Rafael D'Oliveira
Para toda paixão se faz uma oração
Entrega-se de pés, mãos e coração
Grita-se o relento, eterno para o vento
compreende-se toda reflexão, a imensidão
Para todo amor se escolhe a quem e uma canção
Silencia-se com sentimentos, constante explosão
Acolhe-se a cada verso um beijo
A cada cifra, o som de um desejo
Paixão se perde em vento, desaparece em imensidão
Amor se eterniza, explode a cada toque do refrão.
Cotidiano
Quente, morno, frio
Preto, branco, cheio e vazio
Claro, escuro, fim do mundo
Sentido, amigo, eterno abrigo
Sorrir, brigar, deitar e sonhar
Contar, chorar, extravasar
Noite, céu, calor do dia
Nuvens brancas, chuva, agonia
Liberdade, linda felicidade
Paixão, amor, caridade
Criança, menino e menina
A paz, a bela, saudade antiga
Porta e janela a alma da Vida!
Tardou
Com seus trocados rumou-se a ir
Desistiu bem antes e resolveu ligar
O medo logo sussurrou alto
Então, decidiu escrever
Em cada rabisco daquele lápis, Lapidava o sentir
Gravou sentimentos em um papel, e à enviou
Quem leu percebeu que ali, havia mais que o sólido
Havia o úmido da saudade despejada
Em uma lágrima fria e tardia
despejada por quem lia ao partir
Próximo trem
Lá se foi ele, carregado de gente
Pessoas felizes, tristes e esperançosas
Crianças, jovens e senhores e senhoras
Repartindo a alegria de partir ao rumo certo
Lá se foi ele, com a certeza de retornar
Com gente que vai ficar ou que vai voltar
Uns a morte vai levar, outros a vida vai guardar
Certeza é que ninguém sabe do que o futuro é capaz
Lá se foi ele, rápido demais, fugindo da lentidão
Mas de nada adianta, se vai parar na próxima estação
Desta vez o perdi, talvez me atrase, pouco ou muito
Não importa, o próximo trem parte em dez minutos
Por que a pressa?
Gritou lá de longe
Virou, subiu
De novo desapareceu
Por que a pressa?
Gritava aquele que seu amor perdeu.