Renata Alves
Menos Silêncio
Em busca de menos silêncio... escrevo
Páro por enquanto isso torna-se suficiente
Menos espaço, muito menos confusão;
O vento à passar
Quantas tantas palavras soltas, atiradas em todas as direções
Enquanto esse silêncio continua,
Essa folha de papel com suas muitas linhas ainda em branco,
dizem: que ainda há muito o que acontecer,
E, outras tantas palavras a serem ditas.
Serás vida!
Escrevo porque sinto,
Vida e palavras são uma junção que não me convém separadas
Encontram-se no mesmo nivel
Quando as palavras surgem, são a salvação dos meus dias ...
Nesse beco de palavras encontrei asas, estou aprendendo a voar.
Escrevo no meu silêncio.
Posso falar dos sonhos
A porta ficou aberta, os trincos nunca estiveram trancados,
não houve menção alguma de mudança por uma grande fração de tempo;
Algo mudou, sem como, sem porque. foi mundando/mudou.
Nenhum som ecoou
Já dizia-se por aí: amanhã é muito tarde,
amanhã, amanhã...
Um toque suave na porta que agora trancada ficou.
No ecoar dos passos, o filme dos sonhos passou mais uma vez
A porta à abrir, alguém chegar aproximando-se
Segurando suas mãos, isso trouxe paz, levou embora solidão.
Era uma vez: e, era sonho, posso falar dos sonhos
Sonhos, - parecem verdade basta esquecer de acordar, a porta continua trancada...
Não era escuro, não ainda, ela está trancada
Tornando esse lugar um mundo fechado
Trancada, e nem um passo ecoando em sua direção;
A porta continua trancada.
'Sem esperar' pelo amanhã
Não passei por esse lugar antes e, isso me faz querer continuar conhecer tudo o que está agora pertencente ao que vivo; Pela manhã guardei o pouco do que passou, não que seja pouco o que passou. Quis guardar o que era no entanto bom e disso restou pouco. Aliás é assim com todo mundo, não é ? - sempre sobra muito pouco de passado, no qual se possa dizer: foi bom.
Olha, tenho até então um pouco do que fui, do que sou tenho muito, tenho tanto que não mudaria o que sou nas incertezas do futuro; Grandes pessoas já estiveram andando por esses lados... buscando garantias, respostas, sairam daqui com perguntas e vários questionamentos que nem imaginavam, no entanto outros seguiram livres, também sem as conclusões, nenhuma resposta, nem sequer perguntas; Somente livres, - liberdade de acreditar no amanhã, 'sem esperar' pelo amanhã.
Diria que como o vento, leve, tranquilo. E quando preciso forte.
Ventanias são passageiras.
Relevante,
as curvas que o vento faz, sempre surpreendentes.
E, mais uma vez digo:
Ventanias não são eternas, passam.
Ventos sopram à favor, na verdade de um instante.
Tudo que é verdadeiramente bom, faz-se presente.
Pôr-se então, aqui agora, ao centro dessa calmaria
Diante das forças do acaso, quem sabe destino,
Ou chamaria isso apenas de Deus.
Don't forget who, i am
Quero esquecer aquela desordem, colocando tudo no seu devido lugar. Pensar, refletir pode ser o jeito certo de começar, mas digo: apenas começar, decifrar, desvendar, conhecer, não é simples assim, não estão contidos em pensamentos. Existe no sentido do hoje o que só saberei amanhã, as 're-ações' são voltas e mais voltas de tudo o que me tornei.
Felicidade, - É verdadeiramente estado de espírito , sentisse feliz logo torna-se feliz. Dedicar-se à felicidade é refletir o amanhã, dizer algo bom à alguém, ser o algo bom de alguém, foi sempre o que esperei da felicidade.
Prossegue bem quem tem nas mãos as fontes momentâneas de razão, perante os momentos de ausência de felicidade saberão conter consequências inesperadas.
Fico com medo. Mas o coração bate.
Não sei exatamente o que anda acontecendo,
muito menos o que pode acontecer,
vou seguindo e somente,
medo, muito medo às vezes (quase sempre).
