Rafael Miguel
Relatos de um misantropo.
Que valor eu tenho nessa sociedade inafável?
Posso ser mais um dos corpos no chão
Ou apenas mais um ser descartável.
Passo de mão em mão
Como um simples objeto,
Atrás de um pedaço de pão
Sou dinheiro na mão dos espertos.
E a ética? E o Cristo? A filosofia?
Ninguém liga e nem vê.
Assim passo meu dia
Sem saber o porquê
De tanto sofrer, por pouco “dindin”.
Que valor eu tenho nessa sociedade inafável?
Posso ser mais um dos corpos no chão
Ou apenas mais um ser descartável.
Sou um peão! Um peão! Atrás de um pedaço de pão!
As leis seguem estagnadas no tempo.
A boa vontade de mudar o mundo o jovem perdeu.
Nem os antigos valores são mais os mesmos,
Em compensação mudamos para um pior diferente
A liberdade pode ser perigosa para as mentes fracas.
Essas coisas esmorecem minha alma
E como nada um peão pode fazer, tento ter calma.
O que será daqui pra frente eu nem sei,
Mas entendo que como no xadrez, peão não vira rei.
Rafael Miguel não foi só o ator, mas um mecânico, lixeiro, estudante, funileiro e muitas outras profissões que a sociedade desse tempo não dá valor.
Sigo míope para a esquerda ou direita. Todos precisarão passar por uma revolução social que vai além desses antigos valores sociais.