Rafaela Cardoso Modesto

Encontrados 10 pensamentos de Rafaela Cardoso Modesto

E nessa madrugada melancólica, onde a solidão circundava os meus passos e atos, à procura das poucas forças que ainda me restavam naquele momento, continuava com o meu olhar confuso e frágil, me concentrando em um objeto qualquer do quarto repleto de móveis, enquanto a música repetitiva tomara conta do meu pensamento. Conta de mim por completo. Conta do meu próprio corpo. Isso fazia-me resgatar as lembranças que até então se encontravam soterradas a fundo dentro de mim, e que, nunca haviam me atormentado tanto, não tanto quanto agora atormentavam.

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Já não presenciando uma fase muito boa da vida, ela ainda sonhava, em segredo. Guardava consigo os mais belos sonhos e os mais obscuros medos que vinham sendo carregados durante esses últimos anos. Anos difíceis, mas que eram empurrados com a intenção de algo bom estar a caminho. O mundo não é algo totalmente belo, todos sabiam, mas apesar de ter sido machucada pelos antigos amores, a menina havia criado um mundo só para ela.

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No ínicio, me via como uma pessoa completamente dependente das pessoas. Dependente do - perdoem-me pelo clichê: Amor da minha vida, ou simplesmente dependente de pessoas vazias que me cercavam no dia-a-dia. Mas pude perceber que a vida arrumou alguma maneira - seja ela qual for - de alterar essa perspectiva.

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Poderia fechar os olhos e abri-los logo em seguida e desta forma poderia me lembrar perfeitamente dos traços do teu rosto, da tua fisionomia. Da forma como me olhava enquanto eu estava distraída demais para te dar atenção. Ou talvez estivesse ocupada o bastante me cuidando para não me envolver com sentimentos fortes como este. Sentimento que você despertava em mim e eu ainda não sabia. Demorei algum tempo para perceber o quão maravilhoso e importante você foi na minha vida. Oras, mas era? Afinal, você é. E da forma como se “apoderou” de mim, ficará exatamente onde está.

Não costumo me encantar por pessoas comuns, sem sal. Quero conhecer pessoas que assistam àquele filme que ninguém acha graça e que até então apenas eu conhecia e era capaz de entendê-lo. Ou que goste de olhar para o crepúsculo, sonhar com impossibilidades, pensar alto, pensar bonito. No mais, conhecer alguém diferente dos padrões, assim como eu. Perdidos por aí, agora, em algum canto do mundo.

Até mesmo a simplicidade do som da chuva em uma tarde fria é capaz de me tranquilizar.

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…Eu poderia te telefonar no mesmo instante, perguntando com um imenso sorriso estampado no rosto: “Como você está?” Três simples palavras com uma infinidade de expectativas. E você ainda sim me contaria como foi o seu dia, que havia sentido a minha falta e algumas doçuras a mais.

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Ando sentindo uma enorme necessidade de iniciar um novo processo de desapego as pessoas. Sinto que grande parte delas ou na realidade as que me cercam nesse momento, definitivamente não servem para mim. Não mais. Me tornei uma pessoa com a mente extremamente tumultuada, garota que questiona infinidades. Sei viver bem na solidão, me acostumei a essa nova rotina. Não gosto de tumulto, de conversas em grupo, multidão. Me sinto confortável na companhia do silêncio, me expresso pelo olhar e pelas palavras. Às vezes penso que um dia com apenas vinte e quatro horas não são o suficiente para mim. Preciso de mais tempo para pensar, ou para pelo menos tentar buscar respostas para os meus tantos questionamentos.

Talvez meu vazio não possa ser simplesmente preenchido com música boa e alguns livros. Talvez eu precise de algo mais forte.

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…Mas nessa de oprimir tudo, desse vai-não-vai, ele estava ocupado demais com algumas bobagens. E quando digo bobagem, digo no sentido real da palavra. Não enxergava o que o amor lhe traria, e que nessa de dar importância às bobagens da vida… Estaria perdendo (talvez para sempre) algo valiosíssimo e consideravelmente raro.

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