O que é novo assusta,
quanto ao 'desconhecido' emudece, total falta de palavras,
nenhuma compreensão, foi assim... está sendo.
Perceba, não foi coragem e sim o medo que me fez seguir,
dificil entender como o que pode trazer tamanho medo,
logo transmite tanta confiança, paz.
Ainda vejo como um grande mistério,
os pensamentos já não encontram-se
dificilmente lembrarei das poucas palavras que falei,
porém as que ouvi fazem parte de muitas lembranças...
Já não sei esconder que se pudesse voltar, mudar...
estaria novamente naquele mesmo lugar, esperando pelo desconhecido
Escrever, escrever, escrever...
Perdi muito tempo,
Guardei por tanto tempo as palavras que deveriam ser ditas, nunca disse...
Fico preocupada ás vezes, em como esse amontoado de coisas,
tudo isso que fui acumulando vai ficar depois, 'aqui dentro'
Em alguns dias encontro algumas horas e durante elas escrevo
Sabe, dá medo demais, falar, ser ouvida e não saber o que pensou-se de fato em relação ao que foi dito.
Existem palavras que nunca devem ser ditas, eu sei, - E por isso escrevo.
Um dia ouvi: que seria tempo perdido
Quando pensei em tudo novamente, vi que não
O medo que tenho não é de falar, mas de ouvir ou ter apenas aquelas palavras mudas... que fazem tanto mal.
Há quem entenda e também quem nem queira entender e tire todas as conclusões
"De uma pobre menina boba, fechada no seu mundo criado e inventado totalmente particular"
Posso esperar o tempo que for, talvez um dia mude tudo isso, inclusive a forma de pensar
Mas tenho coração, tenho alma e me conheço bem à ponto de saber que sonho mesmo
Tenho esperanças e vivo esperando pelo que seja verdadeiramente bom
Pensei ontem, que partes da vida podem ser partes de grandes sonhos sendo realizados.
Muitas vezes, 'muitas vezes mesmo' não sei o que fazer do que vivi e do que vivo
Tantas são às horas que pensei...
Ontem eu pensei em alguém que pode não voltar
Alguém que existiu...
Os passos de hoje, são subtraídos no amanhã
Ficar parado, estacionado
Hoje não dá não!
Não sei por que razão, se é que existe.
Em frente,
Sempre em frente.
O que é nosso a existência cuida de trazer
Só não queira adiar, não vale se antecipar.
Tudo certo, existe a estação
Tem tempo de chegar e partir, é exato.
Engraçado, usam a boa teoria do: “viva o hoje", mas logo após põem na cabeça "amanhã é outro dia"
Então me desvende um questionamento:
Quem não consegue mudar o dia de hoje, saberá mudar o de amanhã?
Agora é a era da conexão na palma das mãos.
Haja inteligência século XXI.
Acerca das guerras,
como humanos imponentes em inteligência, lançam guerra entre nações?
Só por hoje cansei das doses de inteligência,
tem coração pulsando
e muitos outros sangrando em solidão em toda multidão.
Quero ver, quero ouvir, noticia diferente na TV...
A dádiva da vida o permitiu lutar até o fim, o oxigênio já lhe era escasso, os movimentos já eram poucos, as palavras eram mantidas no silencio e às poucas que eram ditas, comoviam.
A compra de um livro nem sempre induz a uma leitura imediata. Foi isso que ocorreu, no final do ano passado comprei alguns livros, entre eles um que não me chamou muita atenção, mas enfim acabei comprando pela curiosidade de saber mais acerca do assunto, o livro nada mais é que “A sucessão no Vaticano – Os bastidores da morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI, por Wellington Miareli Mesquita”
Você deve estar imaginando, - Lá vem uma ladainha religiosa. Não caro leitor, lá vem... Mas é uma constatação, logo no inicio da leitura do livro, encontro o jogo de poder existente dentro da igreja católica (não somente nela, existente em qualquer religião, ou conjunto de pessoas). Não pense também que estou questionando religiões, sendo descrente, pelo contrário. É exatamente o crer em Deus que amplia minha visão para enxergar além.
