Rafael Pador
Eu odeio quando você faz o que eu adoro
Acordei de madrugada com a mente na estrada
A lua me convidava e as estrelas apoiavam
Alegorias Radiantes em formato de vaga-lumes festejavam
minha presença
O que era negativo caia em decadência
Caravelas coloridas velejavam do meu lado
A viagem que começara tinha como destino o inesperado
Borboletas noturnas escavavam meus olhos
Carnavais na minha frente inimigos do óbvio.
A noite daqui a pouco termina com sua peça
Então vá logo estrela, se despeça
Fique calma, mas tenha pressa
Não esboce sorrisos, se não prolongará a conversa
Chega carinhosa e da-lhe um beijo na testa
Não aproximes-se tanto se não te engaveta.
Então fique refugiada nessa teia
Diga aquilo que lhe convém
Afasta o sorriso e profana a solidez
Olha-me neste segundo perdido
Prolifera a razão
Claro emoção, paixão que só lhe incomoda
Diga a moça da janela que não liga
Diga que o passado é um cadáver solitário
E peça a ela que alterne a prosa
Por que... O indesejado voltará com mais amor.
Aponta o dedo para o desdenhado
E olha aquele rebanho sem oligarquia
Deveras a "maioria" sempre tão lúcida
Utópico cogitar veracidades proferidas daquele que outrora tão individual
Mas então que motivação oculta que ocupa o alicerce psíquico de quatorze Dalai Lama's.
Vou tirando o seu vestido
Me aproximo e digo coisas no seu ouvido
Saiba que estou feliz sendo seu amigo
Mas quem sabe essa noite eu me torne seu marido
Diga o que quiser, mas permaneça comigo
Se o casamento é uma prisão, que esse seja meu eterno castigo
Seu beijo é um libido
Ver o sol é o mesmo que contemplar o seu sorriso.