Raquel de Queiroz
Raquel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora brasileira, a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Seu romance “Memorial de Maria Moura” foi transformado em uma série para a televisão e apresentado em vários países.
Raquel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910. Em 1917, muda-se com a família para o Rio de Janeiro fugindo da instabilidade advinda da seca que assolava na região. Logo retornou para o Ceará, mas antes passou dois anos em Belém. Em 1927 formou-se professora primária. Nessa época, passou a colaborar com o jornal “O Ceará”, publicando poemas e crônicas.
Em 1930, Raquel de Queiroz tornou-se conhecida após a publicação do romance regionalista “O Quinze” (1930), que se situa na grande seca de 1915, onde documenta a bruta realidade da seca, da fome e da migração do nordestino. A obra recebeu o Prêmio Graça Aranha. Publicou os romances “João Miguel” (1932) e “Caminhos de Pedra” (1937). Nesse mesmo ano, foi presa, época em que militava no Partido Comunista. Em seguida publicou “As Três Marias” (1939), obra-prima que enfoca a mesma problemática humana, mas já não se compromissa tanto com as paisagens nordestinas.
Dedicou-se também à crônica jornalística e ao teatro, de raízes folclóricas e regionais, com as peças “Lampião” (1935) e “A Beata Maria do Egito” (1958). Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977. Foi ainda escritora de livros infantis em que se destacam “Andira” (1969) e “O Menino Mágico” (1992). Ainda em 1992, com 82 anos, publica a saga “Memorial de Maria Moura”, situada em meados de 1850, no sertão, mistura na narrativa todas as forças e fraquezas, todas as virtudes e defeitos da condição humana, desde o amor ao ódio, desde o crime ao remorso. Em 1993 ela foi agraciada com o Prêmio Camões. Em 1994, a obra foi adaptada para uma minissérie televisiva. Raquel de Queiroz faleceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de novembro de 2003.