O Papa João Paulo II um servo de Deus, que semeou o bem, sofreu durante anos, e ainda em seu leito de morte agonizou até o fim. E mesmo nesse estado se preocupou com a nação. Um homem santo, por que tanta dor? Onde estava sua fé? Onde estava o Deus que ele dizia acreditar?
Não é simples, no entanto fácil de entender, crer, ter fé. Não significa esperar a ausência de dor. Dos momentos de dor nenhum ser está livre. Sem a dor o individuo não valorizaria os instantes bons. Evidenciamos o equilíbrio, como se estivéssemos mantidos sobre uma linha, nem sempre reta, fixa ao chão. De um lado o bem do outro o mal, ao meio a fé erguida por 50% de bem e outros 50% de mal.
Quanta pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Essa frase faz parte do contexto do livro dita há alguns anos atrás pelo cardial alemã Joseph Ratzinger, isso torna a frase futurista ou estamos regredindo?
Talvez a ignorância contida na humanidade do século aprisione a sabedoria. Sábios foram homens considerados loucos que usaram suas idéias para revolucionar gerações.
Acredito que independente de crença, respeitar quem espalhou bondade, lutou pela pacificação e viu em jovens a alma das nações, é o mínimo que pode ser feito.
No silêncio da noite
Repouso em lucidez de querer bem
Pouso no improvável, nas verdades que tenho por perto.
Falta astral?
A noite está sem cor?
- Vou mudando o astral,
alimentando o pensamento de como a escuridão é inexistente.
Daí, vou pintando-a em cores,
se faltar no estoque uso uns retoques,
nada que a luz da lua e o brilho do sol não provejam.
Deixar brilhar até amanhecer.
Preciso um pouco mais do que isso, eu sei.
Necessito de coisas escassas.
Careço do bem,
hoje pouco se tem.
Borboleta conhece a vida e o milagre do vôo ao sair do casulo.
Como conhecer alguém ou algo, se não conhece a ti mesmo. Por dias tenho refletido sobre isso. Coincidência ou não, participei de uma conferência que tinha por tema "saúde e bem-estar" não me passou pela mente que aquela conferência esclareceria meu conflito de pensamentos. O tema foi dividido e discutido em físico, mental, social e espiritual.
Porém não acredito que tenha sido mero acaso, me veio agora uma citação de Richard Bach que diz: “Nada acontece por acaso. Não existe a sorte. Há um significado por detrás de cada pequeno ato. Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente, mas sê-lo-á antes que se passe muito tempo."
No instante não percebi, mas hoje ao acordar intuí que cada palavra que ontem foi dita, era exatamente o que eu carecia escutar para sair da lacuna que se tornou meus pensamentos.
Escrevi inclusive um texto nessa semana que se passou sobre pensamento, o quanto o pensar positivamente ou negativamente influência no ser como um todo, pensar negativamente, digamos que seria o “soltar de sombras” que passam a cobrir os pontos de luz.
Alguns questionamentos que me fiz essa semana foram:
• Eu me conheço?
• Caso não me conheça verdadeiramente, como posso conhecer ao outro?
• Por que esperar tanto em alguém, o que existe em mim?
• Essa espera no outro já não seria uma acomodação?
• Como ser humano espero o melhor de situações e oportunidades, e quanto a mim, estou sendo o melhor para me encaixar no que acredito ser melhor?
- A vida pode ser longa ou não, no decorrer dela muita coisa muda, poderia dizer que tudo muda, pois a vida assim como o ser, é mutável. Conhecimento não é adquirido da noite para o dia, é um processo continuo, todos os dias pode ser vista uma nova face diante da vida, seja na vontade de fazer uma atividade diferente, ir a um lugar novo, autoconhecimento não tem fim.
É possível conhecer pequenos fragmentos, estes, no entanto podem modificar-se dando lugar à outra forma que o tempo permitirá reconhecer.
