ainda bem que passa.
E então ela se deu conta de que não era dele que sentia saudades. Mas de quem ela era quando estava com ele. Sim, sentia saudades do próprio eu.
Certa vez ouvi dizer que não se pode encontrar a felicidade. A felicidade é o caminho. E eu acrescento: tristezas são apenas buracos dessa estrada desgastada que é a vida. Se não der para tampar todos, basta se desviar deles. Como ? Ignorando-os, com um sorriso no rosto. Afinal: a travessia compensa!
É, eu tenho a mente inquieta e o coração faminto. Tenho sede de viver, sede de sonhar, sede de amar.Eu quero. Quero mais cor, mais brilho, mais intensidade. Quero mais insanidade, mais aventura, menos preocupação e um pouco de irresponsabilidade. Quero menos palavras e mais ações
Ela não teme. Não teme o inesperado, o desconhecido, nem a desilusão. Ela se ‘joga’ mesmo, de olhos fechados e sem pára-quedas. Seu lema é que a vida, de tão rara e curta, deve ser vivida por inteiro. Sim, ela alimenta expectativas, dá mais do que recebe e sonha alto.
Falo dos cegos que possuem total capacidade visual, mas não a usam com sabedoria. O cego que enxerga, mas não vê. Aquele que não vê o outro, não vê nada além de si mesmo. Ou, ao contrário, vê unicamente o outro, e se desagrada para agradar o outro, que se coloca em segunda opção, sempre.
O tempo é um vento que passa despercebido, de forma inconsequente, levando nossos dias, nossa juventude, nossas coisas, e ‘nossas pessoas’, (que na verdade não são nossas). Somente os sentimentos fortes, que de tão desesperados, se seguram nas árvores e resistem a ele.
Quero ouvir você cantar no meu ouvido, gestos inusitados num dia comum, quero perder o fôlego, quero um amor sem sentido, quero voltar pro século XVIII, quero mais romantismo.
A felicidade sempre será uma busca incansável. Mas a alegria, essa podemos ter todos os dias. Só depende de nós mesmos.
A coragem embriagada vem fácil. Quero é ver a transparência sóbria, que nos coloca de frente – e por inteiro – com as dores e as delícias do viver.
Só o verdadeiro QUERER – aquele que lateja e incomoda – nos torna capaz de abandonar a estabilidade, a calmaria de uma vida dentro dos conformes – programada para dar certo – e correr atrás de sustentar os desejos mais interiores, aqueles que parecem mais absurdos, mais insanos e utópicos.
A pessoa certa é aquela que não ri dos meus sonhos, das minhas manias e que me dá força para batalhar pelos meus objetivos. É aquela que faz um dia corrido, simples e rotineiro se tornar especial. A pessoa certa é aquela que me tira do chão às vezes, mas que me dá equilíbrio e segurança sempre.
Ter coragem de mudar é, antes de tudo, ser honesto consigo mesmo. Abrir mão da estabilidade para viver os riscos que as escolhas nos impõem é para poucos. Mas se manter “firme e repleto de certezas” apenas para se mostrar confiável diante dos outros é total sinal de fraqueza.
Esqueça – nem que seja só por hoje – tudo aquilo que te machuca, que te corrói por dentro, que te faz retroceder, que não te evolui, que não te faz bem. Guarde essas bobagens pra outra hora, numa gaveta com cadeado. Ou melhor, se você for capaz, apague-as de vez. Desate os nós, cate os cacos de vidro, e levante a cabeça.
Olhe para os seus sonhos. Não como quem olha para o além ou avista uma miragem, mas como quem diz “te vejo em breve”. E vá atrás deles, um degrau por dia, mas vá. Perdoe para ser perdoado. Ame sem esperar ser amado. Faça o bem sem esperar ser reconhecido. E a vida te trará respostas, naturalmente.
As pessoas podem ter as diferenças mais escandalosas, ser completamente opostas no modo de pensar, nos valores, nos ideais, mas, em um ponto, todos somos consensuais: Amar é fundamental. O amor traz cores a nossos dias cinzentos, traz energia aos dias que se arrastam, traz fantasia para aliviar o choque de realidade.
Sou assim, o morno nunca me fascinou. Só quero ser feliz ao meu modo e ver o clássico “Eu te amo” materializado em gestos impensados, imprevisíveis, insanos e verdadeiros.
Se há um obstáculo para a verdadeira liberdade, esse obstáculo é o medo. O medo da mudança. O medo de trocar o certo pelo duvidoso. O medo de largar o que nos parece “melhor” – ou mais certo – no momento, para buscar algo que nos instiga por dentro, algo que ainda não é concreto, mas que vive e respira em nossa mente.
Sim. Me recuso a viver pela metade. Sonhar pela metade, acreditar pela metade. Quero o inteiro, o todo, o completo. Quero a luz ou a escuridão. O quente ou o gelado. O muito ou o nada.
Acontece com todo mundo. Um dia você descobre que não vale a pena revidar ofensas, que elogiar não é se mostrar inferior e que ser humilde faz um bem danado a alma.
E um dia você também aprende a enorme diferença entre amigos e colegas, e você percebe que há colegas que se fazem de amigos. Um dia você compreende que, não importa o que você faça, as pessoas sempre vão criticá-lo. Então, você passa a ignorar as críticas.
E você passa a ser o que é, sem ligar pros sorrisinhos irônicos, olhares reprovadores, ou indiretas medíocres. Tudo se torna pequeno demais para lhe abalar.
E você descobre, no fim das contas, que o fato de você amar demais a si mesmo é o que incomoda os outros.
São as velinhas que sopramos ao longo da vida que nos acrescentam algo como pessoa. São os momentos vividos, experiências adquiridas e escolhas feitas que dão o peso necessário à nossa bagagem. Tenho que prosseguir. E, se para correr atrás dos meus sonhos ainda não alcançados, terei que continuar envelhecendo, que venha o tempo, e que venham muitas velas para eu soprar, pois meus anseios são muitos e tenho planos para um século. Já dizia minha bisavó: “Quem não quer ficar velho, tem que morrer novo."
Paixão pressupõe loucura, insensatez, patologia, irracionalidade.E ela chega sozinha, despretensiosa, inocente, sem juízo, nem sequer imagina que pode vir a se tornar amor. Com um tempo, a casa vai ficando familiar, o cantinho se aquece, as coisas se ajeitam, se assumem e se revelam. O amor chegou.