Rafael Andrade de Medeiros
Quando estou prestes a cair,
ouço a sua voz que me guia,
tento alcançá-la, distante,
esvaece e desaparece
entre as nuvens que se vão,
em meio a escuridão,
apenas a solidão.
Entre o toque e a sensação, existe uma linha tênue, paralela e invisível: o sentir é muito mais subjetivo.
Quando há conexão de energias (sintonia energética), expurgam-se as dúvidas, afloram-se os desejos; por isso, podemos sentir o cheiro ou o toque de alguém antes de dormir.
Soneto da lamentação.
Valores me disseras, devaneá-los-ia.
Tentação, fossastes uma ilusão.
Em ti confiaste, a ti creditaste.
Fostes uma inspiração.
Mal tens uma oportunidade,
Caístes em traição.
Comumente, perdão o meu pediste.
Derradeiramente me enfureceste.
Deverias aceitar?
Se errando, porém, aprendemos,
Humanamente, assiálicos, lamentaremos.
Daria tudo por tais segundos, dizia ela.
Pra mim, soava como música o prantear dela.
Deveras perdoar? Quão os amava, cais orvalhos...
Quero o brilho da sua simpatia para clarear as nuvens nebulosas desse dia nublado; reluzente, tão sorridente, atrai-me como uma estrela cadente quando olho o céu malcontente e que, satisfeito, torno-me contente.
Sabe qual a real diferença de paixão e de amor? A paixão é o fogo; e o amor, o verão. Quando uma criança deseja um brinquedo e, logo o tem, logo o descarta: a paixão acabou. O amor é duradouro, o interesse é atemporal, invencível, sem tempo de vencimento.