Estamos dispostos a principiar buscas por um alguém que seja o considerado bom para estar por perto, é incrível como aparentemente é mais fácil constatar as qualidades e imperfeições do outro. Sendo um conhecimento alheio. Mas não um completo conhecimento, nunca será possível conhecer alguém, quando não conseguimos interiorizar e conhecer o que realmente podemos mudar. É permitido e possível, tornar-se o que se quer, não há a necessidade de longas buscas, o encontro é perto, o seu encontro é você, meu encontro sou eu.
A acomodação chega juntamente com o acreditar no melhor do outro esquecendo o melhor que existe dentro de nós. Temos a condição de superar dia após dia os nossos limites. Limitar-se é não acreditar que se pode muito mais, porém acreditamos que o outro pode. Seria ele melhor, todos são capacitados para ser bons em um determinado espaço, resta sair do estado de acomodação e iniciar o processo de autoconhecimento, uma frase muito interessante de Blaise Pascal ressalta "É indespensável conhecermo-nos a nós próprios; mesmo se isso não bastasse para encontrarmos a verdade, seria útil, ao menos para regularmos a vida, e nada há de mais justo." Entendo então que mesmo não sendo suficiente para alcançar todas as respostas, conhecer a si mesmo é a direção para começar a entender por que motivo a vida está sendo de tal maneira. Devo dizer que estou me dedicando em me conhecer. Não tenho me arrependido.
Por fim deixo uma frase de Michael de Montaigne, que dá ênfase em como é perfeito desfrutar de quem somos. “É uma perfeição absoluta, dir-se-ia divina, sabermos desfrutar lealmente do nosso ser.” Comece hoje mesmo a entender, a ser e conhecer quem você é. Seja!
Passou, passou...
“- Não sei voltar ao passado,
também não sei viver do passado.
Passado já foi atravessado,
passou e nada mais é que passado.
Não vai ter efeito hoje. Não em mim.”
Dizia a menina todos os dias ao acordar e sentir o peso do ontem.
Passado é pó acumulado nos cantos da vida, coisa que a chuva leva.
Acreditando, esse “deposito de amor” foi sendo criado.
Foi sendo cuidado, habitado;
Não houve força o tempo todo.
Faltou certeza,
Restou escolha.
Hoje é mais um dia que fiz a escolha: amar.
O poder da escolha permite que o pensamento seja voltado a realidade. Outro dia em uma conversa, pensei: Afinal, o que é o amor? - Sentimentos são mutáveis, variam, oscilam facilmente. Em alguns dias meu pensamento acerca do que verdadeiramente seja o amor foi sendo moldado.
Não posso apenas sentir “amor” e acreditar que sozinho ele criará pontes entre os abismos. A perfeição não faz parte do ser humano, como então esperá-la em alguém? – É simples, não se deve esperar, nem desejar o encontro de uma pessoa perfeita.
Ao sentir, espera-se muito do outro, muito se é cobrado. Com a convivência os erros se mostram, assim como as imperfeições. O amor por sua vez como forma de sentimento, enfraquece. Sim, enfraquece e não importa o quão digam que é verdadeiro. A partir do momento que é visto o erro, o amor visto apenas como sentimento, as imperfeições vão construindo um labirinto, que poucos conseguem encontrar a saída.
Quando retrocedo alguns meses, penso no que sinto, e na forma que tenho demonstrado, vejo que permiti ser afetada pela procura por perfeição, no entanto, o amor existe, e tem feito parte da minha vida, dos meus dias, mas sozinho ele não sabe ir adiante, amor é escolha.
Todos são diferentes, em meio a tanta diferença um conjunto de qualidades me fez descobrir algo novo, me fez distinguir uma pessoa como sendo especial. Hoje, sei que estou tendo o poder da escolha, e mesmo com erros, e tantas diferenças, ainda assim escolho te amar.
Amar exatamente pela diferença. Amar o estar ao lado, a maneira de sorrir, o olhar distinto sobre a vida, a força presente nas fraquezas. Amar a leveza de ceder sem pensar em orgulho, apenas ceder para ver tudo bem novamente.
Amar a cada dia que amanhece o jeito novo de dizer ao mundo: eu escolho te amar.
Acumular andanças, sentimentos e seus derivados, está aí a formula da iniciação à solidão.
