Raimón Panikkar
(…) cada língua é um mundo (…) cada cultura é uma galáxia
com seus próprios critérios de bondade, beleza e verdade.
Eu ‘parti’ como cristão, ‘encontrei a mim mesmo como hindu, e ‘retornei’ como budista, sem nunca ter deixado de ser cristão!
Hoje o diálogo não é um luxo ou uma questão secundária. A ubiquidade das ciência e das tecnologias modernas, dos mercados mundiais, das organizações internacionais, das corporações transnacionais assim como as inumeráveismigrações de trabalhadores e da fuga de milhões de refugiados, para não falar dos turistas, faz do encontro de culturas e religiões algo inevitável e ao mesmo tempo indispensável.
O encontro entre as religiões é tão vital que, de facto, mais ou menos, todas as grandes religiões actuais são fruto destes encontros. Que seria hoje o cristianismo sem o profundo sincretismo que brotou das suas raízes hebraicas, gregas, romanas e germânicas? Que seria isso a que chamamos hinduísmo sem a contribuição das numerosas religiões do sub-continente indiano?