Rafaela Carvalho
Nem sempre eu me importei com ele , nem sempre eu dei tanta importancia a alguém , mais chego um momento em que essa minha mania , de “ ignorar tudo “ simplesmente acabou , foi estranho não me ver mais como antes , olhar para o espelho e ver uma pessoa que antes eu conhecia , e que hoje eu simplesmente não consigo nem mesmo , entender . Eu tomei tanto cuidado pra não perder alguem com quem eu criava e recriava meu futuro e acabei perdendo , perdi aquele alguem tão importante a quem eu depositei , toda a confiança que ainda restava , em minha miseravel pessoa . Eu o amei tanto a ponto de acreditar que viveriamos eternamente , que andariamos pelo além , que atravessariamos as fronteiras infinitas com a certeza de que não nos separariamos nem se quer por um segundo , e acabou , acabou tudo , com uma rapidez inacreditavel e deixando uma dor imensa , a qual eu ainda não consegui me livrar perfeitamente .
Os dias pareciam não passar , o tempo parado ou eu parada no tempo , era uma sintonia explendida porém dolorosa de mais pra se sair pecável , memorias não me permitiram esquecer-te não permitiram que lhe deixasse partir . Aqueles dias frios aos quais você me abraçava , levemente , e com um ar de muito apaixonado pronunciava palavras silênciosas atrávez de seus imensos olhos castanhos , ou aqueles dias quentes , tão esperados dias quentes , aos quais você sempre me ditava belas poesias , poesias vivas cuja realidade as rodiava . Mais tudo acaba , aceitando ou não eu tinha de me conformar , você não iria mais voltar e avia deixado isso muito claro , claro até de mais , pena que meu amor por você era imenso de mais pra aceitar isso . Eu vivia me perguntando “ o que eu fis “ , “ onde eu errei “ , e acabei descobrindo , descobri que não aproveitei ao maximo os momentos aos quais a gente sempre ficava junto , descobri também que mesmo não podendo impedir sua partida eu deveria , ao menos , ter tentado . Te amei tão intensamente e confesso , foi maravilhoso , foi perfeito de mais pra chega onde chegou , pra ter o fim que teve .
Colo de mãe
No colo da mãe cabe um porto.
Uma ponte, um caminho, uma ferrovia.
É passagem para onde mora toda calmaria.
No colo da mãe cabe o que não tem espaço no coração.
E se extravasa o que parece não ter solução.
No colo da mãe o mundo desabafa, desmonta, e se reconstrói.
É lá onde os caquinhos já não doem.
Colo de mãe é continuação de nós, como um pedaço da gente.
É lá que elas fazem dos filhos inteiros novamente.
Colo de mãe é confiança, moradia da paz, da esperança.
É escudo, ninguém te alcança.
Colo da mãe é superbonder, mecânica, oficina.
É onde mora o conserto do meu coração de menina.
Colo de mãe é esparadrapo, bússola, binóculo, cobertor.
É a casa do mais lindo amor.
Colo de mãe é exército, muro, barreira.
É incondicional e não tem fronteira.
Colo de mãe é força, armadura, segurança.
É o refúgio para minha alma de criança.
Colo de mãe é portal, passagem, telepatia.
É onde Deus chega mais perto ao som de poesia.
Nos abençoando com sua sublime companhia.
No colo da mãe tudo volta a fazer sentido.
E mesmo se há anos ela já tenha partido.
Ainda assim o consolo é garantido.
Colo de mãe não tem forma, nem cor, nem validade.
É lar de toda a saudade.
E refresco para minha ansiedade.
Colo de mãe é invisível, disponível, sempre acessível.
Basta crer.
Se imaginar pimpolho.
E lembrar, que o essencial, é invisível ao olho.