Bom mesmo é caminhar dividindo direção, bagagem, eliminando peso.
Quando tudo der errado, quero ter uma voz que diga que está tudo bem, que logo vai passar, que tudo vai se acalmar é só questão de tempo.
Quero ter um ombro para chorar se preciso for, uma palavra de consolo e aconselhamento ou, que apenas esteja ali ao lado simbolizando “estou aqui” dispensando o uso de palavras.
Esse mundo não para de girar, é preciso se equilibrar, é preciso ter alguém para preencher todo o desequilíbrio.
A flor
Não espera, não descansa, não cansa
Respirar é coisa abundante, que me ganha
Ando, respiro e vejo a flor em meio à grama rasteira.
Num cantinho recuado, lá estava escondida,
Quem sabe perdida,
Quem sabe escolhida, pronta a ser colhida.
Ainda me pergunto se a encontrei
Ou por ela fui encontrada
Coisa bonita é ver flor nesses dias de inverno
Faz frio, com cor de primavera.
Um dia lindo, no jardim da vida, com flores, muitas flores. É tempo de semear e tempo de colher.
O sinal mais evidente de aprendizado é o conhecimento que foi adquirido sendo aplicado na vida diária. Mudanças não são fáceis e lidar muito menos. Não basta dizer - eu mudei. Para que haja uma mudança repentina, são passos lentos em direção ao que se crê com convicção, o primeiro passo é acreditar. Ter medo é humano, viver com ele é escolha. Sim, é questão de escolha, repare como quando pensamos positivamente em algo a se fazer, ainda que não aconteça exatamente da maneira que prevíamos no final o resultado é alcançado.
Alcançar objetivos tem seus divisores de águas: o pensar idealizando o que se quer, e como já foi dito antes o acreditar inicia o processo, onde sequência uma serie de fatores, que são formados pelas tentativas, algumas tentativas são certeiras, outras frustrantes. Daí vem o verdadeiro entendimento do acreditar como um divisor de águas, que está ali como base, quando se acredita que é possível, não importa as tentativas falhas, essa(s) servirá de lição para uma tentativa nova. Crer em si mesmo, aceitar que todo ser é feito de erros e acertos, é uma forma de viver sem a espera de próxima queda ou da vitória. Apenas acreditar que é possível sem se vangloriar ou sentir-se derrotado.
Liberdade de pensamento é a mesma que liberta o ser para torna-se quem quer ser, é também a mesma que abre os olhos para a verdadeira face refletida no espelho.
Liberta-te, pense "bem", queiro o bem.
Noutro vôo a re-pousar
Perdida em doçuras pré-fabricadas, sonhadora compõe sonhos no passar de nuvens. Quando pequena, pensava ser algodão, no céu azul pintado a aquarela. Dias de chuva logo eram regados de sol e cores do arco-íris, traçado pelo dedo do criador que curva o céu, tom sobre tom.
Gira, gira o mundo ao redor, a menina agora emoldurada, é a mulher das fases de lua, das noites escuras em prantos polidos de lágrimas, menina agora madura.
Coração de mulher tem menina como moradia, tem dor em meio ao arco-íris que ainda está por vir, pois ainda chove, tem vez que chove todo dia, nesse dia a dia de esperas, dos fins de tarde cinzentos que trazem logo, logo à noite. Chamando pelo sol da manhã a moça dos sonhos cantantes vai se deitar, pra ver luz brotar na fonte da vida de toda menina mulher;
Sonha, com o calor em noite de ventania, flor a brotar na tarde vazia, mãos entrelaçadas, esperas que não sejam vazias. Sonhos dessa menina... A menina que ainda dança frente ao vento, que cruza tocando cada fio de cabelo, purificando a alma, limpando dores distintas; Devaneios vêm ao mundo do olhar da mulher ainda tão menina, tão mulher, tão menina.
Olhar de candura, a menina dos vôos e pousos quase bruscos em tons de queda, era brisa nas ventanias da vida, solta nas curvas e esquinas, liberta no ar dos becos sem saída, era céu além de chão. Terra, fogo, céu e mar era sua junção. Sua única saída era o vôo.