Rega
Terceira pessoa? Talvez...
Como alma em cativeiro
Mal sabe onde estás
Encontrar seu eu verdadeiro
É o que lhe traria a paz
Em respostas vazias
Percebeu o mal no mundo
Pessoas são tão frias
Que se destroem a todo segundo
Tinha tempos que não sentia
Tal brisa pegando seu olhar
Na solidão de uma noite fria
Pensa em si mesmo pra mudar
E assim pergunta a si próprio
Qual o grande mal em estar errado?
E pela dualidade do amor e o ódio
Ainda sonha em ser encontrado
Longe, mas não isolado...
As madrugadas de insônia eterna
Trouxeram-me você nessa vida moderna
Em meio a uma imensidão de "por que?"
Pensava nunca conhecer alguém como você
Desconfiar parece ser sua fortaleza
Para que não mais lhe tragam tristeza
Imagino qual será seu jeito de falar
Ou talvez saiba dizer apenas com um olhar
E eu aqui pensando na dinâmica temporal
Tudo anda mais rápido por não ser normal
Por tudo ser instável, tudo pode partir
Assim agradeço por ter me feito sorrir
Parte 1
Eram sorrisos dos mais diversos
Será que eram reais?
Eram movidos por coisas banais?
Pensamentos muito dispersos
De tudo que há hoje em dia
Dúvida na alma é ausência de alegria
O que tenho no agora
é algo que mereço ter
ou uma nova forma de aprender?
Por vezes penso em ir embora
Mas haverá lugar para ir?
Pois de mim sei que não posso fugir
Bem ao fundo
Uma noite que tudo se esvaeceu
E a velha dúvida sobre quem sou eu
Nessa dificuldade de me relacionar
Em fazer amigos ou em saber amar
Cobrado por coisas que não entendo
Sinto coisas que não estou vendo
É muito injusto ter que provar
O que sinto, eu não posso explicar
Imensa vontade de ir nisso ao fundo
Sair por aí com a minha vida e o mundo
E aprender tudo o que está na essência
E descansar em paz com minha consciência
Sempre acreditar
Alguém que tenha paciência
Que não invente coincidência
E tente pelo menos ser real
Que traga o bem e não faça o mal
Uma vontade despercebida
Como uma letra esquecida
Ficando na cabeça só a melodia
Buscando sua letra dia após dia
Assim será a última canção
Tocará até que pare o coração
E até lá, quero viver bem
Com essa pessoa, essa alma e esse alguém
Entender para transformar
Antes de querer se libertar
Quer se libertar do que?
Pare agora para observar
E entenda o por que
Se conhecer, te trará a dor
Superando-a restará o amor
De natureza incondicional
Verá mais que o superficial
Não tema pelo seu futuro
Ele é só o vidro em cima do muro
Que te impede de subir
E faz pensar que não pode sair
Peço-lhe que se questione
E insista até que a solucione
Pois a liberdade é radical
Uma revolução física e mental
Abstração
Pessoas sabem o que dizer
Pessoas têm planos pra fazer
Pessoas querem ter razão
Pessoas sentem no coração
Coração não sabe disfarçar
Coração sente um olhar
Coração sente um dizer
Coração bate até morrer
A alma é pura vontade
A alma anseia por liberdade
A alma precisa se manifestar
A alma pode amargurar
Olhos mostram a nossa alma
Olhos de fúria ou olhos de calma
Olhos podem se enganar
Olhos são capazes de matar
Acima de mim
Sol nascente na janela
E o que fazer?
Se minhas palavras estão a me vencer
Quero sair dessa cela
Quero saber
Quais são os passos que devo aprender
Para evitar um triste fim
E poder falar
As coisas certas que não vão desapontar
Esconde o sol de mim
Nuvem a passar
Céu nublado que veio me acompanhar
Errado por estar certo
Vivendo melhor do que antes
Entendendo os fatos relevantes
De uma vida cheia de frustrações
As verdades param nas opiniões
Situação que faz nos calar
Ocultando-nos apenas pra agradar
A fim de sempre poder interagir
Com a sociedade que só sabe rir
Banalizar é o alvo central
Ignorar se tornando essencial
Matar o tempo atrás do que é fútil
Entreter-se com todo o lixo inútil
Pra sempre nós não vamos viver
A vida é agora e é mais do que ter
Novo anseio
Diga tudo o que deseja
Não me importa onde esteja
Desde que verdade seja
A luz no poço mais fundo
É real e trás um novo mundo
Não é perfeito, mas já não é imundo
Faz acreditar novamente
Em algo quase ausente
Que faz viver o presente
Mas porque esse bloqueio
Parem de puxar o freio
Deixem-me viver esse anseio
Cara de bobo ^_^
Gostando cada dia mais
E as suas piadas habituais
Enchem-me o coração de paz
Penso muito no que falar
Muito melhor seria aniquilar
A distância que estou a odiar
Não me pergunte o "por que"
Do que não posso responder
As palavras não fazem acontecer
Ao deitar-me aqui nessa cama
Passo a viver quase um drama
E deixo crescer essa nova chama
Capítulo 1.
Horizonte que me encanta
De imensidão que espanta
Alegra-me e me faz sofrer
Sempre distraído a procurar
O significado de ser e estar
Já não posso mais obedecer
Alegria vendida na televisão
Todos a querem, mas eu não
Preciso de algo real para crer
Bonito por fora (... e só isso?)
Tudo aqui eu faço morrer
Confesso que é sem querer
E assim vivo a me culpar
Fazendo a pessoa se afastar
Quem vai querer alguém assim?
Que leva tudo para um lado ruim
Esforçando-me para entender
A obviedade que não posso ver
Falo tanto em como viver
Mas eu mesmo estou a me perder
Nessa falácia amargurada
Que irá me levar ao nada
Qual o sentido nisso tudo?
Estou numa batalha sem escudo?
Como se fosse um matar ou morrer
Quase sem chances para defender
Ao meu encontro
Passei bom tempo na procura
De um remédio que traria a cura
Mas foi a cura que me encontrou
Cura tão bela que me faz tremer
Tão forte que parece transcender
O que minha mente sempre pensou
Formando agora um novo pensar
Aprendendo como devo aproveitar
Esse momento tão raro de vivenciar
Farei de tudo para não desapontar
Farei de tudo para aproveitar
A cura que não quero entediar
Lenta caminhada
Em rostos aborrecidos
Vejo sonhos esquecidos
Trocados por um falso ideal
Impedindo-nos de ter
Outra forma de entender
O que talvez nem seja real
Uma mente fragmentada
Observa tudo sem entender nada
E pensa no que seria o essencial
Aniquilar todo e qualquer relógio
Começar a destruir o óbvio
Caminhando para o modo natural
Por vezes...
Por vezes sinto-me tão errado
Com um cérebro fragmentado
Ficando cada vez mais isolado
E na "arte" de não saber o que fazer
Falar demais por não ter o que dizer
E despistar quando não entender
De certa forma até é divertido
Perceber-me ridículo pelo que tenho dito
Sou confuso, mas agora não estou perdido
4:45 até 15:25 (estrada)
Estrada confusa que não consigo andar
Tão falsa e cheia de truques para enganar
Onde usar pessoas nos faz avançar
E as tristezas que chegam e se vão
Sempre levam a pureza do meu coração
Estrada louca que me oferece só uma opção
Criar a minha estrada e então nela seguir
Apreciar cada passo e me fazer sorrir
E assim fazer alguém comigo sorrir