Rafaellalvess
Parecia ser apenas mais uma noite fria, mas não era, era o dia mais entediante e simplório que já vivenciei durante todos esses anos. Eu não pretendia acordar, queria mesmo era deitar na cama repleta de cobertores e travesseiros desenhados pelos os diversos tons de cores que era composto por materiais de primeira linha, mas não tive o privilégio de receber todos esses bons conteúdos sobre a minha cama, apenas havia pilhas de farelos de pães que cobriam a imagem que o cobertor sobreposto a minha cama emitia. Apanhei uma xícara e fui beber um café quente com biscoitos salgados que costumava comprar em um mercado local, o café era doce e extraforte, o biscoito tinha formato oval e era todo desenhado por linhas horizontais associadas às linhas verticais. Depois de passar alguns minutos me servindo de guloseimas e lendo um bom jornal diário eu saí de casa, o céu estava todo coberto pelas neblinas que reproduziam um som de suspiro, era um belo som, era resplandecente e manejava os sentimentos de qualquer pessoa que o ouvisse, o chão estava repleto de neve, as ruas alternavam das cores escuras para as claras, e o clarão do amanhecer qual eu costumava presenciar todos os dias já não habituava mais o ambiente, o frio o desanimou e despejou para outro lugar que anteriormente só via a mesmice da tristeza. Já não bastava o intenso frio naquele e um velho homem interrompeu meu trajeto para o trabalho para comentar sobre assuntos indesejáveis, falava-me sobre produtos que não tinham utilidade alguma, tentava me iludir oferecendo produtos para se proteger do inferno, gorros e tocas que eram feitos de tecidos baratos, preços acessíveis, mas que me custaria o pouco dinheiro que ainda restava no meu bolso, dinheiro que batalhei para conseguir em 2 minutos, tempo que para muitos era pouco, mais que para poucos era muito.